Os mais e os menos vistos filmes portugueses em 2024

O cinema português esteve em cartaz nas salas de cinema ao longo de 2024. Entre as mais de 70 de produções com o carimbo “Portugal”, os espectadores tiveram a oportunidade de assistir a longas-metragens de ficção, documentários, e sessões de curtas-metragens. Inclusive, o maior exibidor nacional dedicou salas de cinema exclusivas para a cinematografia portuguesa.

Como habitualmente, o ICA – Instituto do Cinema e do Audiovisual foi dando conta dos resultados das produções e co-produções portuguesas nas salas de cinema. Com 2024 no seu fim, este é o momento de revelarmos o balanço anual.

As três produções que menos bilhetes venderam foram:
– Debaixo do Tapete, documentário de Carlos A. Costa sobre uma família que ganhava dinheiro com o tráfico humano, teve 2 sessões com um total de 31 bilhetes vendidos;
– O documentário de Tiago P. Carvalho em torno dos Discos Perdidos de um açoriano em Lisboa teve 8 projecções com um total de 64 espectadores;
– André Martins e Cristiano Rodrigues são a cara de “Imperfecthus”, um grupo humorístico que nasceu em Beja. Em dezembro lançaram na internet a nova produção, O Gordo Contra-Ataca. A longa-metragem teve 3 projecções no grande ecrã, que totalizaram 68 espectadores, e os bastidores da produção deram origem a um livro. O filme regressa ao grande ecrã, em Beja, no início do próximo ano.

No topo da tabela, encontramos apenas 6 produções que ultrapassaram a marca dos 10 mil espectadores, de entre as quais apenas duas atingiram a marca dos 100 mil bilhetes vendidos.

No seguimento do prémio em Cannes para Melhor Realização, Grand Tour chegou aos cinemas já sendo representante de Portugal na candidatura à Nomeação para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Grand Tour, de Miguel Gomes, somou 11 796 bilhetes vendidos nas salas portuguesas.

Em janeiro de 2024 chegou às salas de cinema A Semente do Mal, a primeira incursão no terror de Gabriel Abrantes. O filme teve a atenção de 16 998 espectadores nas salas de cinema portuguesas.

No ano em que se celebra os 50 anos do 25 de Abril, o realizador Rui Pedro Sousa lembrou as pessoas que perderam a vida nos acontecimentos de 1974. Revolução (Sem) Sangue somou 20 991 bilhetes vendidos.

Após o estrondoso sucesso de Curral de Moinas: Os Banqueiros do Povo, o regresso do realizador Miguel Cadilhe deu-se com a comédia Vive e Deixa Andar. Eduardo Madeira interpretou o desastrado Lucas, numa película com umuitas caras conhecidas do grande público, e Vive e Deixa Andar contabilizou 30 660 espectadores nas salas de cinema.

César Mourão e Júlia Palha protagonizam a comédia romântica resultante de um plano para atrair o amor, que Podia Ter Esperado Por Agosto. A estreia só foi superada por dois dos sucessos do cinema de animação do ano. No encerrar dos números da carreira comercial, Podia Ter Esperado Por Agosto, de César Mourão, somou 102 732 bilhetes vendidos.

2024 fica na história do cinema português como o ano do triunfante regresso da quadrilha mais famosa da 7ª arte nacional. A nova rocambulesca aventura protagonizada por Tone, Rato, Culatra e Bino em Balas & Bolinhos – Só Mais uma Coisa chegou às salas de cinema em agosto e superou os restantes filmes em cartaz.

Os espectadores estavam desejosos desta aventura com sotaque, permitindo que Balas & Bolinhos – Só Mais uma Coisa, de Luís Ismael, somasse 248 693 bilhetes vendidos. Foi a produção portuguesa mais requisitada nas bilheteiras dos cinemas, e o único título a superar a marca do milhão de euros de receita. Mais concretamente, as bilheteiras totalizaram um apuro bruto de 1 568 984 euros.
Balas & Bolinhos – Só Mais uma Coisa, é a única produção nacional que figura na tabela dos filmes mais vistos nos cinemas portugueses no ano de 2024, até 25 de dezembro.



ESTREIAS PORTUGUESAS MAIS VISTAS
ENTRE 1 DE JANEIRO E 25 DE DEZEMBRO DE 2024

Dados ICA – Instituto do Cinema e do Audiovisual; Ordenado por número de espectadores.

Ricardo Lopes

Começou a caminhar nos alicerces de uma sala de cinema, cresceu entre cartazes de filmes e película. E o trabalho no meio audiovisual aconteceu naturalmente, estando presente desde a pré-produção até à exibição.