Análise: Blackbird – A Despedida (2021)
Blackbird – A Despedida, mais uma das vítimas da pandemia, chegou às salas portuguesas para contar uma das histórias mais pesadas e emotivas em cartaz.
Lily (Susan Sarandon), mãe e esposa vítima de doença terminal, convida a sua família para um último fim-de-semana. Remake do filme dinamarquês Silent Heart (2014), este é um convite para assistir à celebração da vida e da família de uma forma morbidamente feliz.
Susan Sarandon é o motor, mas à sua volta giram Kate Winslet, Sam Neill, Anson Boon, Lindsay Duncan, Mia Wasikowska, Rainn Wilson e Bex Taylor-Laus. As suas interpretações trabalham a densidade destas personagens que nos são desconhecidas. Pouco sabemos delas e apenas nos mostram aquilo que querem ou que o filme precisa de nos mostrar. Não sendo necessariamente desfavorável, Blackbird – A Despedida funciona como uma análise. A empatia que nasce com o filme acaba por derivar da situação em si e não pelas vivências e histórias de cada um.
Com uma abordagem sem rodeios, não há qualquer preparação para assistir à forma como o filme foi concebido, o que pode demover o espectador. Christian Torpe e o realizador Roger Michell (Notting Hill, 1999) tentam equilibrar a exposição da situação e o envolvimento emocional, sendo que prevalece a primeira. Não é o típico filme para ver depois de um segundo confinamento, mas estranha esta ideia da celebração perante uma morte com data certa.
Classificação final: 7
O amor pela comida é uma constante. O gosto pelo chá de cidreira é variável. Os musicais são uma adi(c)ção crescente. A paixão pelo cinema multiplica-se. Teresa é muito dividida.