Cinema: Crítica – Mamma Mia! Here We Go Again (2018)

Preparem-se para rir, chorar, amar, dançar e cantar no filme mais divertido deste Verão! Mamma Mia! Here We Go Again estreia dia 19 de julho nos cinemas.

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10 anos após o sucesso do primeiro filme voltamos ao ambiente que animou milhões de espetadores. Nesta sequela, realizada por Ol Parker, a personagem Sophie (Amanda Seyfried) é o centro da história em conjunto com a versão mais nova da sua mãe, Donna, anteriormente interpretada por Meryl Streep que dá agora lugar Lily James (Cinderella & Baby Driver) para nos deslumbrar com o seu passado misterioso em como conheceu os três pais de Sophie.

O filme apanha-nos despercebidos logo no início ao revelar que a personagem de Meryl Streep havia morrido há um ano. Sophie quer renovar o hotel da mãe na lindíssima ilha da Grécia enquanto relembra os eventos mais marcantes da vida da sua mãe com a ajuda das dezenas de personagens já conhecidas. O filme vai assim transitando entre passado e presente, criando sempre uma ligação entre a personagem de mãe e filha e mais tarde avó, Ruby Sheridan, interpretada por Cher.

Primeiro, há que mencionar o trabalho espetacular da direção de fotografia que consegue captar na perfeição o local onde o filme ocorre enquanto nos oferece momentos divertidos com a banda-sonora dos ABBA. Os temas mais populares são novamente trazidos com Dancing Queen, The Name of The Game, I Have a Dream e Mamma Mia. Além disto, incluíram bastantes novos temas, como When I Kissed the Teacher, Waterloo, Andante, Andante, Super Trooper, entre outros. Quase todos os temas são executados e cantados pelos próprios atores na perfeição, criando um misto de emoções através do modo como estão incluídos no enredo do filme e com uma montagem e filmagem bastante original que irá permanecer na memória dos espetadores.

Apesar da cena musical inicial do filme ser um pouco bizarra, a escolha de Lily James para interpretar a versão jovem de Donna é perfeita. As suas cenas são as que mantém o filme cativante, essencialmente por interpretar uma personagem tão espontânea, sincera e divertida que fornece uma grande aventura ao enredo. As suas melhores amigas também não ficam aquém, Rosie (Alexa Davis) e Tanya (Jessica Keenan Wynn) recriam a versão jovem da dupla mais hilariante do primeiro filme e demonstram a criação do grupo Donna and the Dynamos, anteriormente interpretadas por Julie Walter e Christine Baranski e que voltamos a ver nas cenas do presente, demonstrando uma enorme semelhança tanto física como psicológica. Em relação aos rapazes, Bill (Josh Dylan), Harry (Hugh Skinner) e Sam (Jeremy Irvine), nem todos conseguem transparecer a personalidade dos atores do presente, Stellan Skarsgard, Colin Firth e Pierce Brosnan (mesma ordem mencionada). No entanto, o filme consegue fazer o trabalho pretendido de tornar o passado de Donna o ponto mais importante e cativante do mesmo. O equilíbrio entre passado e presente está satisfatório, dando espaço a todos os atores para deslumbrarem.

Em relação ao presente, Amanda Seyfried e Pierce Brosnan são os que possuem uma história mais interessante devido à sua enorme conexão com Donna. As restantes personagens têm principalmente o objetivo de criar momentos cómicos no filme, alguns que nem sempre resultam, mas que se desenrolam rapidamente e nos levam de volta à história principal ou a outras cenas mais divertidas. Uma característica deste filme é que as personagens revelam constantemente o que estão a pensar em voz alta, no entanto, as que estão à volta não as ouvem. É um detalhe comum neste género focado essencialmente no fator cómico.

Por fim, a história de Mamma Mia! Here We Go Again é obviamente previsível, mas nem todos os filmes precisam de ser o contrário. A sequela cumpre o seu objetivo, os amantes do primeiro filme, dos ABBA ou deste género irão facilmente adorá-la e quererão voltar as salas de cinema para a rever vezes sem fim. É possivelmente o filme mais alegre do Verão de 2018.