BD: Crítica – Fatale Vol. 3 – A Oeste do Inferno
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Li de rajada os três livros de Fatale editados em português, para dar a minha opinião deste último que saiu, “A Oeste do Inferno” aqui para o Central Comics , e fiquei admirado como este corta com o estilo usado nos tomos anteriores.[fbshare]
Se nos primeiros volumes temos, em cada um, um arco de história onde a narrativa temporal vai andando para a frente e para trás mas mantendo sempre como elo de ligação a nossa bela Josephine e Nicolas Lash, neste temos 4 contos de terror distintos, em 4 épocas diferentes, e sem Lash. Além disso, o género “Policial” também é posto de lado (ou suspenso, pois ainda não sei o que vai acontecer nos restantes 2 volumes da série).
O livro começa em Texas, em 1936, onde Josephine encontra um velho autor de pulp fiction em crise de escrita há muitos anos e que vive com o fantasma da sua mãe. A seguir passamos para França (1286), com a nossa “heroína” aqui dando-se com o nome de Mathilda, presa a uma fogueira acusada de bruxaria e pronta a ser sacrificada, mas que acaba por escapar e fugir para a Floresta onde conheço o velho Ganix. Este é, de longe, o meu conto favorito, e curiosamente o que mais foge de tudo o que foi escrito até este ponto. Seguidamente saltamos para o século XIX (Colorado, 1883), onde a nossa femme fatale, agora como Bonnie “Black é procurada pela polícia, e é capturada por um índio que acaba por ser o primeiro sujeito que consegue opor-se à sua magia de irresistibilidade que consegue provocar em todos os homens. E terminamos em 1943, em plena II Guerra Mundial, onde nazis pertencentes a um culto, andam atrás de Josephine enquanto esta anda atrás de respostas.
Com fortes influencias ‘Lovecraftianas’, este volume será certamente do agrado dos amantes do género e também não deixará defraudado o sentimento de quem prefere o policial Noir, género mais presente nos anteriores volumes, mas apesar de não ser aqui o estilo mais marcado, não deixa de, subtilmente, ser uma constante não só pela forma como o argumento flui, mas também pelo traço Sean Phillips e pelas cores de Elizabeth Breitweiser e Dave Stewart. E é precisamente na cor que gostaria de terminar esta minha dissertação sobre este livro, pois gostaria de mencionar que, sendo este um volume de 4 contos em 4 épocas diferenciadas, teria uma maior profundidade se a paleta de cores alterasse entre elas. Por exemplo ter umas cores mais quentes em 1883 a lembrar os velhos westerns, ou umas cores mais frias, com a predominância azul, na história que se passa na Grande Guerra.
Fatale é uma grande série que deveria esta nas prateleiras de todos os leitores de BD.
Por fim falta referir que este é o volume mais curto até ver, e custa tanto como o volume 2, e mais um euro que o primeiro, mas mesmo assim vale todos os 999 cêntimos que se dá por ele.
Fatale Vol. 3 – A Oeste do Inferno
Ed Brubaker e Sean Phillips
G-Floy Studio Portugal
Classificação: 8/10
Dário Mendes
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Imagens gentilmente cedidas pela G.Floy Portugal
Dário é um fã de cultura pop em geral mas de banda desenhada e cinema em particular. Orgulha-se de não se ter rendido (ainda) às redes sociais.