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Análise: Marvel Zombies – Preto, Branco e Sangue

A G. Floy presenteou o leitor com Marvel Zombies – Preto, Branco e Sangue. Mas será uma boa edição?

Marvel Zombies - Preto, Branco e Sangue   

Sabemos que, em Português de Portugal, a G.Floy é a única a editar uma série da Marvel com Marvel Zombies – Preto, Branco e Sangue. No entanto, isso é muito pouco e, a meu ver, não muito interessante. Infelizmente, tudo o resto vem da distribuição da Panini, que nos traz as sobras das revistas Marvel do Brasil sobre os nossos outros queridos heróis. E como os direitos devem ser caríssimos, não há editora que se atreva a pegar neles.

É com tristeza que vejo a G.Floy Studio não arriscar ao publicar, cá em Portugal, os vários títulos de comics americanos que a sua filial polaca, Mucha Comics, apresenta. Infelizmente, os cenários e as economias dos dois países são muito distintos, o que levou a G.Floy a reduzir para menos de metade as suas excelentes edições por aqui.

Marvel Zombies - Preto, Branco e Sangue

Numa altura em que se fala de estarmos na “época dourada” da banda desenhada em Portugal – com a qual até concordo, já que há muitas editoras a publicar diversas obras de grande qualidade –, a única ressalva é mesmo o comic americano, quer independente, quer dos gigantes Marvel e DC.

Houve um boom estrondoso no mangá, o franco-belga está de muito boa saúde, há novelas gráficas de qualidade, e a BD portuguesa está a desabrochar por todo o lado. Longe vão os tempos em que havia medo e receio de as séries ficarem a meio ou nem sequer arrancarem. A confiança que certas editoras começaram a transmitir aos seus leitores fez com que quem gosta de ler em português aprendesse a esperar pelas edições. Pena que a nossa economia esteja em crise e que os preços dos livros, em geral, sejam exageradamente caros. Compreensível, mas difícil de digerir.

Marvel Zombies - Preto, Branco e Sangue

Passando à análise deste livro, podemos encontrar 12 histórias de diferentes autores que compõem este Marvel Zombies:

1- Invicto, de Garth Ennis e Rachael Stott: o Demolidor zombie é usado em lutas clandestinas entre zombies para puro entretenimento dos humanos. O Justiceiro aparece para fazer justiça ao seu jeito, com a habitual violência exagerada de Ennis. Gostei bastante.

2- Esperança, de Alex Segura e Javi Fernandez: os dilemas do Homem-Aranha a lidar com a pandemia zombie não me conquistaram, embora o final seja bom.

3- Libertação, de Ashley Allen e Justin Mason: Cavaleiro da Lua e Homem de Ferro travam um duelo interessante, como avatares de deuses diferentes, no meio do apocalipse zombie. Interessante.

4- Sob o olhar de um futuro cruel, de Gail Simone, Dale Eaglesham e Yen Nitro: uma história com o Quarteto Fantástico que gostei bastante, com um desenho maravilhoso, mas peca por ser muito curta.

5- A última balada de Bill Raio Beta, de Erica Schultz e Nelson Daniel: é das poucas que tem um final esperançoso para os heróis, mas o desenho é bastante fraco.

6- Em pé de guerra, de Doug Wagner, Juan Gedeon e Dee Cunniffe: alguns mutantes da “linha B” têm a hipótese de serem lembrados aqui, mas caem rapidamente no esquecimento.

7- Juju e a dádiva da conta de inseto, de Peach Momoko: uma história que achei completamente fora de contexto para esta coleção, mas que serve para apresentar a arte fantástica de Momoko ao estilo mangá.

8- Morta à partida, de Mat Groom, Alessandro Vitti e Peter Pantazis: uma das minhas favoritas no livro. Viúva Negra e Gavião Arqueiro fazem, como sempre, uma bela dupla, e aqui o vermelho é mais intenso que nunca.

9- A surpresa de Strucker, de Cheryl Lynn Eaton, Leandro Fernandez e Mattia Iacono: aqui Luke Cage mostra a sua força num argumento desinteressante e pouco marcante.

10- Más companhias, de Steve Skroce e Brian Reber: uma história muito bem conseguida em poucas páginas, onde Blade enfrenta os Vingadores zombies e se alia àquilo que mais detesta.

11- O último de pé, de Stephanie Phillips e Danny Earls: mais uma vez, o Justiceiro em ação no que faz de melhor.

12- Shanna e os mortos, de Mary Sangiovanni, Stefano Landini e Espen Grundetjern: um bonito desenho ao estilo “fumetti”, que se encaixa bem nesta temática.

Marvel Zombies - Preto, Branco e Sangue

Para finalizar, temos oito páginas com capas alternativas de autores conhecidos, todas de excelente qualidade e que ficariam bem em qualquer parede de um quarto ou sala de um super fã. De facto, estas últimas páginas apresentam arte tão boa que diria até que algumas são melhores que a capa escolhida para o livro. No entanto, isso é compreensível, devido ao número de heróis transformados em zombies que lá aparecem.

Quanto à edição da G.Floy, esta é de qualidade superior, com capa dura, encadernação exemplar e papel brilhante adequado. Muitos parabéns à G.Floy, que, nesse aspecto, nunca falha.

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