BD: Crítica – Age of Ultron
Já anteriormente abordamos o mais recente projecto da Marvel, aquando da critica a Fantastic Four #5 Age of Ultron e agora que o evento terminou chega o momento de uma avaliação final.[fbshare]
Age of Ultron é o segundo evento da editora norte americana que acompanho “ao vivo” e enquanto está a ser publicado. O primeiro evento que acompanhei foi o Avengers vs X-Men e não o achei muito bem conseguido na medida em que cada revista tinha um escritor diferente e isso levou a que não tivesse uma escrita homogénea ao longo de todo o arco, senti que não era possível perceber a “voz” de cada um dos escritores envolvidos e não me pareceu haver um bom argumento para defender uma equipa tão vasta de criadores para esse evento.
Algumas das revistas foram bem conseguidas, mas a avaliação geral que faço ao evento não é muito positiva. Fica na memória o essencial, que se resume desta forma: os alguns mutantes lutaram com os não-mutantes por causa da Fénix, morreram algumas personagem importantes e alguns que eram Bons agora são Maus (nomeadamente o Ciclope).
Um ano depois o melhor que se posso dizer desse evento é que esteve na origem da revista All New X-men (também escrita pelo Bendis). Também é importante que se diga que esse evento mudou de facto o status quo do universo Marvel e que houve mudanças significativas em varias revistas da editora.
Este novo evento, é mais congruente e nota-se que a Marvel tirou algumas boas ilações da experiência anterior – desta vez todas as revistas são escritas por um autor – Brian Michael Bendis – Muitos artistas, como é habitual, mas apenas um escritor, que nos dias que corre parece estar em todo o lado.
O enredo de Age of Ultron pode dividir-se em duas partes: sendo a primeira parte até a revista #5.
Até esse número o desenvolvimento da narrativa foi lento e com pouca acção, mas apesar de tudo foi interessante ver os heróis confrontados com um mundo completamente destruído e pós-apocalíptico (talvez inspirado em AKIRA?), em que Ultron (um robot com inteligência artificial) aniquilou vários super-heróis importantes e uma parte substancial da humanidade foi dizimada.
Na segunda parte o enredo é menos linear, são várias as viagens no tempo, quer viagens para o passado, quer viagens para o futuro em que fica claro que não se deve brincar com o passado – TODA A GENTE SABE QUE NÃO SE DEVE BRINCAR COM AS VIAGENS NO TEMPO… excepto o Wolverine….
Chegando à ultima revista a conclusão deste arco é perfeitamente previsível e percebe-se que não eram necessárias 10 revistas (e cerca de $39USD) para se chegar ao ponto em que tudo o que aconteceu antes foi desfeito! (houve um reset total!)
Apesar de tudo, existem 2 consequências para o futuro:
1º a continuidade espaço-tempo foi danificada, e por isso é possível que a Marvel use isso para um “crossover” com o universo Ultimate.
2º a Angela (personagem do Neil Gaiman para o universo Spawn da Image) teve a sua primeira aparição numa revista Marvel (o que não é propriamente uma novidade, uma vez já se sabia há algumas semanas que ela iria aparecer).
Vimos também uma imagem do Galactus, o que se pode considerar mais um teaser do que um desenvolvimento da história.
Até já me tinha esquecido que tinha visto o Galactus, só depois de reler a crítica toda é que notei que faltava aqui alguma coisa, e isto é sintomático de alguma coisa.
As páginas desta revista até tem algumas coisas que valem a pena ver e olhar, mas as historia em si não passa de um conjunto de acontecimentos colados entre si por diferentes desenhadores/artistas e com o objectivo de levantar questões sobre futuros eventos (por isso a maior preocupação da editora Norte Americana foi a continuidade da facturação deste franchise).
Algumas paginas de Age os Ultron #10 mais pareciam publicidade a futuros eventos.
É, por tudo isto, provavelmente o capítulo final de um evento mais anti climático que me lembro de ler e fiquei com a ideia que havia uma maior preocupação em preparar o caminho para novos eventos e novos títulos do que em terminar esta historia com um final memorável.
Recordamos que o próximo evento já tem nome: BATTLE OF THE ATOM
Uma parte desta crítica foi escrita antes de eu ler a ultima revista e já havia uma pergunta na minha mente em construção que se mantém depois de ler a ultima revista deste evento:
para que é que eu vou continuar a ler estes eventos, se eles nunca tem um fim, e se a principal preocupação da editora é preparar o caminho para novas revistas e novos eventos?
O Brian Michael Bendis escreveu no seu Tumblr que algumas pessoas vão conseguir apreciar melhor esta historia quando estiver concluída e poder ser lida na sua totalidade. Como já a li não tenho forma de discordar dele (e também não vou reler as 10 revistas), por isso se alguém ainda quiser ler/ ou reler gostávamos muito de ouvir opiniões.
Nelson Vidal
Dário é um fã de cultura pop em geral mas de banda desenhada e cinema em particular. Orgulha-se de não se ter rendido (ainda) às redes sociais.
Isto é uma crítica decente? Ao menos ponham alguém que realmente leia comics a fazer uma critica construtiva. E que saiba do que está a falar.
Boa tarde Filipe
todos os comentários são bem vindos! 🙂
esclareço que ti as 10 revistas e alguns tie.ins e por isso tenho conhecimento suficiente para dar uma Opinião deste evento, e a minha opinião mantem.se: não eram necessárias 10 revistas para uma conclusão tão pobre.
Olhando para o Todo, não vejo grandes motivos de interesse e tudo se resume em poucas linhas – viagens no tempo e respectivas consequências – (ver texto principal).
Obviamente que outras pessoas terão opiniões diferentes, e tem aqui muito espaço para comentar e deixar ainda mais opiniões 🙂
gostei desta saga, vamos ver que alterações serão feitas na editora com esta saga
spoiler….
(introdução da personagem Angela, da revista Spawn, e Galactus do universo tradicional no universo ultimate :))
“para que é que eu vou continuar a ler estes eventos, se eles nunca tem um fim, e se a principal preocupação da editora é preparar o caminho para novas revistas e novos eventos?” Opá, se a tua questão é esta, é melhor virares-te para outros sítios: é a tua sina enquanto leres Marvel ou DC.
O “Battle of the Atom”, já agora, não é um evento nos moldes deste, mas apenas uma storyline nos títulos principais da família alargada dos X-Men.
Mais geralmente: concordo que este evento foi pouco conseguido (o que não é raro), mas fiquei com uma impressão bem mais positiva do que tu acerca do A vs X, não só pela execução, como por ter efectivamente dado lugar a um novo status quo (já agora, chamar “mau” ao Ciclope é simplificar demasiado as coisas, não»?).
“nota-se que a Marvel tirou algumas boas ilações da experiência anterior” – Com isto, não concordo: quaisquer opções que a Marvel tenha tomado em relação a este não têm nada a ver com o anterior. Quem te ouvir pensa que a Marvel começou a fazer eventos a semana passada ;p
olá António Matos e obrigado pelo comentário
de facto quando se lê Marvel ou DC os eventos/crossovers são o prato da casa e como leitores somos frequentemente apanhados no meio destes mega projectos que as editoras promovem.
Talvez exista uma pequena diferença entre a DC e a Marvel no que toca á frequência desses eventos. Acho que a Marvel tem mais eventos e como leitor acabo por não gostar dessa linha editorial pq me obriga a gastar muito (€€€) para poder acompanhar o universo Marvel.
No AvsX não gostei nada da mudança constante de equipas criativas, alias isso é um dos motivos que me leva a olhar de lado para a Marvel – não me agrada mesmo nada seguir um titulo que muda frequentemente de artista. Nesse aspecto o Age of ultron foi mais “contido”, uma vez q teve apenas um escritor.
Na altura em que escrevi este texto realmente pensei que a Marvel ia deixar cair o modelo de vários escritores para um só evento. Infiniti e Inhumans pareciam comprovar esta teoria, mas o Batle of the Atom já segue o caminho do Age of Ultron…. não tenho bola de cristal e nao posso adivinhar nada….
No entanto como se percebe pelo que escrevi, acho que estas mudanças constantes retiram coesão ao evento e o tornam menos interessante..