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BD: Crónica – Rachel Rising

Rachel Rising 1Na banda desenhada americana são pouquíssimas as revistas a preto e branco. Regra geral, a cor é muito valorizada pelas editoras, pelas equipas criativas e pelos próprios leitores. Mas esta regra tem algumas excepções!

Terry Moore é uma dessas excepções. Ele desenha (e escreve) todas as suas revistas a preto e branco e publica o seus livros através da sua editora Indie (a Abstract Studio), tendo muito pouco material publicado noutras editoras.[fbshare]

Apesar de andar um pouco “escondido” da generalidade dos leitores de Banda Desenhada, não se pode dizer que seja um autor completamente desconhecido ou sem méritos reconhecidos. Até porque já foi nomeado para os Harvey Awards (por Rachel Rising) e venceu os Eisner Award (com Strangers in Paradise)

Rachel RisingDe 1993 até 2007 escreveu e desenhou 90 revistas de Strangers in Paradise e quando terminou essa série deu inicio a uma nova fase, em que tem publicado séries mais curtas. Echo teve 30 revistas entre 2008 e 2011 e Rachel Rising tambem não deve ser muito longa.

Todas estas historias têm alguns factores em comum e que são a marca distintiva deste autor. As historias que Terry Moore conta são sempre muito humanas e é fácil o leitor criar uma relação com as personagens das suas revistas. Isto porque as historias são construídas à volta das personagens e dos acontecimentos que vão ocorrendo, por isso o enfoque principal não é nos os eventos em si, mas nos reflexos que esses mesmos eventos tem nas personagens e nas relações que existem entre elas.

Rachel Rising

      • O desenho a preto e banco acaba por realçar ainda mais a historia e a intensidade que Moore quer incutir aos seus livros.

O seu traço é muito simples e consegue contornar facilmente uma das desvantagens da ausência de cor, que é a dificuldade que o leitor pode ter em percepcionar profundidade nos diferentes painéis. Além disto o desenho a preto e branco pode ser muito confuso com traços sobrepostos, levando a uma difícil interpretação da imagem/cena (o que nao é o caso nos trabalhos de Terry Moore)

Este último aspecto é muito importante porque a cor ajuda a separar diferentes elementos do desenho (e da acção), mas a ausência de cor obriga a que a tudo seja pensado com mais cuidado para que não crie confusão no leitor nem o obrigue a parar a leitura só para tentar entender o que está a olhar. Aliás, qualquer leitor de banda desenhada sabe que o ritmo de uma  revista é muito importante, e se este é quebrado por ninudencias, a revista acaba por não ser tão satisfatória e mais facilmente vamos comprar o próximo número dessa revista.

Rachel RisingRachel Rising é a historia de Rachel que é estrangulada até à morte, é enterrada e depois ressuscita. A premissa até nem parece muito original, mas como eu disse antes, as historia de Terry Moore são centradas nas suas personagens. Neste caso Rachel não sabe o que lhe aconteceu e vai descobrindo aos poucos os motivos pelos quais ainda está viva. Aqui entre nós… Rachel não está morta porque ela, e outras mulheres, foram julgadas por bruxaria e morreram queimadas na fogueira. Uma das bruxas jurou vingança e agora está de volta para destruir a cidade que a condenou à morte 200 anos antes.

Por isso esta é uma história cheia de tensão e horror que está magistralmente bem contada. Os momentos de tensão chegam a ser palpáveis e ao longo destes meses o leitor foi sendo “brindado” com alguns clifhangers capazes de nos deixar em pulgas para ler a revista seguinte (cerca de 6 semanas depois).

E tu já leste alguma revista desta serie?

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Nelson Vidal

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2 thoughts on “BD: Crónica – Rachel Rising

  1. É muito bom, mete o Walking Dead a um canto em termos de terror e situações inesperadas (o casal de futuros noivos a assassinar-se e o acidente na auto estrada são de um impacto visual brutal).

    Já era tempo de alguma editora em Portugal pegar nestas obras primas (Devir, I am looking at you).

    Echo também foi uma lufada de ar fresco numa altura em que as duas grandes editoras andavam metidas em Guerras Civis e Crises Finais, Terry Moore contava uma história com principio, meio e fim que não falhava em nenhum aspecto e que até foi o primeiro a usar o acelerador de particulas (não, o Suiço, uma versão secreta Norte Americana) como arma de ‘vilões’.

    Eu infelizmente tive a minha experiência de leitura final da série prejudicada porque a “Previews” decidiu não fazer chegar o penúltimo número da série ao meu ‘dealer’ e perdi o desenlace de quase 4 anos de trama (se alguém tiver um número #29 a mais que queira dispensar, eu agradeço).

    Rachel merece a atenção de todos, é actual, é cool, tem mulheres lindas (Terry Moore desenha mulheres a sério como ninguém) e é um comic extremamente bem documentado, tudo o que o criador apresenta é o resultado de uma pesquisa profunda.

    P.S.: A história não é aconselhavel aos apreciadores de ‘A Bela Adormecida! da Disney, o Sr.Terry Moore conta num dos capítulos a verdadeira história dessa ‘Princesa’, é deverás macabra.

  2. Olá Diogo

    para mim o Walking Dead já perdeu muito do seu valor, parece-me que andou 1 ou 2 anos perdido e agora vive do “hype”

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