Cinema: Crítica – Com Amor, Simon (2018)

Todos merecem uma grande história de amor. Com Amor, Simon promete ser um dos melhores filmes juvenis dos últimos anos!

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Em Com Amor, Simon (2018), o protagonista Simon (Nick Robinson) debateu-se toda a vida com um problema, como se assumir como um rapaz homossexual. Um dia, um aluno da mesma escola, intitulado como Blue, assume-se anonimamente na internet como gay e Simon, com o nome Jacques, decide começar a trocar e-mails de modo a apoiarem-se mutuamente, surgindo eventualmente uma relação amorosa. Ao deixar o seu e-mail aberto na escola, um colega faz chantagem com o protagonista, forçando-o a mentir aos seus melhores amigos e família de modo a manter o seu segredo oculto. Realizado por Greg Berlanti, escrito por Isaac Aptaker & Elizabeth Berger (This is Us) e baseado no aclamado romance de Becky Albertalli, Com Amor, Simon é uma história apaixonante e sincera sobre a vida de um jovem adolescente na descoberta da verdade sobre si próprio e o seu primeiro amor.

O filme destaca-se principalmente pelo seu elenco e representações excecionais, tornando-se num filme a não perder no género juvenil. A história apresenta sempre um mistério em relação à personagem de Blue, em que o espetador não visualiza somente o Simon a escrever no computador, mas também imagens da pessoa idealizada por ele, manipulando de certa forma a conclusão de quem será este Blue. O terceiro ato é claramente previsível, tanto em relação ao seu interesse amoroso anónimo como nas mentiras que é forçado a criar ao longo do filme, no entanto, isto não retira qualidade ao filme. A química de Simon, interpretado por Nick Robinson, com os outros atores é bastante natural devido ao diálogo excelente que consegue retratar exatamente o tipo de personalidades juvenis pretendidas, seja na sua relação com os melhores amigos, Leah (Katherine Langford), Abby (Alexandra Shipp) e Nick (Jorge Lendeborg Jr.) ou colegas de escola, Martin (Logan Miller), Bram (Keiynan Lonsdale), Cal (Miles Heizer).

A interação que mais se destaca neste filme é possivelmente a de Simon com os seus pais, interpretados por Josh Duhamel e Jennifer Garner, e a sua irmã Nora (Talitah Eliana Bateman) que conseguem criar as cenas mais emocionantes e que se tornarão indubitavelmente importantes na atualidade. Este filme, será sem dúvida um auxílio enorme para os mais jovens exprimirem a sua orientação sexual dentro de casa ou com os seus amigos.

Com Amor, Simon consegue ainda abordar um dos tópicos comuns atualmente, nomeadamente o fascínio dos jovens pela cultura pop. O filme está recheado de referências populares, como o Harry Potter, Guerra dos Tronos, Adventure Time, Futurama, Deadpool, ou até mesmo The Beatles, entre outros, que acabam por criar momentos verdadeiramente hilariantes ao estarem integrados no enredo. Além disto, o protagonista contém cenas relacionadas com teatro e cinema. Todos os dias, depois das aulas, tem ensaios de uma peça teatral, onde conhecemos a professora de teatro, Mrs. Albright (Natasha Rothwell), que é capaz de tornar o filme mais divertido, contrariamente ao diretor da escola, Mr. Worth (Tony Hale), que não se perderia nada se algumas cenas suas fossem retiradas. No entanto, esta última personagem referida possui um detalhe que vale a pena mencionar, nomeadamente o seu interesse em ensinar normas de segurança aos seus alunos e ao mesmo tempo ao público-alvo do filme, sejam normas relacionadas com o álcool, sexo ou dependência tecnológica dos jovens.

Com Amor, Simon consegue assim juntar vários tópicos importantes da atualidade, tornando-se num dos melhores filmes juvenis a estrear nos últimos anos. É uma obra recheada de performances incríveis e que estreia na época ideal, o mês de Orgulho LGBT.