Análise jogos: The Pioneers: Surviving Desolation
O Central Comics foi até Júpiter testar The Pioneers: Surviving Desolation. Terá esta sido uma viagem de êxito ou uma missão desastrosa?
Sinopse de The Pioneers: Surviving Desolation
A Supercube desenvolveu The Pioneers: Surviving Desolation, um jogo de simulação, gestão, estratégia e exploração lançado a 20 de janeiro. A Humanidade está a dar os seus primeiros passos na exploração espacial tripulada. A nossa missão é pegar nas rédeas de uma tripulação despenhada em Io, uma das luas de Júpiter, e gerir vários aspetos relacionados com a sua sobrevivência e o seu bem-estar, enquanto construimos a nossa base, exploramos o ambiente hostil que nos rodeia e criamos as condições necessárias para poder escapar.
Análise de The Pioneers: Surviving Desolation
Diria que a melhor forma de descrever The Pioneers: Surviving Desolation é pedir-vos que imaginem uma nova expansão de The Sims 3 a decorrer no espaço, em que as funcionalidades de construção e as métricas das necessidades dos nossos sims são diminuídas ao mínimo. Não sei se era esta a intenção dos criadores deste título e duvido que o desenvolvimento do jogo se fique por aqui, já que, embora não tenha ficado impressionado com o que joguei, reconheço que até pode haver aqui algum potencial, mas com muito trabalho pela frente.
Como referi, a jogabilidade é bastante semelhante à de The Sims: começamos com um personagem — neste caso, podemos escolher entre cinco pré-definidos, sem que os possamos criar de raiz com as suas próprias características — com quem temos de recuperar a nossa base (pré-construída e que podemos apenas expandir com plantas pré-estabelecidas) e explorar o ambiente hostil de Io, a lua de Júpiter, em busca dos outros tripulantes, enquanto temos de ter em atenção vários aspetos relacionados com o bem-estar dos nossos personagens, como cansaço, fome, saúde mental, etc. Contudo, ao contrário do famoso franchise da EA, em que temos tudo e mais alguma coisa em termos de métricas e de formas de as nivelar, The Pioneers: Surviving Desolation ainda está muito despido, havendo apenas algumas barras que temos de manter debaixo de olho e muito pouca variedade de como satisfazer estas necessidades. Outro aspeto da jogabilidade que não me seduziu muito foi a microgestão necessária para absolutamente tudo — penso que não faria nada mal ao jogo se os nossos personagens fossem um pouco mais independentes e tivessem um bocadinho mais de personalidade. Mas nem tudo é horrível no que toca à jogabilidade. Por exemplo, a mecânica de conseguirmos ver cada vez menos do mapa à medida que afastamos o FOV dos personagens ativos ou da base por falha no sinal de rádio parece-me muito bem conseguida e incentiva-nos a explorar, além de mais um ou outro aspeto da jogabilidade que me parece positivo. De mencionar ainda que o jogo tem alguns problemas de equilíbrio e detetei alguns bugs, mas penso que se trata de algo perdoável (acesso antecipado) e de fácil resolução, mas que afetam negativamente a experiência (placeholders não localizados, os personagens não conseguem definir bem o caminho de ponto A até ponto B, alguns menus não surgem ou mudam quando se clica, etc.).
No campo dos gráficos e do som, The Pioneers: Surviving Desolation propõe-se alcançar uma elevada fasquia, mas detetei algumas falhas no que toca à otimização e as vozes pareceram-me fracas, desajustadas e extremamente repetitivas. Otimizados, os gráficos e o som também ajudariam a somar pontos na classificação, mas falta lá chegar.
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O conceito de The Pioneers: Surviving Desolation (um The Sims de ficção científica e sobrevivência no espaço) tem grande potencial e encontrei algumas mecânicas interessantes.
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Bugs, fraca otimização, problemas de equilíbrio e muito pouco conteúdo acabaram por ter um impacto muito negativo na minha experiência de jogo.
Classificação: 5,5/10
The Pioneers: Surviving Desolation é um daqueles títulos com grande potencial, mas com uma implementação abaixo do desejado. Neste momento, há simplesmente demasiados problemas para que lhe possa atribuir uma melhor classificação. Mas lá está: a vantagem dos acessos antecipados é que todas estas questões podem ser reportadas aos criadores do jogo para que as possam resolver e não tenho dúvidas de que se escrevesse esta análise daqui a uns meses, a classificação seria bem mais elevada. Por enquanto, há demasiados problemas que me deram a sensação de estar quase a jogar uma prova de conceito em vez de um jogo prestes a ser lançado.
Na altura em que esta análise foi escrita, o preço ainda não estava afixado, mas diria que qualquer coisa acima dos 10,00 € só se for para ajudar os criadores a desenvolverem o jogo (para isso servem os acessos antecipados), porém, finalizado, recheado de conteúdo e atingindo o potencial que tem, 20-25 € não seria injusto.
Para terminar, fica a dica indispensável: quando saírem à rua ou forem à varanda em Io, agasalhem-se bem porque faz frio… e também dá jeito para respirar!
Plataforma testada: PC
Trailer de The Pioneers: Surviving Desolation:
Gamer inveterado que não dispensa uma boa série e nunca diz ‘não’ a uma sessão de cinema… Com pipocas, se faz favor!