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BD: Batwoman – e os autores com a mania que são estrelas? (Parte 1)

equipa criativaEstes dias houve mais uma polémica na terra do Tio Sam. Mais uma vez, uma editora decide tomar decisões que neste caso, colidem com as vontades de algumas equipas criativas e consequentemente tivemos roupa para lavar em todos os tanques da nossa pequena aldeia (i.e. Facebook, Twiter, Tumblr, etc) [fbsahre]

  1. Estes acontecimentos deram o mote para o Central Comics abordar algumas questões relacionadas com o mercado de BD americano, os seus autores, equipas  criativas, as suas opções (em termos de escolha de editoras). Esperamos que nos acompanhem ao longo dos próximos dias em que vamos publicar alguns textos sobre estas e outras questões.
  2. Hoje, vamos abordar a importância da Internet como forma de comunicação e a proximidade que permite entre os autores e os leitores.

Felizmente, vivemos num mundo onde há liberdade para cada um dar a sua opinião livremente e não se sentir constrangido ou pressionado. Esta é, sem dúvida, uma das vitórias da democracia que ganhou novos aliados na World Wide Web, nas redes sociais e nos blogues.

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Dito isto, é importante que se reflicta um pouco antes de se falar/escrever na net. Convenhamos que nascemos com um cérebro e devemos dar-lhe uso. 🙂

Não é por termos acesso a uma grande audiência que podemos desatar a dizer o que nos vem à cabeça como se tivéssemos num bar do Texas, de armas nos coldres e já depois de termos bebido uns shots de tequila manhosa e prontos para para ir atrás do Billy the Kid.

  • Deve haver alguma ponderação no que se diz e no que se faz, mas principalmente naquilo que se escreve. O que se escreve não desaparece. Tudo fica registado e o que escrevemos hoje pode ter consequências futuras.

Recentemente J.H. Williams III e W. Haden Blackman decidiram afastar-se da revista  Batwoman,  que escrevem há cerca de 2 anos. Alegam que houve intervenção editorial, que foram impedidos de realizar o casamento entre 2 personagens lésbicas e  forçados a obliterar partes significativas da história que tinham para contar, nomeadamente no que respeita à origem do Killer Croc.

Batwoman

A DC por sua vez, veio dizer que não tem nada contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas que na visão de Dan DiDio (Editor Executivo do Universo DC) os heróis não tem vidas pessoais felizes e que por serem heróis sacrificam os seus próprios interesses pessoais.

Citamos:

★      “Heroes shouldn’t have happy personal lives. They are committed to being that person and committed to defending others at the sacrifice of their own personal interests,”

Vamos lá pensar um pouco sobre o que DiDio disse:

Os heróis não podem ser felizes?

Não podem ter vidas pessoais e relações significativas normais?

Se calhar perdeu uma boa oportunidade de estar calado, certo?

Batwoman

Talvez sim, Talvez não!

Vamos desenvolver o raciocínio e vamos olhar para outras situações:

➢     Na DC ou Marvel há algum herói que tenha uma vida amorosa simples?

➢     Um herói, ou heróis, que se tenham casado e tenham uma vida sem sobressaltos?
A resposta é parcialmente afirmativa: Sue Storm é casada com Reed Richards (até tem filhos), o Super-homem foi casado com a Lois Lane, e certamente haverá mais um ou outro caso (na DC ou Marvel) que desconheço.

Mas vamos olhar mais detalhadamente:

Nas páginas de BD vemos estas personagem num romance intenso?

É habitual haver um arco acerca da felicidade dos casais de super heróis?

  • Não, Não é!

O habitual é vermos heróis tão dedicados à sua missão que quase não têm tempo para dedicar à sua vida pessoal, à sua namorada/namorado ou ao seu trabalho.

A felicidade das personagens com séries longas e anos de biografia é um mito, não existe. E quando, por entre uma página ou outra, se vê um momento mais romântico, isso significa que algo está para a acontecer. No fundo, esse momento é usado como preludio de algo e tem o objectivo de intensificar o drama na vida da personagem principal da história.

CONTINUA AQUI…

Nelson Vidal

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7 thoughts on “BD: Batwoman – e os autores com a mania que são estrelas? (Parte 1)

  1. E porque não é habitual, ninguém o deve fazer!

    Dúvida: antes do primeiro herói que voava, antes do primeiro herói que usava capa, antes do primeiro herói que tinha uma identidade secreta, antes do primeiro herói que tinha problemas pessoais, antes do primeiro herói que matou um vilão, antes do primeiro herói que morreu… como é que era?

    Vamos antes continuar a ler os mesmos argumentos, sempre a bater na mesma tecla, porque quando alguém tenta inovar ou levar o estado da arte mais longe, nós levamos as mãos à cabeça?

    Eu antes preferia encorajar as tentativas de inovação. Pensar de maneira diferente. Explorar outros caminhos. Não foi isso que levou àqueles livros que são tão aclamados pela crítica, como sendo exemplares e um modelo a seguir?

  2. Caro Anonimo,
    Era muito melhor saber o seu nome para nos tratarmos por tu 🙂
    Este é o primeiro de vários textos sobre esta matéria, e a resposta as suas perguntas vai ser tratada mais á frente, por isso espero que nos acompanhe ao longo dos próximos dias!

    Mas aproveito para adiantar que não há intenção de desencorajar a inovação e criatividade!
    Não tenho absolutamenta nada contra isso, nem contra a liberdade de expressao.

    Abraço!

  3. Boas.

    Diz “A felicidade das personagens com séries longas e anos de biografia é um mito, não existe.

    Eu sei que não é da Marvel nem da DC, mas já ouviu falar do Principe Valente?

  4. Só isso diz tudo, não leu várias coisas mas diz que é um mito e não existem, convinha corrigir para “nos comics” ou algo assim.

    E tenho que falar em arcos de namoros/casamentos/relações em diversos comics? Porque existiram, e não foram poucos.

    Porque então é acabar com identidades secretas e prontos, se não querem nada nisso..

  5. Obrigado pelo comentário Hugo Silva! 🙂

    O texto todo é sobre comics americanos e tem que ser lido nesse contexto, por isso acho que a frase se deve manter inalterada.

    Não discordo que tenham existido arcos de namoros/casamentos/relações em diversos comics. O que estou a dizer é que relações duradouras nos comics americanos não são frequentes e raramente são permanentes.

    Temos o caso do Peter Parker/Mary jane que apoia a minha afirmação (acho que aqui podemos concordar que existem uns zig-zags…). Mas também podemos falar da relação Super-Homen/Louis Lane (pre52/ pré New DCU) que a refuta.

    No entanto, não conheço muitos mais casos de relações felizes. Habitualmente essas relações amorosas são usadas pelos autores para criar uma tensão dramática na vida da personagem principal e dessa forma dar uma dimensão maior á historia que querem contar.

    Espero que nos acompanhes ao longo dos próximos dias, porque estas e outras questões ainda vão ser abordadas e comentários são sempre bem vindos 🙂

  6. O assunto vai ser desenvolvido pelo que não me vou ‘esticar’, mas refiro que prefiro os heróis/personagens ‘pertencentes’ a autores do que a conglomerados económicos.

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