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Cinema: Crítica – Corre! (2020)

Quando Aneesh Chaganty, em conjunto com o argumentista Sev Ohanian, ofereceram-nos em 2018 um dos thrillers mais interessantes do ano, com Pesquisa Obsessiva, era claro como o dia que a dupla tinha muitas mais cartas debaixo da manga. Dois anos mais tarde, eis que estreia Corre! (Fuja, no Brasil), continuando o seu legado no cinema de terror.

Diane (Sarah Paulson) é a mãe protectora de Chloe (Kiera Allen, na sua estreia no cinema), uma jovem com diversos problemas médicos e que requer uma monitorização constante, inclusive sendo uma estudante em casa. Um dia, Chloe suspeita que a sua mãe lhe está a esconder algo sobre a sua medicação, que causa um grande problema familiar.

É com uma incrível construção de tensão que Chaganty articula com Paulson e Allen cenas genuinamente assustadoras, enquanto torcemos por Chloe na sua busca da verdade, enquanto Diane é a personificação máxima de o que é uma mãe galinha, onde nada lhe irá impedir de proteger a sua filha do mal.

Estamos perante uma obra que desde cedo nos intriga, ao lançar algumas pistas a demonstrar alguma da estranheza da vida de Chloe, desde da sua condição física, estando ela dependente de uma cadeira de rodas; à quantidade abismal de medicamentos que a mesma tem que tomar para as suas várias doenças, passando pelo facto de ela não ter um smartphone ou acesso permanente a um computador. Todos estes elementos são mostrados de forma casual, mas são capazes de incomodar o suficiente para que as suspeitas se levantam logo de inicio.

Considerando que passamos a maioria do tempo com Diane e Chloe, é de louvar a actuação de Sarah Paulson, que tem uma espécie de magnetismo para papéis como estes, onde recentemente vimos algo semelhante em Ratchet, uma das mais recentes séries da Netflix, e que aqui continua a sua loucura inerente. Do outro lado, está Kiera Allen, que está à frente da representação de actores com deficiências físicas, ao qual ela e Chaganty foram capazes de utilizar as circunstâncias para benefício da narrativa, e pelo meio, tornar Allen numa das grandes jovens promissoras do cinema independente.

Com isto, Corre! pode agarrar numa fórmula clássica, com uma margem de manobra muito reduzida e em troca, é capaz de combinar umas das melhores actrizes com facilidade de personificar a loucura e uma jovem promessa, num filme onde escapar, seja de que forma for, é a ordem do dia. Se Aneesh Chaganty e Sev Ohanian manterem esta parceria no futuro, é certo que terão muito para contribuir ao género

Nota Final: 7/10

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