Análise: The Irregulars (O Bando) – Netflix
Para quem gosta de um pouco de mistério e sobrenatural, misturado com investigação à la Sherlock Holmes, vai gostar de The Irregulars. Não estejam é à espera de um Sherlock tipo Benedict Cumberbatch.
No passado dia 26 de março estreou a mais recente aposta da Netflix no universo Sherlock Holmes, o problema é mesmo a falta deste. Em The irregulars, ou “O Bando”, como foi traduzido para português, seguimos um grupo de 4 adolescentes órfãos que tentam sobreviver nas ruas de Londres, e que acabam envolvidos num conjunto de investigações com carácter sobrenatural a mando de um Dr. Watson rancoroso e com intenções duvidosas.
A eles rapidamente se junta um outro jovem, o príncipe Leopold, filho da então rainha de Inglaterra, que farto de estar enclausurado no palácio acaba por embarcar em aventuras com este grupo de desajustados.
O foco fica assim colocado num grupo de personagens que habitualmente não vemos protagonizados, a famosa rede de sem-abrigos que Sherlock Holmes contratava para obter informações e pistas. Cada novo episódio conta a história isolada de um caso, sempre com uma vertente sobrenatural, e onde cada novo culpado dos crimes acaba por demonstrar poderes sobre-humanos, cabendo ao grupo tentar descobrir o autor e as causas por detrás do crime. Rapidamente nos apercebemos que os casos estão todos interligados e qual a origem da vertente sobrenatural.
Esta é uma série acessível, do género de investigação mais simples que há, recorrendo ao sobrenatural para “apimentar” os casos. Ao contrário de séries como “Poirot”, e até mesmo da versão de Sherlock Holmes de Cumberbatch, aqui não temos que puxar muito pelos neurónios para resolver os casos, ficando a cargo de um grupo de adolescentes a resolução dos mesmos.
Percebemos assim que estamos mais na presença de um romance de ”Os Cinco”, por coincidência o número de adolescentes do grupo, misturado com séries como “Supernatural”, onde a cada novo episódio é mostrado um novo demónio ou fantasma. Isto assemelha-se um pouco ao estilo do que aconteceu com “Pride and Prejudice and Zombies”, onde foram justapostos dois géneros/histórias que habitualmente não vemos juntos.
A mudança do foco da história torna-se assim uma lufada de ar fresco numa narrativa já tão esmiuçada, mas fica um pouco aquém para quem está à espera de personagens tão caricatas como a protagonizada na série “Sherlock”. De qualquer das formas, as relações de amizade e amor que vão sendo formadas entre os personagens acabam por dar corpo à narrativa, enriquecendo a trama ao vermos detalhes do background de cada um dos intervenientes.
Em termos de qualidade cinematográfica não existe nada de negativo a apontar, a Netflix tem vindo a mostrar cada vez mais qualidade nos cenários utilizados, adereços e efeitos especiais, assim como uma banda sonora envolvente. Um outro ponto positivo é o elenco escolhido para protagonizar os adolescentes, onde vemos um grupo unido e com grande cumplicidade, o que dá mais credibilidade ao que seria um grupo de jovens sem-abrigo nestas condições.
Apesar da série ter tido um final conclusivo existem alguns rumores de uma segunda temporada estar já planeada para iniciar filmagens ainda este verão, mas até agora não houve nenhuma confirmação por parte da Netflix.
Na minha opinião recebe um 6 em 10, em muito pelo que prometia mas que ficou aquém.
Desde criança que nutre um carinho pelo audiovisual, ao ficar a ver as séries e filmes estrangeiros com os adultos, mesmo depois das horas de deitar. Mais tarde, como jovem, descobriu um gosto especial pela cultura japonesa, indo de anime a Nintendo.
Parece-me um argumento inspirado da “lady bug”. Pessoas normais aos quais são atribuídos poderes e se tornam “maus”. E ainda tem traças pelo caminho..
De qualquer forma Gostei!