Cinema: Crítica – Amigo Imaginário
A Blumhouse estreia mais um filme de terror com um conceito um pouco diferente. Será o suficiente para causar sustos?
Jeff Wadlow já é um dos colaboradores mais frequentes da Blumhouse, com o realizador ter feito Verdade ou Consequência e A Ilha da Fantasia, ambos filmes recebidos de forma muito amena junto ao público e a crítica. Agora, numa terceira tentativa, Amigo Imaginário leva-nos a um mundo onde nem tudo é o que parece.
Jessica (DeWanda Wise) é uma mulher que está a esforçar-se para integrar a vida de Tom (Tom Payne), e das duas filhas Taylor (Taegan Burns) e Alice (Pyper Braun). Quando estes mudam para a casa de infância de Jessica, ela descobre que o amigo imaginário que deixou é muito real e ficou muito infeliz com o abandono.
O que se segue é uma história de terror onde a imaginação não é a mais activa, prosseguindo por muitos dos clichés esperados do tipo de filme, substituindo “possessões” por “amigos imaginários”, acabando por resultar no mesmo, sem grandes deslumbres ou emoções. Mas há alguns esforços notórios por parte de Wadlow em tentar entregar uma obra competente, cumprindo efectivamente o mínimo requerido de entretenimento.
É difícil assim estarmos completamente a bordo com Amigo Imaginário, que nos vai levando pelos horrores de algo que está entre um espírito e um produto da nossa mente criativa, não assegurando inteiramente com convicção os conceitos que aborda. Em parte está uma narrativa que quer aplicar alguma lógica, o que nem sempre faz sentido. A tensão criada pelo amigo imaginário nem sempre se sente urgente, e os riscos não aparentam ser tão grandes. Esta mescla de ideias reflecte de igual forma na produção, jogando demasiado seguro para o seu próprio bem.
Isto é mais notório perante algumas inconsistências na história que conta, e no ritmo do filme, retirando muito do impacto sobre o espectador, que acaba por apenas aceitar o rumo de tudo o que está a acontecer, de forma muito passiva.
Por outro lado, o elenco vai cumprindo de forma eficaz a sua missão, sobretudo Braun, que encarna a personagem que mais se integra no universo, com uma curiosidade sobre o desconhecido que lhe leva a conhecer o imaginário. Wise também vale o destaque, sendo ela o fio condutor em compreender a narrativa.
Assim, Amigo Imaginário faz o que pode com um conceito minimamente interessante, mas com uma execução não tão bem sucedida, tropeçando nas múltiplas trupes do género, prevenindo-o de atingir o seu verdadeiro potencial,No entanto, fãs de terror psicológico poderão encontrar algo para apreciar no meio disto tudo.
Nota Final: 5/10
Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.