Análise jogos: Sanctuary Saga
De mochila às costas, o Central Comics Fez-se à estrada e partiu com a caravana de Sanctuary Saga. Será que valeu a pena ou estamos a ficar demasiado velhos para estas aventuras?
Sinopse de Sanctuary Saga
Um grupo de heróis decide-se aventurar pelo mundo fora em grandes aventuras. Entre investidas, cabe-nos proteger a nossa caravana enquanto vamos recebendo cada vez mais membros, e é aqui que encontramos a metaprogressão que compõe a vertente roguelite de Sanctuary Saga, um JRPG desenvolvido pela Boomer’s Workshop e distribuído pela V Publishing, que nos remete para os grandes clássicos de 16 bit da SNES.
Análise de Sanctuary Saga
Sanctuary Saga demonstra-nos claramente que o futuro não está ao virar da esquina, já chegou! Era isto que eu diria se estivéssemos em 1995. Não tenho nada contra jogos que tentam reproduzir os clássicos, mas é preciso algo mais do que apenas refazer o que já foi feito milhentas vezes. Sim, a análise não começa com o pé direito, mas, embora não melhor muito ao longo do artigo, nem tudo é horrível. Ora vejamos.
A história de Sanctuary Saga está muito pouco desenvolvida e recebemos pouca informação do que se está a passar ao início do jogo. É verdade que a dinâmica de grupo e das relações entre os nossos personagens vão acrescentando alguma coisa aqui e ali através dos diálogos, mas parece-me manifestamente pouco e nada satisfatório.
A jogabilidade é divertida durante pouco tempo. A não ser que tenhamos tido um acidente e ficado em coma durante os últimos 30 anos, basta cerca de uma hora para percebermos que já vimos tudo isto vezes sem conta e em títulos bem mais desenvolvidos que Sanctuary Saga. Os combates desenrolam-se por turnos numa disposição em linha, ao estilo de Darkest Dungeon, em que cada personagem tem poderes e técnicas que pode usar consoante a sua posição. Existe também a métrica de «Argument» (neste jogo, a tradução mais correta seria métrica de «estás a armar-te em parvo»), em que, se não cuidarmos dos nossos heróis, eles amarram a burra e recusam-se a fazer o que quer que seja. Mas nem esta é completamente original e pode ser facilmente equiparada à de fadiga noutros jogos, mas, em vez de termos de fazer descansar os nossos heróis, temos de lhes falar com carinho para saberem que ainda gostamos deles. Ao fim de algum tempo, Sanctuary Saga torna-se demasiado linear e repetitivo, sendo que até mapas e recursos são reaproveitados em diferentes investidas.
Achei que os quebra-cabeças tinham um nível interessante, mas tornavam-se amiúde frustrantes por serem demasiado longos e obrigarem a começar de novo a cada passo em falso.
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Apesar de tudo, Sanctuary Saga tem algum potencial e pode ser um jogo divertido para os fãs inveterados do género JRPG que não se importem de pouca variabilidade e queiram melhor compor a sua biblioteca.
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É manifestamente pouco conteúdo, com variabilidade demasiado reduzida para um jogo a ser comercializado, sem também qualquer sinal de inovação.
Classificação: 4/10
Aconselharia a quem estiver a pensar adquirir Sanctuary Saga esperar algum tempo. Tenho de referir que, apesar da nota negativa ao jogo, fiquei com muito boa impressão da equipa de desenvolvimento, sempre disposta a interagir com a comunidade e a aceitar todo o tipo de críticas e sugestões com boa disposição e seriedade. Pode ser que, daqui a uns tempos, Sanctuary Saga venha a tornar-se um jogo de boa qualidade e que este seja um daqueles casos em que um título é avaliado numa altura em que não está ao seu melhor nível. Mas foi este o jogo que recebi e avaliei agora. Como também não poderia deixar de ser, segundo o que escrevi acima, não concordo absolutamente nada com a etiqueta de 12,49 € que o jogo apresenta como preço no Steam.
Para terminar, fica a dica indispensável: não se deixem enganar pelas aparências! Até os heróis com superpoderes que chacinam inimigos de todas as formas e feitios com espadas, lanças e flechas podem amuar! Há que dar-lhes uma festinha na cabeça e dizer «vá, já passou».
Plataforma testada: PC
Trailer de Sanctuary Saga:
Gamer inveterado que não dispensa uma boa série e nunca diz ‘não’ a uma sessão de cinema… Com pipocas, se faz favor!