Análise BD: Ideiafix e os irredutíveis Vol. 5 – Ideiafix e o druida
A Asa continua a editar num bom ritmo as aventuras de Ideiafix que já vão no volume 5, sendo aqui a figura de destaque e convidado especial, nada mais nada menos que o nosso druida predilecto, Panoramix.
Desta vez os textos pertencem a Matthieu Mébarki e os desenhos estão ao cargo de Philippe Fenech que simula eximiamente o traço de Uderzo.
Pertencendo os direitos à Edições Asa, a impressão e acabamentos continuam ao critério da Norprint – A Casa do Livro e mantém-se tudo igual nos mesmos formatos.
Sendo estas aventuras para os mais pequenos lá de casa, temos Ideiafix e os seus compinchas metidos em mais uma embrulhada engraçada e podemos então ter a participação especial de Panoramix da série regular de Astérix o gaulês.
Em Lutécia estão a desaparecer canídeos recorrentemente e Ideiafix mais a sua pandilha vão querer desvendar o mistério. Aparentemente um homem lobo anda a raptar os cães e os pombos dão a pista necessária para que Ideiafix os encontre.
Ao mesmo tempo, temos Panoramix a fazer uma visita a Lutécia para se encontrar com o seu amigo druida Amnesix. Infelizmente é assaltado e roubam-lhe o alforge com produtos essenciais para as suas poções mágicas.
Os cães começam a desconfiar que será uma poção mágica que poderá estar por trás do tal homem lobo que afinal não passa de um charlatão com pele de lobo sempre a procura de roubar dinheiro. Mas isso leva por vias travessas a que a cadela Turbina vá beber uma poção mágica que a transforma em humana embora continue a ladrar e não falar.
As histórias entrelaçam-se com a confusão do costume, pois após uma zaragata numa taberna gaulesa, Panoramix e o seu amigo vão parar aos calabouços romanos assim como a gangue dos cães que no decorrer da investigação para soltar os cães raptados vão também se meter em apuros numa cela.
Sobre a forma humana, turbina solta os Druidas e os amigos, mas Panoramix apercebe-se logo que a “falsa druida” tem algo de estranho. A confusão é ainda maior quando, por sua vez, o general Labieno se apaixona pela forma humana de Turbina e acha que o latir dela será uma língua estrangeira. Após Panoramix dizer que são todos bardos nómadas para tentar escapar das celas, Labiano obriga-os a fazer uma apresentação do seu espetáculo no circo Mercurocromum para ver a bela Turbina a cantar.
Pelo meio de mais peripécias, incluindo um duelo com um leão do circo e Panoramix a cantar para os romanos, a gargalhada total instala-se quando Turbina se volta transformar em cadela sobre os olhos de todos, deixando Labieno incrédulo e estupefacto.
Também Charlatanix é descoberto e recebe o que merece, e o nosso pequeno herói Ideiafix solta todos os cães que estavam presos.
Posto isto, deixo desde já uma atenção especial para a tradutora Helena Guimarães que resolveu, e bem, a meu ver, colocar êxitos do cançonetismo português quando certos personagens estão a cantar na história, com versões improvisadas de “A minha casinha” dos Xutos e Pontapés, “Quando cai a noite na cidade” de Anabela ou mesmo “20 anos” de José Cid. Um toque especial que tornou muito engraçado as diferentes situações. Temos também um piscar de olho a Morris e Lucky Luke quando Panoramix vai embora de Lutécia.
História muito divertida e a que mais gostei até ao momento, embora não deixe de estranhar o porquê de Panoramix não reconhecer Ideiafix como o fiel animal de estimação de Obélix, nunca percebendo muito bem como é que o cão anda sozinho em Lutécia sem se encontrar com o famoso dono em nenhuma das aventuras, deixando-me apenas supor que Obélix ainda não o encontrou e adoptou e será algo que acontecerá num futuro próximo.
Sempre que leio estas histórias fico ansiosíssimo por uma nova aventura de Astérix.
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