Análise: Napoleão Volume 2
Neste segundo volume de três sobre Napoleão, o guião de Nöel Simsolo continua muito bem instruído pelo historiador Jean Tulard, sendo que o desenho de Fabrizio Fiorentino continua muito interessante como já tinha referido no volume anterior.
Aqui Fiorentino é assistido por Alessio Cammardello e a coloração de Alessia Nocera continua também sublime.
Como a história de Napoleão e suas conquistas têm um período cronológico grande, aqui as ações passam muito depressa, e se na primeira página nos encontramos em Outubro de 1799, na última já estamos em Abril de 1810. Talvez por isso caminhamos neste tomo por entre as intrigas e diálogos palacianos e as batalhas e guerras de uma forma geral muito apressada, tentando mostrar mais como Napoleão pensava e de um ponto de vista mais histórico, retratar o que se passou.
Sem dúvida que o apogeu da gesta napoleónica está bem presente neste segundo volume onde entre o regresso do Egipto e o casamento com a arquiduquesa Maria Luisa de Áustria, Napoleão mostra a sua força.
Assim de uma forma geral podemos recapitular que após a proclamação da Constituição que arvora Bonaparte em primeiro cônsul em 1799, temos a criação do Banco de França, após várias vitórias sobre os austríacos em 1800 temos a paz com a Áustria em 1801. Em 1802 acontece a paz de Amiens com a Inglaterra, a instituição da Legião de Honra e o restabelecimento da escravatura nas colónias. Bonaparte torna-se cônsul vitalício numa nova constituição.
Em 1803 acontece a venda de Luisiana aos Estados Unidos da América e acaba a paz de Amiens.
Napoleão é proclamado Imperador no ano seguinte e a sua sagração antecede a vitória sobre os austríacos.
Num outro livro da Gradiva tive oportunidade de falar sobre a importância da derrota da armada francesa em Trafalgar, mas a vitória de Austerlitz sobre os austríacos e russos imortalizou a essência da magnanimidade de Napoleão.
Em 1806, Joseph Bonaparte torna-se rei de Nápoles enquanto Luís Bonaparte é proclamado rei da Holanda. As vitórias sobre os prussianos ganham uma nova posição e força. No ano seguinte duas vitórias importantes sobre os russos e temos Jerôme Bonaparte como rei da Vestefália.
Já em 1808 e de vermos cá em Lisboa, a entrada do general Junot, este capitula em Sintra e Dupont em Baylen. Sendo que Joseph se torna rei de Espanha em detrimento dos Bourbon.
Após a entrada de Napoleão em Madrid, dão-se mais umas batalhas vitoriosas sobre os austríacos e o Papa Pio VII é detido em Roma. ( É caso para dizer que Napoleão não queria ouvir nem mais um Pio).
O tratado de Viena vem logo a seguir e ficamos à espera do terceiro e último volume desta série história.
Muita qualidade na encadernação e impressão da Gradiva, com um papel bem mais grosso do que é habitual nestas edições, capa dura bem bonita e não esquecendo o caderno de extras no final com literatura muito interessante para os historiadores e colecionadores.
Venha o terceiro volume.