Análise: Trafalgar – As Grandes Batalhas Navais
“Trafalgar – As Grandes Batalhas Navais” de Jean-Yves Delitte, é o segundo volume da coleção “As Grandes Batalhas Navais”. Lê aqui a nossa análise.
Trafalgar, 1805.
Napoleão I planeia levar a guerra ao território do seu eterno inimigo. É o vice‑almirante De Villeneuve que é incumbido da árdua tarefa de atrair a Royal Navy para longe da sua costa para permitir ao Grande Exército cruzar as águas do Canal da Mancha com toda a tranquilidade, mas o plano naufraga. Pior, a frota franco‑espanhola é perseguida pelo célebre almirante inglês Horatio Nelson.
O confronto é inevitável e, após muitas hesitações, o vice‑almirante De Villeneuve prepara‑se para travar o seu combate mais terrível. A batalha de Trafalgar tornar‑se‑á a maior vitória da Royal Navy e arruinará, definitivamente, as ambições marítimas de Napoleão.
Jean-Yves Delitte continua a cometer delitos às carteiras dos aficionados pelas batalhas navais.
Depois de séries como U-Boot ou Black Crow e outros álbuns desta série que têm sido lançados por cá, o autor aparece novamente neste álbum, mas desta vez apenas como argumentista, dando destaque a Dénis Béchu na arte do desenho e coloração que apesar de bom e cheia de detalhe não chega á qualidade de Delitte. Os desenhos do mar e das paisagens são bonitos embora não considere deslumbrantes. Uma questão de gosto pessoal, obviamente.
De um modo geral posso dizer que Béchu é bom, mas Delitte faria melhor, em especial nos barcos.
A ilustração sublime na capa é, no entanto, pertencente a Delitte assim como o dossier de extras no final do livro.
O Formato
Temos 64 páginas no tamanho clássico Franco-Belga em capa dura, e esperemos que a Gradiva continue esta série que salvo erro já conta com 22 álbuns lançados em terras francófonas pela editora Glénat em conjunto com o Museu Marítimo Nacional da França.
A Análise
Uma vez mais, para os apreciadores deste tipo de bd, certamente não ficarão desapontados. O desenho de Béchu é competente e o argumento é bem delineado. Claramente, o objectivo desta série é didático no fundamento histórico em como estas grandes batalhas nos mares e oceanos contribuíram para preservar ou alterar os equilíbrios geopolíticos de época e que ecoam até hoje na nossa história.
Há uma tentativa de uma caracterização precisa dos personagens de De Villeneuve ou Horatio Nelson, dos factos e das embarcações que podemos ver, mas seria impossível não romantizar os mesmos para tornar estes álbuns mais atraentes ao olho e á sua leitura. Para muitos, Nelson foi considerado um dos maiores génios da estratégia naval que existiu, a França queria invadir o Reino Unido pelo Canal da Mancha, mas a marinha britânica foi impermeável e saiu vitoriosa.
As cenas de ação são a melhor parte deste álbum e Béchu consegue também dar muita expressividade ás faces dos personagens transmitindo bem as suas emoções, e na coloração não tenho muita crítica a fazer pois enquadram-se muito bem, em especial os azuis marítimos e os vermelhos carmesim que encaixam como uma luva na temática.
Conclusão
Para quem gostar de se deliciar com esta temática naval ou apenas para curiosos, é uma leitura agradável, sendo uma coleção bem bonita de se fazer no seu todo.
Arranjem é um bom espaço nas prateleiras e abram as carteiras pois serão muitos os álbuns como já pude referir, apesar da Gradiva não estar a lançar pela sua ordem exacta.
Boas leituras.