BD: Crítica – Tony Chu, Detective Canibal vol. 3 – Enfarda Brutos
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Por esta altura já deves saber quem é Toni Chu: um agente federal cibopata, ou, por outras palavras, alguém que tem o poder de receber impressões psíquicas de qualquer coisa que coma (excepto a beterraba). Uma particularidade bem mais interessante do que a de Gwen Dylan em IZombie, não é? [fbshare]
As coisas começam-lhe a correr melhor, já arranjou uma namorada, a amizade com o seu parceiro vai de vento em popa, e até o chefe dele já não o chateia tanto como de costume… mas, alguém como ele, e com a profissão que tem, nunca poderá ter muito sossego – o que se comprova logo com a primeira página do livro, com a sua apaixonada coberta de sangue.
Neste volume encontra-se de tudo: Chu a tentar ter uma vida “normal” com a sua Amélia, Galos “luchadores”, um clube secreto que adora comer espécies de animais em vias de extinção, um ex-colega cada vez mais psicótico, ficamos a saber mais do passado de Tony Chu e da sua ex-namorada passada dos carretos, e somos apresentados à sua estranha família, para, mesmo no final, sermos surpreendidos com algo inesperado.
Enfarda Brutos é, quanto a mim, o mais engraçado dos três volumes que saíram até à data. Não só toca numa variedade incrível de temas, em tão poucas páginas (aqui não há lugar para “enche-chouriços”), como consegue encaixar imensos gags, sem nunca perder o rumo na sua trama. Ah, já para não falar da brutalidade de alguma da “deliciosa” violência que salpica, literalmente, aqui e ali. A minha cena favorita é a primeira vinheta da penúltima página do Capítulo 1. Se, no terceiro capítulo temos um tributo aos filmes de Quentin Tarantino, aqui temos uma referência ao popular agente ao serviço de sua Majestade: Bond, James Bond. Mas não saltem logo para essa página, até porque o primeiro capítulo não tem uma história linear, com vários saltos temporais ao longo das suas 22 páginas.
Apesar de não ser fã da arte de Rob Guillory, o seu estilo adapta-se perfeitamente ao argumento e cumpre com os mínimos exigidos, não comprometendo a qualidade global desta banda desenhada. Quando ao livro em si, tem o selo de qualidade da G-Floy Studio Portugal, que consegue aliar um excelente papel a uma boa encadernação cartonada e uma excelente tradução, por um valor inferior à edição original americana de capa mole! Apenas 9,99€ e sem a ajuda de ser uma publicação alavancada por um jornal, o que é obra, comparando com outras edições do género.
Em suma, TCDC 3 é um carrossel de acção, humor e violência que deverá ser seguido por todos aqueles que gostam do género. Imaginem uma amálgama de Evil Dead/Army of Darkness, Reservoir Dogs e Pulp Fiction, Arma Mortífera e IZombie num liquidificadora.
Hugo Jesus
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Co-criador e administrador do Central Comics desde 2001. É também legendador e paginador de banda desenhada, e ocasionalmente argumentista.