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Análise jogos: Water 2050

Water 2050
Water 2050

Num jogo que se aproxima mais da realidade do que parece à primeira vista, o Central Comics tentou salvar o mais precioso dos recursos em Water 2050. Acabámos banhados em glória ou apanhámos uma grande seca?

Sinopse de Water 2050

Após a mais que anunciada e autoinfligida catástrofe atingir a humanidade, a água deixou de ser um recurso e passou a representar uma ténue esperança. A tua missão é assumir o controlo do último refúgio da humanidade e gerir o seu funcionamento de forma a encontrares o equilíbrio perfeito e assegurares a sobrevivência da espécie humana.

A Totem Games desenvolveu e distribuiu Water 2050, um jogo de simulação e gestão de recursos.

Mais que anunciado…

Análise de Water 2050

Quando saímos do ninho e começamos a viver sozinhos aprendemos uma série de lições em catadupa. Por exemplo, sabem quando deixamos as meias fedorentas no chão do quarto, ao lado do resto da roupa suja, durante semanas a fio e pensamos «Meh! Arrumo depois.», mas, no fundo da nossa cabeça há uma voz a dizer «Olha que ainda te lixas», e a premonição acaba por se confirmar quando conseguimos engatar alguém na discoteca, voltarem ambos para o nosso quarto, mas vemos a noite interrompida abruptamente quando a pessoa tapa o nariz e exclama «Talvez estejamos a ir demasiado depressa, vou andando»? Sabem? Pois este jogo tenta alertar para um erro parecido, mas um pouco mais grave: a gestão dos recursos hídricos da humanidade.

A premissa de Water 2050 é boa e relevante nos dias que correm e penso que a sua aplicação a um pequeno jogo de simulação e gestão de recursos é inteligente. Este não é um título com uma profundidade extrema, mas não deixa de entreter e apresentar mecânicas divertidas.

2050

História de Water 2050

No século XXI, a espécie humana conseguiu, finalmente, dar cabo de tudo ao poluir quase toda a água do mundo, arruinando ecossistemas e colocando a sua própria sobrevivência em risco. No ano de 2050, resta apenas uma cidade no mundo e nós somos nomeados para a gerir. O nosso papel é garantir que equilibramos produção de água limpa, habitação, indústria e felicidade para possibilitar a sobrevivência da humanidade e que esta volte a prosperar.

2023

Jogabilidade de Water 2050

Tal como o Keanu Reeves, este é um título sem grandes pretensiosismos e apresenta-se tal como é, goste-se ou não. Quem espera um jogo com a profundidade dos clássicos da Paradox, como Hearts of Iron IV, em que só falta podermos decidir a cor das cuecas dos nossos soldados, talvez não fique satisfeito com Water 2050. Mas quem quer apenas desfrutar de um pequeno e descontraído jogo de gestão de recursos que não roube mais de 500 horas de vida (como HoI IV me fez a mim), então, Water 2050 é a vossa praia.

O jogo passa-se todo em menus e o tempo avança por turnos, sem partes que se movam e apenas com estatísticas que se alteram consoante as nossas decisões. Temos de equilibrar vários aspetos do desenvolvimento da nossa cidade, enquanto lidamos com eventos aleatórios ao estilo de Frostpunk. De referir ainda: a mecânica engraçada que nos faz regressar no tempo, a 2023, durante turnos limitados, para impormos políticas de gestão que nos facilitem a vida em 2050 — muito bem pensada; e a vertente roguelite em que podemos ir desbloqueando novos edifícios através de chaves que vamos acumulando com a nossa metaprogressão.

Metaprogreessão.

Gráficos e som de Water 2050

Como referi acima, Water 2050 não pretende competir com a execução técnica de Elden Ring. Ainda assim, não deixa de ter animações bonitas, música e som simpáticos, e um toque de humor que acrescentam algum «sabor» a um título que, por definição, é estático. Tal como o Stephen Hawking, Water 2050 prova que estático não é desinteressante — o homem mexia-se pouco, mas eu daria um dedo mindinho para beber uma cerveja com ele… nem que fosse de palhinha.

Menus.

Postas de pescada e um par de botas

Pouco mais há a dizer sobre Water 2050. É um pequeno título que proporcionará algumas horas de diversão a fãs de jogos de simulação e gestão de recursos. Recomendo.

+++

Conceito, execução e mecânica de alterar o passado (nosso presente) para influenciar o presente (nosso futuro).

Talvez pudesse ter um pouco mais de profundidade (mais cidades, mais recursos, mais linhas temporais, etc.), mas não sei se não estragaria uma das vantagens do jogo, que é ser simples e acessível.

Não é perfeito, mas é muito bom!

Classificação: 7,5/10

Embora eu só o tenha testado em PC, Water 2050 é um bom jogo que se adequaria a qualquer plataforma, por muito pequena que seja.

A 3,99 € no Steam, Water 2050 acerta em cheio no seu valor e é uma boa aquisição para qualquer biblioteca de fãs do género.

Para terminar, fica a dica indispensável: não. Não é possível sobreviver a longo prazo com a técnica do Bear Grylls e precisamos mesmo de água limpa para beber.

Plataforma testada: PC

Trailer de Water 2050:

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