Cinema: Crítica – Indiana Jones e o Marcador do Destino
O lendário Indiana Jones regressa para uma última aventura, em Indiana Jones e o Marcador do Destino!
O Exército Alemão enfrentava uma derrota iminente, e o mais conhecido Arqueólogo do mundo estava no encalce dos seus artefactos mais preciosos, entre eles um estranho Marcador com poderes fantásticos.
Anos mais tarde, Henry Jones Jr. prepara-se para a reforma, mas o destino tem outros planos para ele! Acompanhado da sua afilhada Helena e do jovem Teddy, Indiana terá de defrontar o malévolo Doutor Voller e descobrir os segredos deste artefacto que todos perseguem.
Não há muito que possa dizer para lá do óbvio:
“Temos filme!”
Uma expressão que me lembro de ouvir toda a vida, supostamente veio do meu bisavô, exclamava-o quando via Errol Flynn e os seus contemporâneos nas mais fantásticas aventuras. Se a pancada era bem filmada, a tensão estava bem representada, e aquele toque de magia acertava na tela, tínhamos filme.
Lembro-me de dar de caras com o Indiana uns aninhos antes d’O Reino da Caveira de Cristal, cheguei a vestir-me dcomo ele para o carnaval, as aventuras estavam lá e o impacto familiar também.
Eram, de acordo com o meu avô, a herança dos filmes de série, os únicos que ainda se faziam “à moda antiga”, nunca percebi bem o que ele queria dizer com isto, mas também nunca o duvidei.
Queixava-se que a Guerra das Estrelas complicava demasiado, era “Cowboyada”, e Kurosawa, e Flash Gordon a mais, a identidade era ser derivado. Quando se falava sobre Indiana Jones, no entanto, não era uma questão de derivar, mas de herdar, de preservar a tradição.
Lembro-me de ver o quarto filme no cinema, e tive sorte de ser o público-alvo na altura. Gostei e agora gosto mais ainda. Percebo as críticas mas, como com A Ameaça Fantasma, já estou com idade para ser nostálgico.
Este consegue continuar a linhagem em que se insere, com todo o charme e toda a produção que merece. As setpieces às quais a saga nos habituou continuam presentes, o engenho e a diversão também, mas nem tudo são rosas.
Efetivamente o final do filme pode oferecer dissabores, a forma como alguns assuntos e plotlines são resolvidos também, e há um grande elefante artificial na mesa.
É suposto ser Ford mas mais novo, há ângulos em que engana bem, a iluminação ajuda, mas a voz desmorona o esforço. O ator envelheceu, a voz consigo também, e não há nada que mais destrua a imersão do que ver a cara rejuvenescida e a voz claramente mais velha de Harrison.
É algo que se estranha, passa rápido mas estranha-se. É um defeito a apontar, mas de tão pequeno que é, acho que isso é bom sinal.
Todo o novo elenco está fantástico, principalmente Mikkelsen que, por sinal, não surpreende ninguém com a sua magnifica prestação.
Durante toda a duração esforcei-me sem sorte nenhuma para conter o meu entusiasmo e o meu sorriso.
Claro que podia ser diferente, e podia ser melhor, mas é Indiana Jones à mesma, e está muito além do que esperava.
Portanto, para voltar a constatar o óbvio:
Temos filme!
8/10
Jovem dos 7 ofícios com uma paixão enorme por tudo o que lhe ocupe tempo.
Jedi aos fins-de-semana!