BD: 2ª Mostra do Clube Tex Portugal no Museu do Vinho Bairrada Anadia
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Vem aí a Segunda Mostra do Clube Tex, na Anadia. Fica a saber todos os detalhes e o programa oficial.
PROGRAMA OFICIAL da 2ª Mostra do Clube Tex Portugal
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Data: 9 de Maio (sábado) e 10 de Maio (Domingo)
Horário: 11h00 – 19h00 horas
Local: Museu do Vinho Bairrada – ANADIA
Entrada: GRATUITA (com direito a entrada gratuita na Exposição Permanente, designada por Percursos do Vinho e exposta ao longo de seis salas temáticas, com peças de valor arqueológico, etnográfico e técnico, reunidas com a colaboração de diversos vitivinicultores, entidades locais e nacionais. Entrada gratuita também para outras duas exposições temporárias relacionadas com a fotografia:
“A arte da tanoaria – os últimos”, de José Fangueiro
“Bairrada, a musa do espumante”, de Pedro Nóbrega
Tema: Esta segunda Mostra do Clube Tex Portugal tem como ponto alto a presença de dois dos mais consagrados desenhadores italianos de banda desenhada: Pasquale Frisenda e Stefano Biglia que vêm expor trabalhos de sua autoria relacionados a Tex:
Stefano Biglia e Bad Hand – Uma dezena de pranchas do autor, selecionados pelo próprio, pretendem dar, aos visitantes da 2ª Mostra do Clube Tex Portugal, uma visão geral acerca da colaboração mais recente deste consagrado desenhador italiano para com a Sergio Bonelli Editore. Poderemos assim ver expostas, em antestreia mundial, pranchas da história (Bad Hand é o seu título provisório) ainda em produção e com lançamento previsto apenas para o Verão de 2016.
Pasquale Frisenda e o Tex Gigante “Patagónia” – Uma dezena de pranchas do autor, selecionados também pelo próprio, pretendem dar a conhecer, aos visitantes, no seu formato original, algumas da mais belas páginas de uma das mais épicas histórias de Tex e que complementam o lançamento desta obra em Portugal: Patagónia, através do selo da Polvo Editora.
Programa Oficial
Sábado, 9 de Maio
14:30 horas – Inauguração Oficial da 2ª Mostra do Clube Tex Portugal (Auditório).
15:00 horas – Visita guiada por Pasquale Frisenda e Stefano Biglia às suas Exposições.
16:00 / 17:00 horas – Sessão de autógrafos com Pasquale Frisenda e Stefano Biglia.
17:00 / 18:00 horas – Conferência Tex em Portugal, no Brasil e na Itália, com a participação de Pasquale Frisenda, Stefano Biglia, Dorival Vitor Lopes e Carlos Moreira, sob a moderação de Pedro Cleto (Auditório)
18:15 / 19:00 horas – Desenho ao vivo com Pasquale Frisenda e Stefano Biglia
20:00 horas – Jantar/Tertúlia com a participação de Pasquale Frisenda e Stefano Biglia (Restaurante “Nova Casa dos Leitões”)
Domingo, 10 de Maio
11:00 / 12:00 horas – Aula desenho Tex com Pasquale Frisenda e Stefano Biglia. A partir dos 12 anos. Inscrições livres.
12:00 / 12:30 horas – Sessão de autógrafos com Pasquale Frisenda e Stefano Biglia
14:30 / 15:00 horas – Workshop com Pasquale Frisenda e Stefano Biglia, moderado por João Miguel Lameiras (Auditório)
15:15 / 16:00 horas – Desenho ao vivo com Pasquale Frisenda e Stefano Biglia.
16:00 / 16:30 horas – Sessão de autógrafos com Pasquale Frisenda e Stefano Biglia
16:45 / 18:00 horas – Sessão Cinema e BD: Como Tex ninguém jamais (no original: Come Tex nessuno mai), documentário (legendado em português) de Giancarlo Soldi. Com Sergio Bonelli. (Auditório)
18:00 / 18:30 horas – Sessão de autógrafos com Stefano Biglia.
18:30 horas – Festa de Encerramento.
BIOGRAFIA
- Stefano Biglia
Nasce em Génova, em 3 de Março de 1969 e a sua paixão pelo desenho leva-o, duas décadas mais tarde, a ingressar na Scuola Chiavarese del Fumetto. Aqui conhece Renzo Calegari, seu primeiro mestre, entrando para o seu estúdio em 1990. Com este autor realiza duas histórias de ambiente negro que serão publicadas no Ken Parker Magazine e diversas histórias de western e aventura, algumas escritas por Gino D’Antonio, para Il Giornalino. Em 1994 entra para a Sergio Bonelli Editore, desenhando La ballata di Zeke Colter, uma aventura de Tex escrita por Claudio Nizzi, com esboços a lápis seus e de Luigi Copelo e a arte final de Renzo Calegari. Depois desta curta experiência com o ranger, Biglia ingressa na equipa de Nick Raider, desenhando três aventuras. Mais tarde, em 1999, torna-se desenhador de Mágico Vento com a aventura La maschera del dio cannibale, escrita por Gianfranco Manfredi, permanecendo na série até 2010, quando começa a desenhar para a mini série Shanghai Devil ainda de Manfredi. Entre os seus mais recentes trabalhos, destaque-se ainda Atlantide Experiment e Lost Atlantide para a editora francesa Soleil.
Após ter concluído a sua participação em Shanghai Devil, Biglia manifesta ao editor Mauro Boselli, a sua vontade em desenhar Tex, mas este, depois de reunido com Mauro Marcheselli vai informar o desenhador que a candidatura não tinha sido aceite. A conversa decorreu ao telefone, mas tratou-se apenas de uma brincadeira, já que quando Boselli disse a Biglia que não era mesmo possível ele desenhar Tex, fez-se silêncio do outro lado da linha, após o que veio a excelente novidade. Afinal, a candidatura de Biglia a Tex tinha sido aceite e dali a pouco tempo iria ser contactado para desenhar uma história curta escrita por Gianfranco Manfredi. L’ultimo della lista, que acabou por ser publicada em 2014 no Color Tex 4, marca assim o regresso de Biglia a Tex. Biglia já tinha trabalhado com Manfredi em Mágico Vento e Shanghai Devil, já havia um conhecimento do trabalho e do estilo do autor, na precisão e na descrição que empresta aos seus argumentos, simplificando deste modo a tarefa do desenhador. Biglia tem liberdade para construir e compõe um Tex magnífico e fisicamente imponente. Daí até à série regular do ranger foi um passo.
Curioso que o percurso de Biglia em Tex tem vindo a ser gradual, já que se tudo começou a três mãos com La ballata di Zeke Colter, posteriormente Biglia assume sozinho o desenho da curta aventura L’ultimo della lista, até finalmente chegar a uma aventura de maior fôlego, em três partes, escrita por Mauro Boselli, com o título provisório de Bad Hand, aventura criada a partir de uma sugestão de Sergio Bonelli, e centrada na histórica figura de Ranald Slidell MacKenzie, um general da cavalaria dos Estados Unidos, com muitas cenas de batalhas e guerras índias, com lançamento previsto para o Verão de 2016 e da qual temos o privilégio de expor uma dezena de páginas em ante-estreia mundial nesta 2ª Mostra do Clube Tex Portugal.
- Pasquale Frisenda
A ambição em seguir uma carreira como desenhador de banda desenhada esteve sempre presente, mas os passos dados para concretizar este desejo foram por vezes incertos e até casuais. As palavras são do próprio Pasquale Frisenda, milanês de 1970, e são reveladoras de um autor que chega à banda desenhada muito por vocação, mas também guiado pelo destino. E quis este que Frisenda frequentasse um curso de banda desenhada e ilustração de Castelo Sforzesco em Milão. Uma experiência que lhe permitiu contactar com outros nomes do meio e trocar experiências. Graças ao contacto mantido com o Studio Comix de Carlo Ambrosini e Giampiero Casertano, Frisenda começa a colaborar com a revista Cyborg e o seu primeiro trabalho é Tenebra, história que vai desenhar com texto de Michele Masiero.
O grande salto chega com a entrada na equipa de desenhadores de Ken Parker, chegando à Sergio Bonelli Editore quando esta série é adquirida pela editora. Aqui desenhará Mágico Vento, estreando-se com a aventura La Bestia, escrita por Gianfranco Manfredi e a partir do número 32 vai herdar a composição das capas das mãos de Andrea Venturi, desenhando-as até ao número 75 da série. Depois de expressar a Sergio Bonelli a sua vontade em mudar de registo e de personagem, desejando confrontar-se com outras atmosferas, Frisenda é convidado a desenhar um Tex Gigante, uma ocasião que, apesar de não permitir mudar de género, surgirá como uma oportunidade única e irrecusável para o autor, desenhando a aclamada aventura Patagonia, com argumento de Mauro Boselli. Desenha ainda uma curta aventura para Dylan Dog e passa para a série regular de Tex com a aventura Il Segreto del Giudice Bean, uma vez mais com argumento de Boselli,
Na banda desenhada Frisenda parece ter o western como constante na sua carreira. Apesar de tudo, Ken Parker, Mágico Vento e Tex são séries com variantes diferentes, mas curiosamente Frisenda não se considera como um desenhador do género ou como um autor capaz de representar o velho Oeste na sua real dimensão ou com a sua verdadeira capacidade. Frisenda considera-se mais um emotivo, um autor que ama o western, toda a sua atmosfera e todas as suas características, factos que o ajudam no seu trabalho.
Mas Tex é o herói por excelência, um monstro sagrado que acompanha Frisenda desde sempre. Quando começou a desenhar Tex em Patagonia, a maior dificuldade para Frisenda veio com a gestão da narração muito própria das aventuras do ranger, aspecto que vai sendo moldado com a ajuda fundamental de Boselli, mas sobretudo com o próprio carácter de Frisenda, desenhador capaz de se documentar tanto ou mais que um argumentista. Tendo encontrado o ritmo certo, Frisenda considera que Patagonia acaba por reflectir a visão que o desenhador tem da personagem, a excelência narrativa de Boselli e a paixão que Sergio Bonelli colocava no seu trabalho, como também se constata ao descortinar as páginas expostas neste evento de Anadia.
Dário é um fã de cultura pop em geral mas de banda desenhada e cinema em particular. Orgulha-se de não se ter rendido (ainda) às redes sociais.