Análise: Irem Collection Vol. 1 e Vol. 2
Irem Collection Volumes 1 e 2 trazem clássicos da desenvolvedora Irem, focados em shooters e jogos de ação.
Convém saber que a Irem é uma desenvolvedora e publicadora japonesa de videojogos, e anteriormente uma desenvolvedora e fabricante de jogos de arcade também. A empresa tem sua sede em Chiyoda, Tóquio. Desde os anos 2010, abandou a produção de jogos de entretenimento para se dedicar as máquinas Pachiko, ou seja, jogos de azar.
Jogo: Irem Collection Vol. 1 e Vol. 2
Disponível para: PlayStation 4/5, Nintendo Switch, Xbox One/Series
Versão testada: Playstation 4
Editora: ININ, Tozai Games, Irem
Mas vamos ao que interessa:
Irem Collection Volume 1
1. Image Fight (1988)
Um jogo vertical de 1988, conhecido pela inovação no uso de “pods” (satélites vermelhos e azuis que oferecem diferentes estilos de disparo). Jogo difícil, como todos os desta altura, principalmente para as arcadas, mas destaco a necessidade de dominar essas armas (pods) para enfrentar inimigos e obstáculos de forma criativa. Além da versão arcade, o pacote inclui as adaptações para NES e PC Engine, cada uma com peculiaridades únicas mas que acredito (como em todos os outros jogos a partir de agora) que todas as versões menos poderosas estão mais para “encher” o pacote, e para os nostalgicos que tiveram essas versões, pois nada bate a versão das arcadas. A jogabilidade é cativante, e o design de fases, apesar de não ser mau, não é o mais cativante. A detecção de colisão pode ser um pouco frustrante.
2. Image Fight II: Operation Deepstriker (1992)
Exclusivo do PC Engine CD, é a sequência direta do anterior, e apresenta cutscenes em estilo anime que me surpreendeu, infelizmente não estão traduzidas para o inglês. Embora mantenha a base do jogo original, ele introduz um campo de visão mais largo, e é ligeiramente mais acessível mas só depois de aprender como lidar com uns inimigos cujos disparos mudam de direcção. Os “bosses” são criativos, oferecendo cenários memoráveis e diferenciados. No entanto, a ausência de legendas acaba por fazer perder alguns pontos. As muitas inovações relativamente ao seu antecessor são bem-vindas.
3. X-Multiply (1989)
Este shoot ’em up já é de vista horizontal de 1989 e é podemos comparar com o R-Type pela sua jogabilidade e temática, mas principalmente pelos seus visuais. Gostei muito dos seus braços mecânicos expansíveis que funcionam tanto como armas e disparar para a frente como para trás, e ser usado como defesa contra projéteis inimigos. Tem um estilo artístico grotesco, ao estilo de H. R. Giger, mas muito mais colorido. Esse visual e a sua jogabilidade, fazem deste o meu favorito da colecção. No entanto, a alta dificuldade continua presente.
Irem Collection Volume 2
1. Air Duel (1990)
É mais um shooter vertical. Aqui a ficção cientitica fica mais de lado e é inspirado em temas militares mais reais- Permite ao jogador escolher entre um caça ou helicóptero. Apesar essa escolha seja interessante, o helicópetero como tiros direcionais conforme a direcção para que te moves não foi do meu agrado, É um jogo mais genérico relativamente ao que vimos até aqui.
2. GunForce (1991)
Finalmente deixamos os shmups de lado e chega o primeiro run-and-gun (precursor de Metal Slug) destas coleções. Com fases recheadas de veículos e ação, traz ideias inovadoras para a época, mas peca pela falta de diversidade nos inimigos e por controles um pouco duros, sendo que a jogabilidade é, na minha opinião, o seu calcanhar de Aquiles. (vejam o que digo no meu video de gameplay, mais abaixo)
2. GunForce II (1994)
Também chamado de Geostorm no Japão, é o mesmo o destaque não só deste volume mas também da coleção até agora. Só dizer que ele foi criado pela equipa que mais tarde desenvolveria Metal Slug, já é dizer algo. Nota-se um avanço significativo sobre o primeiro jogo, com visuais vibrantes, chefes impressionantes e sequências de ação memoráveis. Os gráficos são brutais e os visuais incríveis. A jogabilidade foi bastante melhorada relativamente ao primeiro, no entanto, sofre com problemas de desempenho, como lentidão nos momentos intensos e com a tela cheia de explosões e cenário a ser destruido.
Críticas Gerais
Além dos jogos principais, a coleção inclui as versões para SNES e Super Famicom de GunForce, que são inferiores devido a quedas de performance e gráficos reduzidos.
É uma maravilha, no entanto, saber que há esta preservação de jogos antigos, nomeadamente desta desenvolvedora que não é das mais populares. As emulações parecem-me sólidas e as opções como filtros visuais e cheats são sempre bem-vindas. Mas pelos preços que pagamos devia ter mais extras como algum documentário, entrevistas, artes conceituais ou documentação histórica.
A Irem Collection para já é recomendada para fãs hardcore de shoot ’em ups e run-and-gun, mas pode ser desafiadora demais para novos jogadores.
A Irem tem jogos mais antigos maravilhosos como os da saga Lode Runner (1984), o muito conhecido Kung Fu Master (1984), mas também gostaria de ver o Moon Patrol (1982), Traverse USA (1983), entre outros, só para mencionar alguns dos mais antigos.
O volume 3 já foi anunciado e trará mais do mesmo, ou seja shoot ’em ups. São eles: Mr. Heli, Mystic Riders, e Dragon Breed. Se não começarem a trazer jogos mais variados, pode denotar cansaço para com os fãs.
O nosso gameplay do volume 2
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Co-criador e administrador do Central Comics desde 2001. É também legendador e paginador de banda desenhada, e ocasionalmente argumentista.