Cinema: Crítica- Lego Ninjago – O Filme
A missão para salvar a cidade Ninjago e descobrir o verdadeiro poder de um ninja começa aqui! Estará “Ninjago” tão conseguido como as anteriores longa-metragens Lego?
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Lloyd (Dave Franco/Tomás Wallenstein) tem tudo para ter uma vida perfeita, uma mãe carinhosa, bons amigos e é o Ninja Verde, o mais famoso, reconhecível e, em geral, baril dos seis Ninjago, infelizmente o pai dele (Justin Theroux/Luís Barros) é um vilão… mais especificamente o vilão do filme! Com o apoio dos seus parceiros ninja e do seu tio o Mestre Wu (Jackie Chan/Miguel Guilherme), cabe a Lloyd salvar a sua cidade do terrível Meowthra!
A animação continua surpreendente, mas já com Lego Batman a “novidade” de um filme feito na sua grande maioria com blocos de plástico tem-se perdido… todo o trabalho de stop-motion (um processo de animação fotograma a fotograma) continua espetacular, mas deixou de ser tão impressionante, mesmo mantendo a qualidade dos filmes anteriores.
Os designs continuam exorbitantes e espetaculares, ao contrário da animação que tem perdido o impacto, estes cenários cada vez tem mais. Lembra bastante a “San Fransokyo” da Disney, mas mistura mais elementos tradicionais japoneses, tanto na arquitetura como nos cidadãos, sendo que pelo filme fora vemos barcos de pesca rústicos e roupas tradicionais asiáticas.
E agora as personagens… simples e bi-dimensionais, Lloyd escapa um pouco, sendo que este filme é principalmente sobre ele. O público infantil não se vai queixar, e aqui começa um grande problema.
Ao início do filme é difícil ignorar que existem brinquedos para vender, o dialogo limita-se a interjeições e a fotografia deixa sempre os mechas e veículos em primeiro plano, a sequência mais flagrante vem pouco depois, com a reutilização de um destes planos mas com diálogo diferente, propositado ou não fica bastante mal, e pelo filme fora ainda se repete mais umas vezes.
Existe no entanto criatividade e amor no projeto, sendo que temos grandes influências de Tokusatsu (cinema de ação japonês) pelo filme fora, tanto na dinâmica dos Ninjago como equipa (inspirada em Sentai, os irmãos Nipónicos dos Power Rangers) como no malévolo Meowthra (uma paródia não só de Mothra, uma traça gigante que luta frequentemente contra o Godzilla, bem como do tipo de filmes nos quais estes monstros figuram), sem ignorar claro todas as raízes de cinema de artes marciais e também algumas alusões à cultura pop japonesa. A participação de Jackie Chan cede não só credibilidade mas também uma aura de familiaridade e conforto à longa-metragem.
Por fim, anuncio com muito prazer que há mérito na nossa dobragem, em particular nas participações de Nuno Markl e Manuel Marques que acabam por levar a maioria das gargalhadas. Já há muito que não via tanta diversão numa performance dobrada, mesmo que esta se perca um pouco nas cenas em que estes dois não figuram.
Há ainda umas arestas a limar e penso que há algumas “peças” em falta, mas o produto final está divertidíssimo!
Classificação: 6.5/10
-Henrique V.Correia
VOZES PORTUGUESAS:
MESTRE WU – Miguel Guilherme
KOKO – Xana Toc Toc
NYA – Marta Peneda
KAI – Rui Porto Nunes
JAY – FF
COLE – Francisco Rebelo de Andrade
ZANE – Rodrigo Paganelli
LLOYD – Tomás Wallenstein
LORDE GARMADON – Luís Barros
GENERAL 1/Apresentadores – Nuno Markl
GENERAL 2/Apresentadores – Manuel Marques
Jovem dos 7 ofícios com uma paixão enorme por tudo o que lhe ocupe tempo.
Jedi aos fins-de-semana!