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Análise BD: The Sacrificers (Image Comics)

The Sacrificers, da Image comics, é uma BD de Rick Remender, que é um excelente argumentista já com outras séries que eu gosto imenso tais como: Fear Agent, Sete Para a Eternidade (que a G. Floy publicou cá), Deadly Class, Low, Tokyo Ghost, Black Science entre outras…

The Sacrificers

Aqui, é acompanhado ao desenho por Max Fiumara, um ilustrador argentino que tem um traço belíssimo, o desenho dele é maravilhoso e adequa-se nesta história com perfeição. As cores ficam ao critério de Dave McCaig cuja paleta garrida e esfumada tornam o ambiente e atmosfera mais que perfeita para o argumento.
 
A história vai beber muito a clássicos como O Feiticeiro de Oz ou mesmo Alice nos País das Maravilhas, a isto junta-se um pouco de Hunger Games e está feito o conceito da aventura. Depois é a genialidade de Remender a trabalhar, que com um ritmo fabuloso e uma criação de um mundo e personagens fantásticas como é de seu apanágio tornam tudo verdadeiramente emocionante e mais uma leitura impossível de parar. 
 
The Sacrificers
Página do interior de “The Sacrificers”, com desenhos de Max Fiumara
 
Num mundo reinado por deuses onde o amanhã só existe devido a um sacrifício de cinco famílias da plebe, cedo se percebe que a harmonia deste falso paraíso tem um preço demasiado alto a pagar. O sacrifício é um dos filhos destas famílias que são entregues ao Rei Rokos, o Rei Sol que mantém a ordem neste reino junto com outras divindades aqui representados como a nobreza. 
 
Vou deixar para vocês descobrirem o porquê deste sacrifício, na medida em que o mistério faz parte essencial desta leitura, o personagem Pigeon que é um dos principais e um dos filhos sacrificados irá também descobrir no que consiste este sacrifício. Por sua vez, Soluna, a filha do Rei Sol e da Lua, descobre também o que está por trás das cortinas e bastidores do reino e os seus segredos mais obscuros, assim como a relação conturbada que o pai e a mãe têm. 
 
O destino junta estes dois personagens completamente díspares, e fazem com que Pigeon parta numa sede de vingança extremamente violenta e gutural e que Soluna aprenda da pior forma o que significa “descer do altar” de princesa e perder os seus poderes, levando um banho de humildade e realidade, até agora inexistente para ela. 
 
The Sacrificers
 
O visual gráfico é deslumbrante, o desenho é mesmo incrível e espetacular, misturando conceitos de ficção científica em especial na indumentária dos personagens, nesta fantasia escura recheada de personagens enigmáticos e potentes.
 
Os cenários e diferentes culturas deste mundo são maravilhosos e originais com uma arte conceptual que aparenta trazer à vida tudo o que vemos. Para mim, é mesmo uma arte de cair o queixo em todos os aspectos, e a partir do décimo comic da série, foi uma surpresa enorme ver que a arte passa a ser desenhada pelo nosso André Lima Araújo, que não só se adequa na perfeição à história como faz uma simbiose perfeita com a de Max Fiumara. 
 
Parabéns ao André que se apresenta ao mais alto nível, se eu já o adorava nos seus outros trabalhos, aqui “partiu-me completamente a suspensão”   e deixou-me KO com a beleza gráfica da sua arte detalhada, sublime e com um dinamismo de ação sequencial inacreditável. As cores vibrantes de MacCaig realçam tudo para o nível “super guerreiro 4” e o já conhecido Rus Wooton, letrista habitual em vários trabalhos de Remender, faz uma balonagem excelente.
 
Aguardem por entretenimento puro, cheio de ação, aventura, suspense e uma narrativa brutal, violenta e ao mesmo tempo emocionante, que contrasta com os cenários belos e maravilhosos desenhos, sejam eles mais perturbadores ou pacíficos. A temática de “Dark Fantasy” acentua-se na medida que a história se desenvolve e a evolução das personagens a nível pessoal e sentimental é mais uma vez muito bem conduzida por Remender.
 
The Sacrificers
Páginas do interior de “The Sacrificers”, com desenhos de André Lima Araújo. Fonte: Conta do X, do autor.
 
Esta é mais uma série da Image comics que  recomendo, pois é a minha editora favorita no que diz respeito aos comics americanos independentes, tem sem dúvida imensas séries de muita qualidade com autores muito bons.
 
Seria uma aposta ganha pela G.Floy ou outra editora portuguesa que quisesse arriscar por cá esta publicação. 
 
Desejos de um bom ano com muita bd. 

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