Análise jogos: Sengoku Dynasty
O Central Comics foi saber se Sengoku Dynasty repõe a glória à dinastia de simuladores da Toplitz, ou se repete os erros do seu antecessor.
Sinopse de Sengoku Dynasty
Em Sengoku Dynasty, lideramos um grupo de aldeões cansados da corrupção e violência da sociedade, que viaja para outra ilha para começar de novo. Recolhe, caça, constrói, explora e cria laços, mas não te limites a sobreviver: prospera!
Sengoku Dynasty é o novo título a integrar a já conhecida série de jogos de sobrevivência/simulação da Toplitz, lançado a 10 de agosto em acesso antecipado, desenvolvido pela Superkami.
Análise de Sengoku Dynasty
Após o desastre do Faroeste, atravessei o globo e desembarquei no Extremo Oriente. Na bagagem, levava algum entusiasmo e esperança, alimentados pelos bons tempos passados em Medieval Dynasty, mas também uma boa dose de ceticismo, ainda abalado pelo desastre de Wild West Dynasty.
A premissa começa logo por nos sugerir que aqui não há nada de novo — conflito, exílio e recomeço. O que sinto é o mesmo quando o meu pai conta uma história: já conheço, mas não deixa de ter a sua piada. No entanto, isto está longe de ser o suficiente para fazer de Sengoku Dynasty um jogo decente.
Restavam, então, aspetos como jogabilidade, gráficos, etc. para recuperar o brilho que a série outrora teve. No final, após provar tudo, ficou um sabor agridoce a «estava quase lá».
História de Sengoku Dynasty
Comecei o jogo ao dar à costa a uma ilha, após ser exilado da minha terra natal, onde o meu objetivo era erguer uma nova comunidade ao juntar as pessoas e organizar povoações.
Mesmo sendo uma cópia quase exata das premissas dos outros títulos da série, obriguei-me a ver a introdução e a tentar mergulhar no jogo para uma imersão total — imprescindível neste género. Fiquei surpreendido com a boa qualidade do genérico e a atmosfera no jogo convenceu-me.
É verdade que de original nada tem e é uma mera mudança de maquilhagem ao estilo Clark Kent, mas a narrativa de Sengoku Dynasty foi bem contada e não a considero, de modo algum, um ponto negativo. Por outro lado, este é um jogo em acesso antecipado ao qual falta muito conteúdo, e isso nota-se.
Jogabilidade de Sengoku Dynasty
Tendo este campo a mesma importância para a qualidade na categoria de Sengoku Dynasty que uma casa de banho tem para a qualidade de um restaurante mexicano, fiquei desapontado com o que experimentei.
Novamente, na mecânica, tentaram seguir o guião pré-existente: recolher, caçar, construir, namorar, etc. Porém, aqui, as coisas já não correram tão bem e está tudo muito despido. O que tive de fazer e como o fiz, dentro do jogo, é muito semelhante ao que já vi, mas um pouco menos bem executado. Não estando muito abaixo do padrão imposto por Medieval Dynasty — ou seja, até nem é mau — e variar um pouco aqui e ali pelo contexto da cultura e dos costumes japoneses, não chega.
Finalmente o grind. Ui… o grind! Quem, como eu, gosta deste tipo de jogos, aguenta, e até gosta, de um pouco, com conta, peso e medida, daquilo que é conhecido como grind: tarefas repetitivas, mas necessárias, no jogo para evoluir o personagem e progredir nos objetivos, como cortar madeira, extrair pedra, trabalhar no campo, etc. Neste caso, foi como um deja vu de quando pergunto aos meus amigos se gostam dos meus artigos — estava quase lá, mas depois começa a aborrecer.
Gráficos e som de Sengoku Dynasty
Raramente considero que os gráficos e o som podem fazer uma grande diferença num videojogo, mas, no caso deste género, são uma oportunidade para brilhar.
Quanto aos gráficos, não sendo deslumbrante, Sengoku Dynasty está já a um nível muito bom. Conjugados com um som a manter o nível, ajudam-nos a vestir o quimono, entrar e acreditar na tal atmosfera do Japão da Idade Média, tudo sem quebras de frames relevantes.
Postas de pescada e um par de botas
Ainda a escrever este artigo, estou muito dividido quando à classificação a atribuir a Sengoku Dynasty. Não há nada de horrível no jogo e os bugs estão dentro do expectável para um título em acesso antecipado, mas a falta de originalidade nas mecânicas apresentadas e o grind impediram-me de jogar mais por agora. Terei de recorrer a outras métricas, como preço, horas de jogo e contexto.
A 26,99 €, Sengoku Dynasty rebenta a escala e faria melhor figura com um corte de 33%, que já ajudaria a compensar as poucas horas de jogo proporcionadas para este género. Contudo, também tenho de reconhecer que os novos jogos desta série nascem sempre à sombra do seu melhor título, Medieval Dynasty. Além disso, este é um título em acesso antecipado, com um longo caminho pela frente.
+++
Capacidade de recontar uma narrativa de forma interessante; gráficos e som; e potencial.
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Falta de originalidade em geral, mas com maior peso nas mecânicas; preço; e grind excessivo.
Classificação: 6,5/10
Para quem conhece esta série — Sengoku Dynasty está longe do desastre de Wild West Dynasty, mas também não se consegue aproximar o suficiente de Medieval Dynasty.
Para quem não conhece a série, mas tem curiosidade em experimentar — pensando bem, talvez este até seja um bom jogo para começar, porque se consegue desfrutar do conceito e das mecânicas, para depois passar para Medieval Dynasty e encontrá-las mais refinadas, num jogo melhor.
Sengoku Dynasty está disponível no Steam a 26,99 €.
Para terminar, fica a dica indispensável: há uma razão para haver poucas pessoas a viver nas montanhas…
Plataforma testada: PC
Gameplay de Sengoku Dynasty:
Trailer de Sengoku Dynasty:
Gamer inveterado que não dispensa uma boa série e nunca diz ‘não’ a uma sessão de cinema… Com pipocas, se faz favor!