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Análise BD: Gannibal vol. 3

Segue a saga de Daigo Agawa, o agente da polícia que foi parar à vila de Kuge, onde os mistérios se adensam e a hipótese de canibalismo está cada vez mais presente na atmosfera. 
 
Uma mulher afirma que nesta localidade muitos recém nascidos nascem mortos o que leva Daigo a falar com várias pessoas e ter os seus perturbadores testemunhos. 
 
Neste terceiro volume, o autor Masaaki Ninomiya coloca as atenções no enredo de tensões e diálogos entre Daigo e os habitantes de Kuge que aparentam ser inofensivos, mas carregam toda uma aura escura e sombria causando uma pressão de grupo sobre o protagonista.
 
Ganniblal vol. 3
 
A trama de terror psicológico torna-se evidentemente mais palpável, aumentando a ansiedade de suspeitas e confirmações que realmente pode haver actos macabros de canibalismo e todo um conluio que torna tudo muito mais aterrador e assustador.
 
Para quem gosta deste tipo de thriller, o manga está feito de forma exímia, e a leitura é aditiva e um verdadeiro “turn-pager”, pois o leitor sente em demasia a ansiedade que a qualquer momento alguma coisa muito ruim vai acontecer.
 
Neste ponto, queixo-me já com pena, da velocidade de edição ser um pouco lenta, pois penso que quem tiver oportunidade de ler esta série de 13 volumes mais de seguido, ganhará muito no prazer da experiência de leitura. Digo isto, na perspectiva de quem como eu, que lê demasiadas coisas ao mesmo tempo, tem obrigatoriamente de fazer releitura dos números anteriores para retomar com a história, e perde-se um pouco o fio à meada daquilo que é suposto ser a tensão constante da narrativa e o verdadeiro fio condutor deste manga .
 
Ganniblal vol. 3
 
Posto isto, por vezes dou por mim a ficar mais irritado do que apavorado com esta história porque a leitura é realmente muito rápida e o sentimento de querer avançar mais depressa com os acontecimentos é um pouco frustrante. É uma pena os volumes não serem duplos, mas desde que seja editado até ao fim, não peço mais nada.
 
Como já tive oportunidade de referir nas resenhas anteriores, o desenho de Ninomiya continua fabuloso, cada vinheta transmite a tensão e profundidade que ele quer dar e definem a série, e o traço virtuoso é um belo exemplo do que se pode fazer de muita qualidade no estilo manga.
 
Com um estilo poderoso e incisivo, a arte detalhada e robusta do autor, transmite as tensões e recria as atmosferas e ambientes perfeitos para o thriller psicológico. Nada é deixado ao acaso nas vinhetas do autor, seja no pano de fundo ou nas expressões realistas dos personagens, podemos verificar camadas de profundidade e mistério a emergir nos mais diferentes níveis, o que revela por parte do autor um conhecimento alargado da psique-humana e do medo característico presente no instinto animal de cada ser humano.
 
Ganniblal vol. 3
 
Fico cada vez mais com curiosidade de ver a série em imagem real, mas como já disse antes, só o irei fazer após a leitura completa dos livros.
 
As capas continuam a ser muito boas, onde podemos ter um “cheirinho” como esta arte se destacaria com um pouco de cor, sendo que os vermelhos do sangue elevariam ao expoente máximo, o gore de natureza visual que é o “ex-libris” da série. 
 
Aguardo com ansiedade já o quarto volume, e continuo a achar uma excelente aposta desta editora, pois é até ao momento uma leitura muito prazerosa de se fazer para quem gostar deste género, obviamente.
 
Uma edição da editora A Seita-

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