Análises: Trepang2, AEW Fight Forever e mais
Hoje trazemos-vos uma ronda de análises de vídeojogos, entre eles 20 Minutes to Dawn, Trepang2, AEW Fight Forever, KVARK, EchoBlade e TEVI.
20 Minutes Till Dawn
Os roguelites de hoje são jogos que permitem que facemos pausas intermitentes para distrair dos longos dias; pequenos momentos de prazer jogável, e é essa a proposta de 20 Minutes Till Dawn.
Escolhemos uma de várias personagens disponíveis, cada uma delas com a suas forças e fraquezas, enquanto tentamos sobreviver o máximo de tempo possível, até o sol se levantar. O desafio de nos mantermos vivos é enorme, sobretudo à medida que vamos percebendo as mecânicas e encarando os diversos monstros diferentes que fazem tudo para nos tentar matar.
À medida que vamos eliminando monstrinhos, vamos apanhando as suas almas, e conseguindo várias habilidades que nos permitem ganhar algumas vantagens sobre os vários inimigos. Não é tarefa fácil, pelo contrário, porque rapidamente vemos-nos rodeados sem escape.
A experiência repetitiva de melhorarmos a cada ronda que jogamos torna-se interessante, porque em nenhum momento da nossa jornada, sentimos que a nossa personagem é invencível ou demasiado poderosa. Corremos riscos constantemente e tudo pode acontecer a qualquer momento. Parar aqui é literalmente morrer.
Assim, 20 Minutes Till Dawn promete muitas horas de divertimento, à medida que vamos melhorando as nossas capacidades neste mundo, e aprendendo as suas fraquezas e fazendo delas os nossos fortes.
Nota Final: 8/10
20 Minutes Till Dawn está disponível para Windows (versão testada) MacOS, Android e iOS.
Trepang2
Foi em 2005 que F.E.A.R. revolucionou os First-Person Shooters no PC, com uma narrativa aterrorizante, e mecânicas de jogo, sobretudo o slow-motion e inimigos com inteligência artificial, na altura avançada, e impiedosos perante nós. Bons tempos!
Acontece que o mais recente jogo da Trepang Studios e editada pela Team17, Trepang2 oferece-nos um jogo repleto de acção, com uma história intrigante e bizarra, com todas as balas do mundo a não serem suficientes para atirar contra os inimigos.
Começamos o jogo ao acordar sem saber exactamente o que aconteceu, e somos resgatados por um grupo de mercenários que nos contrata para investigar vários acontecimentos globais, em busca da verdade, pondo-nos frente-a-frente com alguns dos inimigos mais mortais que alguma vez conhecemos.
Divididos entre missões principais e paralelas, há muitos tiros e muitos sustos, em ambientes obscuros. Enquanto que as missões paralelas complementam a narrativa principal com um modo de jogo de lidar com muitos inimigos ao mesmo tempo em ondas cada vez mais desafiantes, são as missões principais que nos levam numa narrativa algo intensa, com bosses que farão de tudo para nos deixarmos mortos.
A forma que abordamos Trepang2 é igualmente dependente da dificuldade escolhida, com dificuldades mais altas a requerem menos da acção-espectáculo que o jogo propõe à primeira vista, e forçando-nos a ser mais cautulosos. Para os restantes que querem viver um blockbuster puro e duro, estão à vontade para lidarem as vossas missões com inimigos mais frágeis às vossas super habilidades.
Assim, Trepang2 é uma experiência divertida, remascente doutra era dos First-Person Shooter, que apesar contida, passa perfeitamente para os fãs de jogos de tiros com muita adrenalina.
Nota Final: 8/10
Trepang2 está disponível para PC. As versões Xbox Series X|S e PS5 chegam brevemente.
AEW Fight Forever
Novamente a lembrar-nos dos velhos tempos, numa altura em que a WWE era uma força dominante paralela ao Pro Evolution Soccer e ao FIFA nas tabelas de vendas de videojogos, uma era moderna de ouro, onde a Yuke’s desenvolvia os títulos e a THQ os editava, antes da passagem para a 2K. Os tempos mudam e a WWE já não é a única força dominante no panorama do wrestling, com a AEW a ganhar cada vez mais fãs.
Já antes da pandemia havia rumores do seu desenvolvimento mas foi só em Novembro de 2020 que foi confirmado que AEW Fight Forever estava a chegar. Demorou pouco menos de três anos até termos oportunidade de voltar ao ringue, mas finalmente chegou o tempo.
Tal como os jogos de outrora, os vários modos de jogo permitem que controlemos os nossos wrestlers favoritos, experimentando os seus diversos ataques e defesas assinatura e assim derrotarmos os nossos oponentes. É uma experiência relativamente variada, com um grande leque de wrestlers licenciados dentro jogo, que oferecem algum tipo de autenticidade. Por outro lado, o modo carreira permite-nos seguir uma tournée com o nosso wrestler de preferência, enquanto recriamos não só partes da sua história, como também criar novas narrativas, que nem sempre funcionam, mas tentam justificar a sua existência.
O ponto alto é a diferença de jogabilidade em comparação do seu concorrente, que na altura já tinha alterado a abordagem para uma mais realista, AEW Fight Forever traz de volta todo o divertimento de um título arcada e relativamente simples de aprender e masterizar, podendo assim desfrutar sem grandes preocupações, mesmo nas dificuldades mais altas, que provam ser um desafio de sobrevivência alucinante.
Através de um conjunto redundante de modos de personalização, podemos alterar algumas coisas ao nosso gosto, desde movimentos a opções visuais, mas cujo impacto é praticamente nulo.
Como um todo, AEW Fight Forever tem menos para oferecer do que aparenta, sobretudo a jogadores a solo que queiram explorar mais para além do modo arcada, havendo alguns modos online que não foram possíveis testar. Se modos como o Lights Out e o Exploding Barbed Wire Deathmatch demonstram que ainda se consegue implementar virtualmente muito bem algo do mundo real, o resto do jogo mantém-se numa linha de base sem grandes queixas. Como primeiro passo, é um excelente esforço, para é importante gerir expectativas e esperar que os próximos títulos cheguem ao auge que os jogos Smackdown vs. RAW chegaram na sua altura.
Nota Final: 6/10
AEW Fight Forever está disponível para Windows, PlayStation 4|5, Xbox One, Xbox Series X|S (versão testada) e Nintendo Switch.
KVARK
Desenvolvido pela Perun Creative, KVARK é um first-person shooter onde vestimos a pele de uma personagem que aceita um emprego subterrâneo, em plena década de 80 na República Checa. Quando o bunker começa a cair, a nossa sobrevivência é posta à prova com uma multitude de inimigos que farão de tudo para nos impedir de escapar.
Lançado em regime de Early Access, KVARK leva-nos para o lado mais retro dos FPS, onde a inspiração pelo clássico Half-Life e Bioshock é vísivel e muito apreciada; à medida que vamos explorando os diversos locais e dando uns tiros, enquanto resolvemos pequenos puzzles para progredirmos.
Durante a curta temporada do primeiro capítulo, houve um pouco de tudo para explorar: túneis infindáveis, homens vestidos com os fatos radioactivos, ratos mutantes e mutantes… normais? Todos eles atrás de nós para nos matarem. Nem sempre têm sucesso, e debaixo da simplicidade da abordagem de KVARK, estão muitos detalhes da sua narrativa, que vão dando uma ideia de o que está a acontecer e porquê, como também outros tantos segredos para descobrir.
No meio disto, há um leque diversificado de armas que podemos usar de diversas formas, e conjugar consoante os diferentes inimigos que nos desafiam, com também outros elementos dos níveis. Apesar da IA dos mesmos agirem de forma repetitiva e robótica, o propósito deles é serem um dos muitos elementos que nos aparecem à frente, cumprindo assim a sua missão.
Assim, KVARK mantém, para já, um interesse intrínseco sobre o seu futuro, que será revelado prontamente, com mais capítulos a chegarem eventualmente. Até lá, é desfrutar as profundezas checas.
Nota Final: 7/10
KVARK está disponível para PC (versão testada). O jogo irá chegar às consolas em 2024.
EchoBlade
A versatilidade dos jogos em primeira pessoa permite rapidamente integrar ideias novas para criar algo que se destaque dos restantes. Seja por motivos criativos, ou até de orçamento, ideias originais podem oferecer algo diferente para o jogador. Este é o caso de EchoBlade, um jogo desenvolvido e editado pela Sunset Artic Games, que após ter aparecido no PC em 2022, chega finalmente às consolas.
Em EchoBlade, controlamos um guerreiro cego, que com apenas do seu poder ultrasónico, consegue ver e derrotar inimigos, de espada, e outras armas medievais, na mão. Enquanto isso, as masmorras escondem várias armadilhas e puzzles que temos que resolver, para descobrirmos a saída.
É definitivamente um caso de estranha-se mas entranha-se, ao estarmos perante um desafio diferente do habitual, onde a escuridão também abre portas à tentativa e erro, enquanto exploramos os mapas rodeados de paredes, onde um inimigo ou armadilha poderá estar literalmente a poucos passos.
Um detalhe é que EchoBlade é um jogo curtíssimo, capaz de ser terminado em menos de uma hora, completamente à vontade, sendo um contendor perfeito para jogar no meio dos dias mais atarefados, explorando o melhor que o jogo oferece.
Nota Final: 7/10
EchoBlade está disponível para PC, Xbox One, Xbox Series X|S (versão testada), Nintendo Switch, PlayStation 4 e PlayStation 5.
TEVI (Playtest)
Enquanto que TEVI não tem ainda uma data de lançamento anunciada, a sua versão Playtest na Steam permitiu que tenhamos tido acesso a uma versão antecipada do jogo, podendo explorar muitos dos elementos dentro desta mistura incrível entre Metroidvania, bullet hell e RPG, tudo num jogo em 2D, repleto de muita acção.
TEVI passa-se no vasto e diversificado continente de Az, que tem cinco cidades principais e três facções. Aqui, os jogadores embarcam numa viagem para encontrar as engrenagens que podem mudar o mundo, explorando mapas extensos, marcado por conflitos, e os jogadores podem explorar e descobrir segredos escondidos.
Tal como é esperado do desenvolvedor CreSpirit, a narrativa apresenta-se de imediato bastante profunda, com muito para ler e perceber que está uma enorme aventura à nossa frente. A mistura de géneros é feita de forma orgânica e integral à mecânica do jogo, que é fácil habituamos à sua abordagem das várias técnicas de combate, com uma multitude de personagens que irão fazer tudo para impedir a nossa exploração.
Do tempo passado no jogo, já com tanto conteúdo incluído durante este Playtest, podemos dizer, sem sombra de dúvida, que fãs do género irão encontrar muito para adorar em TEVI, seja pelas suas personagens, ou a forma de combate, disparando e lutando contra todos os inimigos, pelos mapas coloridos e retro.
Assim, TEVI tem um brilhante futuro à sua frente, à medida que mais cidades vão sendo jogáveis e reveladas junto aos jogadores, que terão muito para explorar, lutar e desfrutar deste novo jogo, contando que a sua versão de lançamento venha cheia de conteúdo.
TEVI está disponível na Steam (versão testada).
Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.