Cinema: Crítica – Evangelion:3.0+1.01 Três de Uma Vez
Evangelion:3.0+1.01 Três de Uma Vez chega ao público internacional através do serviço de streaming da Amazon. Quase uma década depois do terceiro filme desta “re-imaginação” estamos perante uma obra-prima do cinema de anime?
Desde 1995 que Evangelion faz parte do imaginário dos fanáticos da animação japonesa. Personagens como Shinji, Rei, Misato e Asuka passam pela boca das pessoas e as suas histórias e combates geram discussões imensas questões sobre o que Hideaki Anno imaginava naquela altura para as suas personagens. Entretanto, em 1997 já tivemos uma pequena “re-imaginação” de Evangelion através da série de filmes Revival of Evangelion, mas, é com Rebuild of Evangelion (onde este filme se enquadra) que realmente existe uma grande mudança em toda a história, ao inserir novos eventos e novas personagens. O mais impressionante, foi mesmo o facto de, terem conseguido lançar três filmes no espaço de cinco anos (entre 2007 e 2012) mas foram precisos nove anos (ou catorze, se formos a pensar desde o primeiro filme desta “nova saga”) para ser lançado o último capítulo da saga. No entanto, a espera vale completamente a pena.
Durante a história do filme, vemos Shinji, Asuka e Rei a vaguear pelo Japão, depois do final do terceiro filme, em que vemos tudo mas tudo completamente destruído. Por outro lado, Misato e Wille preparam-se para uma última batalha contra Gendo. O mais incrivel é que, em parte, deveriamos pensar que este filme seria uma confusão de explosões e imagens cativantes durante combates, quando, na realidade, começa por ser bastante calmo. Temos alguns momentos de serenidade entre as personagens, acabando por nos trazer um sentimento de “falsa calma”. Acabamos por ver, principlamente, Shinji, Asuka e Rei em momentos onde procuram um sentimento de esperança que lhes foi retirado. E são esses momentos que, mesmo não sendo o passo a que o filme segue, que são os mais importantes, para criar alguma confiança com o espectador e mostrar que, as personagens que pensavamos conhecer tão bem desde 1995, são outras pessoas e têm facetas que ainda não conheciamos, tornando-se assim um belo gesto de harmonia entre a verdade e aquilo que julgamos ser verdadeiro.
Por outro lado, a animação e a sua conjugação com a história é o que faz todo este filme ser tão impressionante. É notável, nos momentos em que sentimos calma, vermos tudo em câmara lenta e com promenores que só se estivermos muito atentos é que reparamos. Os fios de cabelo, a forma de andar, o sentimento que a personagem quer demonstrar. Por outro lado, nas cenas de acção em que os nosso protagonistas batem de frente, preparem-se. Vão ver uma enorme confusão aliada, de certa forma, a todo um visual impecável e, ao mesmo tempo, sujo. Por vezes, é capaz de ser imperceptivel o que se passa no ecrã e, ao mesmo tempo, sabemos tudo o que se passa. Além disso, a música alinha-se perfeitamente com todo o filme, seja ela cantada, ou apenas o instrumental. Conseguimos enquadra-la perfeitamente com a história, com o momento, com quem aparece no ecrã, com a ação que está a decorrer. Tecnicamente, podemos dizer que é virtualmente perfeito.
Por fim, gostaria de relembrar que toda a série Evangelion tem uma base bastante filosófica e tal é bastante acente durante o filme. Não é, no entanto, por isso que velhos e novos fãs, não vão conseguir disfrutar do filme. Finalmente temos um final certo e sem pontas soltas para a série idealizada por Hideaki Anno. Atrevo-me até a dizer que estamos perante um novo clássico!
Nota Final: 10/10
https://www.youtube.com/watch?v=bfnPzNFxxns
Evangelion:3.0+1.01 Três de Uma Vez estreia no Amazon Prime Video a 13 de Agosto
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.