Cinema: Crítica – Covil de Ladrões – Pantera
O que acontece quando a sequela leva a acção para a Europa? Em Covil de Ladrões – Pantera, vemos tudo isto, quando caos Americano chega ao nosso continente.
Quando Covil de Ladrões estreou em 2018, no frequentemente considerado amaldiçoado mês de Janeiro – uma tendência cada vez mais alterada nos últimos anos – o filme foi um sucesso guardado com muito segredo perante fãs do cinema de acção de Hollywood. Com um elenco composto com vários elementos conhecidos do público, desde Gerard Butler, O’Shea Jackson Jr., 50 Cent, entre outros, a surpresa veio na forma muito competente como abordou o conceito dos filmes de assaltos, com diversas camadas e narrativas paralelas, que acabariam por se interligar ao grande clímax intenso. Quase de imediato se ouviu numa possível sequela, e ela finalmente chegou na forma de Covil de Ladrões – Pantera.
Após os eventos do primeiro filme, Nick (Butler) vê-se numa posição difícil. Após ter falhado a captura de Donnie (Jackson Jr.), este apanha o seu rasto no sul de França, em pleno distrito mundial dos diamantes, a planear mais um assalto épico; desta vez com uma equipa nova e especializada. Ao se encontrarem, Nick alega que está farto do jogo e que as suas motivações financeiras o fazem deixar de ser o caçador, querendo juntar-se à vida de crime e de riqueza infinita.
Enquanto que o primeiro filme é facilmente considerado, pelo menos, um dos mais intrigantes filmes de acção pura e dura dos últimos anos, a sua sequela sofre demasiado pelo cliché do “americano que quer quer fazer coisas á Americana na Europa, mas não tem o mesmo impacto”, num filme que cai constantemente nas suas ideias óbvias, mas que ainda consegue, de vez em quando, ter uma ou outra ideia verdadeiramente boa.
A acção não tem a mesma intensidade, e ainda que os riscos possam aparentar serem muito maiores, não é inteiramente perceptível quais as consequências, por mais que o filme nos tente dizer. Há umas vagas aparições de esperança que o potencial apresentado será, de algum modo bem explorado, é frequente o sentimento das coisas parecerem que ficam a meio.
Christian Gudegast é um cineasta que tem apenas quatro filmes creditados, e os seus altos e baixos – o outro alto seria Um Homem À Parte, e no inverso da moeda, Assalto a Londres – por isso poderá-se dizer que sequelas não são propriamente o seu forte. No entanto, tem uma enorme noção de como preparar um filme sólido e que agarre a atenção do espectador, mas que nesta obra acaba por perder o seu rumo.
Assim, Covil de Ladrões – Pantera tinha tudo para ser uma das grandes sequelas do ano e repetir o feito do filme anterior, acabando por não conseguir acompanhar com as suas intenções iniciais como muito deseja. O elenco é sólido, como também algumas ideias, mas a execução fica aquém para quem procura a mesma loucura e intensidade.
Nota Final: 5/10
Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.