BD: Crítica – Thanos Rising #1
No Verão de 2012 tive a minha grande alegria quando, já bem no final do filme de “Os Vingadores”, foi me presenteado cerca de 5 segundos do meu vilão favorito da Marvel: Thanos. Não saltei da cadeira nem comecei aos gritos no cinema porque podia passar a imagem errada, mas confesso que perceber que o caminho do segundo filme poderá ter como pano de fundo este vilão e os seus esquemas foi algo que me entusiasmou.[fbshare]
A série “Desafio Infinito”, a história de um vilão que ambiciona oferecer a destruição do Universo à Morte como prova de amor e simultaneamente conseguir com relativa facilidade vencer os melhores super-heróis da Marvel marcou muito um miúdo lamechas, ávido da combinação perfeita entre destruição cósmica e uma boa história de amor.
Em 2013, a Marvel parece querer apanhar a onda e construir uma certa estratégia à volta desta personagem (que só tinha tido uma mini-série recentemente chamada “Thanos: Imperative”). É por isso normal que surja esta nova mini-série “Thanos Rising” e ainda o anúncio da preparação de um evento enorme chamado “Infinity”. A aposta é forte e com certeza dará os seus frutos.
Foi pois com enorme entusiasmo e expectativa que recebi o primeiro issue desta série. Não conhecia o trabalho de Jason Aaron nem o de Simone Bianchi, mas não sei se gostaria de estar nos seus sapatos: a responsabilidade de pegar numa personagem criada por Jim Starlin e com um peso enorme no Universo Marvel, e ao mesmo tempo corresponder às expectativas dos ávidos fãs não é tarefa nada fácil.
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Nesta primeira incursão, Jason Aaron retrata o nascimento e os primeiros anos de Thanos em Titan. Percebe-se que o argumentista quis desviar-se do cliché da criatura que se tornou em vilão porque foi gozada em criança: aqui Thanos é retratado como uma criança calma, sensível, com laivos de artista e que se torna q.b. popular na escola. No entanto, desde a nascença que o signo da Morte está associado e tal simbolismo vai persegui-lo para o resto da sua vida.
Ao longo deste issue, denota-se o extremo cuidado que Jason Aaron teve na narrativa e de não deixar nada ao acaso.
Já Simone Bianchi é uma desilusão do princípio ao fim: o desenho não é nada entusiasmante nem se adequa à personagem e apresenta, em certas páginas, problemas com anatomia. Tudo parece insípido e sem grande inspiração. O colorista Simone Peruzzi também não ajuda nada à festa, dando um visual completamente foleiro a Thanos (umas cores a puxar o pseudo-Tron) bem como aos cenários.
A mini-série começa a meio gás, não surpreende e definitivamente não é atractiva do ponto de vista gráfico. No entanto, recomendo para quem, como eu, é apaixonado por esta personagem e tem capacidade de sacrifício para aguentar mais um bocadinho e esperar por uns próximos números mais surpreendentes.
Classificação: 6/10
Miguel Peres
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Co-criador e administrador do Central Comics desde 2001. É também legendador e paginador de banda desenhada, e ocasionalmente argumentista.
ola Miguel Peres
eu dava uma pontuação um bocadinho superior.
concordo que a Simone Bianchi tem alguma dificuldade em desenhar faces mas neste caso não me parece muito relevante, afinal de contas são aliens.
quanto ao argumento, sinto que este comic sofre do mesmo mal de muitos outros.
embora eu não conheça Thanos, acho que é complicado escrever algo muito apelativo qd a personagem é essencialmente conhecida por ser um vilão,
os vilões podem ter historias muito emocionantes, mas se são conhecidos pelas atrocidades que cometem, é difícil o leitor esquecer-se que aquele ser horrível já matou milhões de pessoas mas teve uma adolescência comum e com a qual podemos empatizar.
para mim, este titulo entra naquela categoria de historias que fica muito bem num TPB, se possivel (€€€) com um busto do Thanos a condizer
e talvez algum dia no meio de uma revista dos Avengers qq fã se lembre de pensar: “isto faz mais sentido depois de se ler aquele tpb que eu tenho lá para casa” 🙂
eu não leio Avengers, mas se lê-se podia dizer que há pelo menos 2 pessoas que perceberam a piada daquela linha na 3ª pagina 🙂
Abraço
Hey Nelson.
Eu percebo o teu ponto de vista, mas de tantas abordagens que podes fazer a Thanos, acho que esta foi a menos conseguida em termos gráficos. Talvez esteja muito agarrado à imagem do Thanos de Jim Starlin, mas a verdade é que até a do Thanos Imperative me pareceu melhor que esta. Acho que mesmo sendo aliens, poderia ter conseguido melhor.
Quanto ao argumento, sim, a personagem tem tanta história que ao criares a sua origem, fica sempre aquém das expetativas. Sinceramente eu acho que este título não vai ter o impacto que se espera. Talvez o “Infinity” sim, este é capaz de passar um pouco ao lado como o “Thanos Imperative”.
Abraço