Cinema: Crítica – A Viagem de Arlo (2015)
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Pára tudo! Saquem dos lápis, das canetas e das máquinas fotográficas. Dêem um salto no ar (com freeze frame e créditos finais incluídos) e sorriam, porque pela primeira vez a Pixar lançou dois filmes com lugar marcado no mesmo calendário.[fbshare]
O primeiro, Inside Out, senta-se confortavelmente ao lado dos clássicos do estúdio como um exemplo do melhor que este tem para oferecer. Será este A Viagem de Arlo um The Land Before Time ou um We’re Back? (fiquem até ao fim para descobrir ou façam já um scroll e acabem com isto!)
Tal como acontecera com Ratatouille e Brave, A Viagem de Arlo (e para criar um paralelismo com o filme) teve uma viagem atribulada para o grande ecrã. O realizador original Bob Peterson saiu do projecto tendo sido substituído por Peter Sohn, do elenco original só sobreviveu Frances McDormand e a história sofreu algumas alterações significativas (algo para continuar daqui a uns parágrafos).
Arlo (Raymond Ochoa) é um pequeno dinossauro que está a tentar merecer o seu lugar junto da família. Ao contrário dos irmãos e dos pais (Jeffrey Wright e Frances McDormand), Arlo não encontra o sucesso pretendido tão facilmente.
Após uma outra falhada prova, cruza caminhos com um pequeno humano (Marcus Scribner) e a sua vida nunca será a mesma…
A Viagem de Arlo não é o filme mais complexo (pensem no anterior exemplo deste ano) ou extravagante (The Incredibles) da Pixar. A narrativa é simples, precisa e constrói-se à volta da pergunta: “O que aconteceria se o asteróide que levou à extinção dos dinossauros tivesse passado ao lado?”.
A resposta é uma história comovente, que consegue carregar nos botões certos para que não haja um olho seco a ver o filme.
Como a Pixar nos tem habituado, temos aqui uma parada de personagens carismáticas e memoráveis a preencher a tela. Desde o nosso protagonista (que prometo que é mais do que merecedor do seu boneco de peluche numa prateleira de Natal), ao vilão secundário Thunderclap (Steve Zahn), a Butch (basicamente, o Fred Ward com a voz do Sam Elliott) e o show-stealer Forrest Woodbush (o próprio Sohn e um excelente nome para uma Bond Girl).
Dois aspectos negativos que merecem um olhar mais suspeito são os irmãos de Arlo, Liddy e Buck, que têm uns papéis tão inglórios que são quase reduzidos a texturas de background e ao vilão principal do filme: uma tempestade – algo que pode fazer sentido no papel, mas que acaba por nunca resultar em pleno (lembram-se de James and the Giant Peach?).
Entre momentos verdadeiramente chocantes e que aterram com impacto (o que só faz bem aos mais pequenos!), A Viagem de Arlo está ainda repleto de algumas das ofertas mais deliciosas da Pixar: personagens irresistíveis, animação capaz de nos trazer uma lágrima ao canto do olho e cenas emocionantes que deixam cair essa mesma lágrima (eu estive lá quase!)
Pode não estar na fila da frente de clássicos do estúdio, mas disfruta de uma boa vista para lá.
PS: Para compensar as lágrimas quase derramadas, esta crítica foi escrita ao som de Slayer.