Cinema: Crítica- Hellboy (2019) (Sem Spoilers)
[ad#artigo]
Nascido do Inferno, o herói de Mignola regressa aos cinemas.
Hellboy (David Harbour) é um agente da BRPD, uma organização com o objetivo de salvar o mundo do sobrenatural, mas quando é convocado pelo Clube Osíris para lidar com um problema de gigantes na Grã-Bretanha, Hellboy descobre que um mal ancestral planeia dominar o mundo, Nimue a Rainha de Sangue(Milla Jovovich).
A longa-metragem é baseado na banda desenhada, em concreto Wild Hunt, no entanto, muito como nas anteriores adaptações de Del Toro, o Hellboy de Neil Marshall adapta da história com liberdade, condensando e alterando muitos aspetos da mesma.
Hellboy desta vez vem com uma exploração mais profunda do protagonista, de certa forma, mas vai causar um certo choque àqueles habituados ao estilo de Del Toro. Embora conte com muitas sequencias divertidas e designs interessantes, em termos gerais o filme é insosso, principalmente em termos de cor. Vemos também muitas piadas que caem por terra, e momentos evidentes de cortes de última hora, em concreto na abertura do filme em que ouvimos Hellboy a debater com o Professor Broom(Ian McShane) ao telefone, mas ao pormenor vemos claramente que o Hellboy ainda não atendeu a chamada e na versão original acabaria por recusá-la.
É um detalhe mínimo mas é o suficiente para quebrar a imersão e acaba por ser o primeiro sintoma de um problema mais grave, não tivesse sido noticiado no final de 2018 que o público de testes não tinha gostado assim tanto do filme.
A vilã também peca por falta de carisma, sendo o seu principal objetivo no filme seduzir o protagonista. Bastante infeliz tendo em conta que pelo filme fora Nimue mostra ser poderosíssima.
Há pouco de excecional neste filme, mas também não peca por muito. Pela longa-metragem fora vemos um soberbo trabalho de design, coreografias interessantes e uma história que acaba por ser minimamente divertida.
Não é a segunda-vinda de Hellboy que esperava, mas não é por isso que deixa de entreter. Não me sobram dúvidas que sem a sombra de Del Toro a receção seria outra, mas também há que admitir que sem o esforço dele Marshall nunca teria esta oportunidade.
Hellboy acaba por saber a pouco, mas recomendo-o sem hesitar, especialmente aos que já viram os dois “Capitães Marvel”.
6/10
-Henrique V.Correia
Jovem dos 7 ofícios com uma paixão enorme por tudo o que lhe ocupe tempo.
Jedi aos fins-de-semana!