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Análise – Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (sem spoilers)

As portas para o Multiverso estão abertas! “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura” chega aos cinemas e o Central Comics já foi ver para contar como é (mas tudo sem spoilers).

Em “Multiverso da Locura” é-nos apresentada America Chavez(Xochitl Gomez), uma jovem de outra dimensão com a poderosa habilidade de atravessar as várias realidades pelo Multiverso fora. Perseguida por uma misteriosa e malvada entidade, cabe ao Doutor Estranho(Benedict Cumberbatch) auxilia-la, mas quando os universos se cruzam, nem tudo é o que aparenta!

Quando a Marvel anunciou as suas séries na plataforma de streaming da Disney, surgiram-me algumas preocupações sobre a natureza do canon cinemático e como as mesmas interagiriam com os lançamentos nas grandes telas.

Ao início, com Black Widow, acreditei que fosse uma situação de acenos de um lado para o outro, seriam capítulos complementares mas desnecessários. Este filme prova-me o contrário, e não posso deixar de sublinhar isto: Se não viram WandaVision antes deste filme, a vossa experiência será altamente afetada pela negativa!

 Wanda Maximoff(Elizabeth Olsen) desempenha nesta longa-metragem um papel crucial, e a sua personagem aqui esta direta e profundamente ligada a tudo o que viveu na série da Disney+. Sem esse contexto, para fãs que só assistiram aos filmes ou até visitantes mais despassarados ou desinteressados, haverá um choque imenso face à participação da personagem.

No entanto o filme é sobre Stephen e é sobre ele que eu quero escrever.

Embora o seu papel em Infinity War tenha sido, a meu ver, o ponto alto da personagem, é bom revisitá-lo após tudo o que aconteceu com o MCU. Lembro-me de ter-me questionado o porquê de não haver qualquer abordagem às repercussões da intervenção de Strange nesses filmes, afinal de contas foi o plano dele que salvou o Universo da loucura de Thanos, mas também foi esse plano que causou o “Blip”.

Finalmente quebrou-se o silêncio neste filme que é, principalmente, sobre consequências e como as enfrentamos.

Sam Raimi regressa ao multiverso Marvel com mais uma história sobre a mente de um herói, a desconstruir os raciocínios e emoções deles, no entanto dá uso à sua mestria do cinema de terror para fazer esta longa-metragem visualmente distinta. Mais que um filme da Marvel,

“Multiverso da Locura” é um filme de Raimi, como os “Guardiões” são de Gunn e “Ragnarok” é de Waititi.

Mas o regresso de Raimi não é a única surpresa boa! Embora uma eventual desilusão por motivos narrativos, vemos neste filme o regresso também de muitos atores do MCU e de outros projetos da Marvel, bem como as primeiras aparições de algumas personagens há muito antecipadas pelos fãs.

Apercebi-me há pouco tempo que uso a expressão “deleite” com frequência, mas aqui não há alternativas à altura. Foi na sessão especial tive o prazer de experienciá-las: as palmas do público pontuaram a banda sonora de Danny Elfman nos momentos chave, todos adorámos rever certas caras e conhecer tantas outras.

No entanto estaria a mentir se vos dissesse que acho este filme “um dos melhores”. Medíocre também não o é, mas por pouco.

É divertido ver Strange em ação, mas há efeitos muito mal conseguidos, e a narrativa consegue tornar-se desinteressante. Há personagens muito mal escritas e aproveitadas, mas por outro lado há imensos momentos surpreendentes e divertidos espalhados pelo filme fora para compensar.

Não acredito que vá revisitar este capítulo tão cedo, mas ao menos está melhor que Eternals. Não muito, mas melhor.

Se calhar daqui por uns tempos mudo de opinião, não acredito que vá deixar de gostar de algumas coisas que o filme faz e mostra, quiçá comece a apreciar tantas outras.

É Marvel afinal de contas, e para os seus fãs valerá sempre a visita ao cinema!

6/10

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