Cinema: Crítica – Copshop – Não Fazemos Prisioneiros (2021)
A recente onda de filmes a invocar todo o esplendor vintage e retro do cinema parece que está para ficar, e Joe Carnahan está a aproveitar cada segundo com um aparente sorriso na cara. O argumentista, produtor e realizador lança o seu segundo filme em 2021, depois de Boss Level – O Último Nível, e traz novamente Frank Grillo à ribalta em Copshop – Não Fazemos Prisioneiros.
Teddy (Grillo) é um homem em fuga e o seu plano para se proteger de Bob (Gerard Butler), um assassino contratado, é ser capturado pela polícia e ficar sob vigia dentro de uma esquadra. Eis que Valerie Young (Alexis Louder), uma novata da esquadra de Gun Creek, vê-se no meio de um jogo de rato e gato, onde as aparências e as intenções iludem.
A irreverência é o que faz mover uma narrativa que pode não apresentar nada de novo, mas aqui fá-lo com todo o gozo e divertimento que as suas falhas são quase imperceptíveis, sobretudo quando a acção tende ser um gosto em ver. É claro que o objectivo aqui é trazer de volta os velhos bons tempos, onde os carregadores de balas eram quase infinitas, e quem tivesse um revólver de alto calibre ganhava o jogo, seja qual ele fosse.
Copshop – Não Fazemos Prisioneiros são quase duas horas que trazem de volta ao grande ecrã uma variante de momentos clássicos de filmes que vão desde Assalto à 13.ª Esquadra, a Shaft – Mafia em Nova Iorque, passando por quase toda a filmografia de Charles Bronson; tudo com diálogos construídos num tom que acerta em cheio tudo aquilo que o cinema dos anos 70 representava.
Muito disto cai sob as actuações de um ensemble inesperado. Grillo e Butler mostram novamente que conseguem facilmente encarar personagens menos sérias, mesmo com a carga de “heróis de acção” nos seus ombros; mas é Louder que faz uma grande presença, sobretudo depois de protagonizar a série Watchmen, e uma eventual aparição de um assassino psicopata, interpretado por Toby Huss, que o caos é libertado e as regras do jogo mudam.
No entanto, Copshop – Não Fazemos Prisioneiros não é perfeito, nem o quer ser próximo disso. É um filme que quer, com muito estilo, regressar os tempos de outrora, onde Joe Carnahan quis fazer a sua versão definitiva. É um bom esforço, um que é original o suficiente para não ser mais uma imitação. Acertar no alvo é opcional quando estamos-nos a divertir.
Nota Final: 7/10
Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.
Vale como um bom passatempo.