Análise: “Love and Monsters” (Netflix)
“Love and Monsters” – O nome não engana, se gostam de uma boa história de amor com monstros à mistura este é o filme. Mas o mais surpreendente é que este filme é mais do que isso.
O enredo de “Love and Monsters”, mais um original da Netflix, passa-se sete anos após a destruição bem-sucedida de um asteroide que ameaçava a terra. Infelizmente, a chuva radioativa causada pelo armamento utilizado levou à mutação da maioria da fauna na terra transformando-os em gigantes monstros sedentos de humanos. “Love and Monsters” conta-nos assim a história de Joel Dawson, protagonizado por Dylan O’Brien (“Maze Runner” e “Bumblebee”), um jovem membro de uma das várias colónias de sobreviventes, e o único solteiro do grupo.
Desde o início deste cenário pós-apocalíptico que Joel se sente um inútil, pois quando confrontado com qualquer situação de perigo congela e não se consegue defender sozinho, acabando destacado para tratar da cozinha e pouco mais.
Quando uma formiga gigante invade o bunker e mata um dos sobreviventes, Joel toma a decisão de se reencontrar com a sua anterior namorada, Aimee (Jessica Henwick), da qual se viu separado após o primeiro ataque dos monstros, a fim de não acabar sozinho neste mundo.
E é a partir daqui que a narrativa se torna mais interessante. Deixa de ser só uma busca pelo amor perdido e torna-se uma história de amizade entre um rapaz e um cão chamado Boy, o companheirismo e experiência que encontra em dois outros sobreviventes da superfície, Clyde (Michael Rooker) e Minnow (Ariana Greenblatt), e acima de tudo o crescimento pessoal que ganha ao se sacrificar pelos outros num mundo tão perigoso como este.
Se gostam de filmes pós-apocalípticos com humor, vão de certeza gostar de “Love and Monsters”. É um filme que pode ser visto por toda a família, com alguma atenção aos mais sensíveis uma vez que alguns monstros que surgem são particularmente nojentos. A isso à que louvar que, mesmo não sendo um blockbuster, o design e a qualidade dos efeitos especiais por detrás dos monstros é muito boa.
Apesar da premissa inicial do ponto de vista científico não fazer muito sentido, isso é completamente ultrapassado pela escrita inteligente dos diálogos, polvilhado com momentos cliché e de humor que divertem, assim como variadas referências a filmes e videojogos do género.
É ainda de salientar o trabalho feito pelo ator principal, Dylan O’Brien, que retrata muito bem o que a maioria das pessoas faria se estivesse numa situação como esta. A isso acrescentamos ainda a forma como contracena na perfeição tanto com o cão, como com os restantes colegas humanos, sendo capaz de mostrar uma gama variada de emoções ao longo de todo o filme.
Apesar de ter tido um bom final que fechou a história de uma forma agradável, deixa um pouco em aberto a possibilidade de uma sequela, apesar da Netflix ainda não se ter pronunciado sobre tal. Se houver, é uma excelente oportunidade de aprofundar a história, apresentar novas personagens e reencontrar antigas personagens, sem nunca esquecer a mais importante de todas, o cão Boy.
Na minha opinião recebe um 8 em 10, com grande mérito nas interpretações feitas dos atores.
Desde criança que nutre um carinho pelo audiovisual, ao ficar a ver as séries e filmes estrangeiros com os adultos, mesmo depois das horas de deitar. Mais tarde, como jovem, descobriu um gosto especial pela cultura japonesa, indo de anime a Nintendo.