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Cinema – crítica: A Velha Guarda

Desde o final dos anos 70 que o Verão tem sido o período de excelência para Hollywood estrear os blockbusters.  Este é um ano atípico, sem estreia nos cinemas dos filmes que arrastam multidões. As plataformas de distribuição de conteúdos audiovisuais tentam responder com o que têm ou podem ter.
A Netflix lançou a 10 de Julho  A Velha Guarda, o seu blockbuster de Verão. Em 8 dias de difusão, o filme teve 72 milhões de visualizações em todo o mundo. Sendo já um dos enormes êxitos da Netflix (ler aqui a notícia)!

The Old Guard

A fórmula é básica: um grupo de mercenários humanitários que vagueiam por este planeta já há alguns séculos.  Inexplicavelmente são imortais. E quando chega um novo elemento imortal, a actividade secreta do grupo está ameaçada ao serem perseguidos para descodificação dos seus poderes secretos.
O argumento adapta para o ecrã a banda desenha homónima escrita por Greg Rucka, de publicações como Mulher-Maravilha ou Lazarus, e ilustrada por Leandro Férnandez.

Charlize Theron interpreta Andrómaca de Scythia, também conhecida como Andy, uma guerreira com alguns séculos de batalhas que anseia pelo fim da sua imortalidade. Ela faz parte do grupo de imortais, incluindo os antigos cruzados Luca MarinelliMarwan Kenzari como Nicky e Joe, um casal que conseguiu manter os seus ideais ao longo dos séculos, enquanto Matthias Schoenaerts, como Booker, é um antigo soldado de Napoleão que, como Andy, está pronto para o seu fim.
Andy e o seu grupo de combate são contratados por um antigo funcionário da CIA (Chiwetel Ejiofor) para uma missão aparentemente humanitária. Enquanto isso, um novo elemento (Kiki Layne) descobre ser o mais recente na linha de guerreiros selecionados aleatoriamente e relutantemente integra o grupo.

The Old Guard

Ao longo de duas horas a realizadora Gina Prince-Bythewood oferece um  veículo para Charlize Theron continuar a provar que é uma estrela do cinema de acção, das melhores na actualidade! As coreografias das cenas de acção são boas e na grande maioria foram protagonizadas pelos próprios, mas não atingem o impacto das cenas em Mad Max: Estrada da Fúria ou Atomic Blonde – Agente Especial.

The Old Guard

Contudo a realizadora Gina Prince- Bytherwood (A Vida Secreta das Abelhas) não se foca apenas na acção ou no entretimento típico dos blockbusters e acaba por recuperar o seu cinema mais intimista onde mostra as fragilidades e traumas das personagens. Acabando por provar que estes mercenários estão cansados da imortalidade, que têm sentimentos e estão dispostos a ajudar a humanidade.

The Old Guard

Contudo, o argumento escrito por Greg Rucka é previsível, e o espectador nunca consegue sentir que o grupo de velhas guardas está ameaçado. A maior tristeza de Andy já tem alguns séculos de encarceramento, pelo que ainda não é neste filme que o trauma fica resolvido.
Na banda desenhada existem mais três livros, e a Netflix já planeia desenvolver uma nova saga cinematográfica.

Nota crítica 6/10

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