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Análise BD: As Guerras de Lucas

Escrito por Laurent Hopman e desenhado por Renaud Roche, eis um álbum de BD de capa dura que em duzentas páginas expõe a história de um jovem promissor chamado George Lucas, que ficará eternamente conhecido pela realização de Star Wars, filme que ilustra a sua visão independente e a total lealdade para com a magia da infância.

Mais do que procurar ser fiel aos acontecimentos reais que estiveram por detrás de uma obra cinematográfica que foi uma das mais bem sucedidas da Sétima Arte, expondo os seus bastidores e a relação de outras figuras conhecidas com Lucas, As Guerras de Lucas não se inibe de expor a adversidade, os desastres e tudo aquilo que poderia desmotivar ou impedir um realizador criativo de se dedicar e levar a cabo os seus objetivos.

As Guerras de Lucas

Acima de tudo, esta BD revela uma história de audácia e perseverança.

De acordo com a BD, vemos que George Lucas era um rapaz reservado, introvertido, fiel a si próprio, criativo e com um desinteresse geral pela escola, pelos estudos ou pelas tarefas e regras que os pais sempre lhe tentaram incutir, apreciando o desenho, a leitura de bandas desenhadas como a de Tommy Tomorrow da DC Comics e, naturalmente, a visualização corrente de séries televisivas e filmes de aventura e ficção científica, apaixonando-se particularmente por Flash Gordon.

Era um sonhador com as características próprias de um imaginauta, focado no seu próprio mundo, absorvido pelos universos de ficção que se desenvolvem e cativam a geração dos Baby Boomers após a década de 50. Torna-se um adolescente rebelde e inconformista fascinado pelas corridas automóveis mas, o seu gosto pela velocidade acabará por o levar a ter um acidente grave, arriscando-se a perder a vida. E é nessa altura que tudo muda: Lucas decide ir para a universidade estudar cinema, procurando realizar sonhos que até então a família julgara não passar de um devaneio próprio de um jovem sem noção de maiores responsabilidades.

As Guerras de Lucas

O início

Contudo, é na universidade que Lucas conhece outro jovem promissor como Steven Spielberg e realiza a curta-metragem THX 1138 4-EB, que receberá o 1º Prémio do Festival de Cinema de Filme Juvenil, chamando as atenções de outros profissionais da época.

Estes são os primeiros passos que o colocarão a trabalhar com Francis Ford Coppola, dando origem a um filme de THX 1138 (1971) e a realizar posteriormente American Graffiti (1973), no qual foi mais bem sucedido e permitiu-lhe focar-se nas suas ambições para realizar um projeto maior que, todavia, acabaria por se revelar o seu maior desafio de sempre: Star Wars, que sairia para as salas de cinema em 1977 e seduziria toda uma geração, incapaz de resistir a uma premissa de aventura espacial do género Space Opera que revelava não só uma boa dose de experimentalismo e independência em relação a tantas outras histórias nas quais Hollywood preferia apostar.

Como surgiu Star Wars

É sobretudo a dedicação deste álbum à história por detrás da produção do primeiro filme da saga Star Wars que nos apercebemos das batalhas de Lucas para concretizar algo de inovador que tinha de tudo para correr mal, incluindo a quase constante hesitação da Fox em financiar um filme que muitos acreditavam vir a tornar-se um desastre em termos de aceitação do público e nas bilheteiras das salas de cinema.

Lucas esteve também rodeado por todo o género de profissionais que não tinham problemas em afirmar que a sua visão era própria de um delírio de adolescentes e as suas opções técnicas e conceitos artísticos suscitavam a maior das desconfianças entre os membros de uma equipa de colaboradores muito difíceis de gerir, relutantes em aceitar todas as suas exigências e sugestões. Poucos o levavam a sério e os contratempos foram demasiados. Reconhecendo hoje em dia o sucesso de Star Wars, custa a crer que a história por detrás de um filme se traduz por uma verdadeira guerra, a luta de Lucas pelo seu sonho inteiramente difícil de ser compreendido na época e na atualidade.

As Guerras de Lucas

As Guerras de Lucas

O álbum de BD As Guerras de Lucas, que foi publicado originalmente na França pelas Editions Demans como Les Guerres de Lucas, ilustra o potencial humano quando se alia e confia no uso da imaginação e não desiste dos seus sonhos.

Embora ousado e disposto a correr riscos, George Lucas nunca foi arrogante, mas sobretudo um sonhador determinado a fazer frente à descrença e ao ceticismo, mantendo-se fiel ao seu lado criativo e ao gosto profundo por expor algo nunca antes visto. Lucas inspirou um elevado número de criadores e autores de histórias de ficção pelo mundo fora e leva-nos a crer que a magia para realizar os nossos verdadeiros sonhos existe.

Por outras palavras, não há nada melhor para um criativo senão continuar a acreditar em si, independentemente da visão negativa e da hostilidade ou falta de apoio de todos os outros. Como fã incondicional de Star Wars, foi esta a história que o especialista do cinema norte-americano Laurent Hopman decidiu contar, contando com o apoio do artista francês Renaud Roche, também fã da saga, cujo desenho não poderíamos deixar de apreciar através de ilustrações altamente expressivas, de carácter pouco detalhado e minimal em termos de uso de cores, dando primazia ao uso do preto e branco ou dos tons de cinza.

Em Portugal foi publicado pela editora Ala dos Livros e conta com a tradução de Ricardo Magalhães Pereira, a legendagem de Paula Catalão, além da revisão de Helena Romão e Teresa Marques Pereira.

Como não poderia deixar de ser, replicamos a homenagem dos autores da obra:

«A GEORGE LUCAS,

E A TODOS OS SONHADORES QUE NÃO DESISTEM»

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As Guerras de Lucas

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