Cinema: Crítica – Companion
Sophie Thatcher e Jack Quaid protagonizam Companion, uma comédia-romântica com uma reviravolta que nos leva numa aventura surpreendente.
Drew Hancock já tem uma carreira invejável na televisão, passa agora por uma transição para o grande ecrã com Companion (Acompanhante Perfeita, no Brasil), uma comédia-romântica com uma pitada de ficção científica e terror, conta com uma reviravolta diferente, numa premissa que poderia ter saído da série Black Mirror.
Iris (Sophie Thatcher) está loucamente apaixonada por Josh (Jack Quaid). Quando ambos decidem juntar-se com seu grupo de amigos – Kat (Megan Suri), o seu namorado rico Sergey (Rupert Friend), e o casal maravilha Eli (Harvey Guillén) e Patrick (Lukas Gage) – o pior acontece quando um deles é morto, acabado por despoletar uma narrativa que prossegue por caminhos inesperados.
É difícil falar de Companion sem revelar a reviravolta que define uma grande parte do filme, mas o espectador é levado numa aventura moral, entre o certo e o errado, onde as personagens revelam-se através de uma série de eventos; tudo após o incidente violento que causa uma espiral sem precedente.
Este é um filme que se assenta como arriscado, abordando temáticas tradicionais do género, e incluindo a tecnologia, com uma genica imperdoável, adulterando as nossas expectativas de uma forma eficiente, nunca ficando mais tempo do que é bem-vindo, contando tudo em apenas hora e meia.
Com um elenco equilibrado – entre Thatcher que carrega o filme às costas, Quaid que aproveita novamente a personagem-tipo ao qual está habituado, enquanto que Gage e Guillén complementam o terror – a verdade é que o conjunto acaba por funcionar de forma dinâmica durante toda a obra. Por outro lado, a realização de Hancock garante que o filme se mantenha envolvente, construindo um universo plausível, sem recorrer a ideias demasiado fora da caixa para resolver as suas reviravoltas.
Enquanto que existam questões filosóficas sobre o quão a tecnologia está tão arraigada no nosso dia-a-dia, e como nós funcionamos perante as suas evoluções, mantendo uma normalidade; esta abordagem está principalmente a um nível superficial, contribuindo de uma forma activa e não incomodativa à narrativa na sua parte mais intelectual, como também do seu lado mais sátira.
Assim, Companion é um filme misterioso, cujas intenções são de nos deixar a pensar em como nós como sociedade permitimos a tecnologia co-existir com as nossas falhas humanas, e as consequências das nossas acções. É um filme que mistura humor, terror e temas intrigantes, com um elenco mais que competente para atrair a atenção do espectador de uma forma convincente. O amor acontece, pelos vistos.
Nota Final: 6/10
Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.