BD: Crítica – 47 Ronin #1
“To know the story of the 47 Ronins to know Japan.” [fbshare]
“Conhecer a historia dos 47 Ronins é conhecer o Japão”
A premissa desta historia é muito simples, escrever a crítica é que é bem mais difícil porque implica ter que utilizar alguns termos que não são conhecidos para os ocidentais. Felizmente a revista vale bem os esforço! [fbshare]
A acção ocorre no Japão antigo (Abril de 1702) e tem como personagem principal Lord Asano, que é escolhido por um Shogun (um general) para entreter a família real.
Esta será a primeira vez que Lord Asano tem que desempenhar esta função e quando chega ao palácio do Shogun é apresentado a Kira Kozukenosuke Yoshinaka (1641-1702) que é o mestre de protocolo do governo militar (Bakufu’s highest ranking master).
Kira espera ser compensado para ensinar as normas de etiqueta a Asano, mas este entende que Kira não deve ser compensado por desempenhar uma função para a qual já esta a ser pago.
Como Assano não aceita subornar Kira a relação entre os dois fica muito crispada.
Kira faz tudo para embaraçar Assano, não desempenhando a função de mestre e colocando-o numa posição difícil (uma vez que não terá conhecimentos de etiqueta necessários para se apresentar à Família Real).
Mais tarde o conflito entre ambos chega ao ponto de Assano desembainhar a espada e atacar Kira. Não o matou mas foi julgado por isso e como consequência teve que se suicidar.
Apesar de todos estes conflitos esta não é uma historia de guerra.
- É uma historia sobre a Honra de um homem e dos Valores que defende.
Esta é uma revista com muitos e bons diálogos e nota-se que toda a equipa criativa pretende contar uma historia fidedigna e que retrate bem o tempo em que tudo acontece.
Apesar de ter muito texto, não é uma revista maçadora, e é bastante agradável para um ocidental que tenha pouco contacto com a cultura nipónica.
Tudo nesta revista tem uma sequência lógica e percebe-se perfeitamente as motivações de cada personagem. Outra coisa não seria de esperar de uma revista escrita por Mike Richardson, ilustrada por Stan Sakai, e com Kazuo Koike como consultor (Kazuo Koike – co-creador de Lone Wolf and Cub, Samurai Executioner, Lady Snowblood, Path of the Assassin, e Crying Freeman) – Stan Sakai é nipo-americano e Kazuo Koike é nipónico (e também não precisa de grandes apresentações).
Não sei se algum dos nossos leitores já conhecia esta historia, mas 2013 será um ano em que terá certamente outra oportunidade para a conhecer e se não quiser ler a revista, poderá ver o filme realizado por Carl Rinsch e com Keanu Reeves – infelizmente, pelo que ja conhecemos do filme não podemos esperar que seja muito fidedigno á historia original
Voltando à revista (que está a ser editada pela Dark Horse de 2 em 2 meses), é difícil encontrar algo de que não tenha gostado, apesar de não ser tão satisfatória como Saga #1, não deixa de ser bastante agradável e digna de recomendação.
P.S.: não me lembro de qualquer revista que tenha sido mais satisfatória que Saga #1, quando aparecer alguma revista que seja melhor, será certamente um evento de proporções épicas 🙂
(talvez o Saga #9… geek)
Nelson Vidal
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Dário é um fã de cultura pop em geral mas de banda desenhada e cinema em particular. Orgulha-se de não se ter rendido (ainda) às redes sociais.