Cinema: Crítica – Barbie
Bem-vindos a Barbie, um filme com os c****** no sítio!
Barbie conta-nos a história da boneca mais conhecida do mundo, ou melhor, conta-nos a história do que acontece quando o zeitgeist corrente tem de ir de baixa psicológica.
Dizer que este filme tem opiniões e mensagens é uma constatação absurdamente divertida, este filme diz mais que muitas sagas inteiras, isto vindo de alguém que nunca escondeu o quanto gosta de super-heróis e Jedis. Gerwig e Robbie construíram aqui uma masterclass sobre a guerra dos sexos, desenvolvendo utopias em nome apenas para nos explicar que somos todos diferentes e podíamos ser mais felizes, neste filme expressamente e decididamente feminista.
Quem não gostar sairá a perder porque, mensagem à parte, a comédia é um destaque. O argumento é jovial e não perde uma oportunidade de nos atacar, faz-nos rir, faz-nos sentir, faz-nos pensar, faz o que devia: suscita emoções e diálogos. Vou-me admirar se este filme não for matéria de estudo daqui a uns anitos.
Tive receio que fosse mais um filme para escoar stock. Os cenários, adereços, maquilhagem, efeitos especiais, existem para nos levar a encarar tudo o que vemos como produtos, tudo neste filme é comercial numa clara paródia ao quão comercial tudo é.
Os personagens são todos divertidíssimos, alguns têm o desenvolvimento duma tábua de madeira, e outros são minuciosamente profundos.
Barbie é um filme visualmente guloso também, recorrendo a cores berrantes e cenários imaginativos. A banda sonora é outro ponto alto, como alguns já saberão.
No final de contas Margot Robbie e companhia juntaram-se para nos trazer o mais divertido filme de se produzir da década, e isso é evidente para quem o vê. É no seu núcleo um filme infantil para adultos, acredito que os mais pequenos também se divirtam, mas é preciso um certo nível de medo existencial para tirar real proveito desta história.
Não consigo deixar de recomendar este filme a todos, menos talvez aos que não gostem de cor-de-rosa.
CLASSIFICAÇÃO: 9/10
Jovem dos 7 ofícios com uma paixão enorme por tudo o que lhe ocupe tempo.
Jedi aos fins-de-semana!