A Assembleia das Mulheres
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Um do mais originais projectos de banda desenhada nacional dos últimos anos, A ASSEMBLEIA DAS MULHERES é uma ambiciosa adaptação de uma peça de teatro grega clássica, Ecclesiazusae (Ἐκκλησιάζουσαι), de Aristófanes, uma das grandes comédias de todos os tempos e considerada como uma das fundadores do teatro moderno.
A ‘Assembleia das Mulheres’ é uma das onze peças sobreviventes do prolífico autor de comédia antiga grega Aristófanes (447 a.C. – 385 a.C.), cujas obras tinham um impacto societal semelhante ao dos média de hoje em dia, tornando-o temido pelas principais figuras atenienses. Zé Nuno Fraga adapta a peça à banda desenhada, num estilo caricato e rico de expressões cómicas e cores intensas, mantendo também o sabor (e o lado divertido) do texto original.
Aristófanes usa a sua profunda sagacidade sobre a natureza humana para explorar as consequências de uma hipotética ditadura das mulheres, introduzindo a ideia de um verdadeiro comunismo, quer material, quer sexual, e permitindo ao autor ridicularizar a política ateniense do seu tempo. Os efeitos desta revolução são mostrados de forma cómica, através das discussões e querelas entre personagens que se opõem politicamente, enquanto o autor parece nunca tomar partido claro por uma das posições, criando assim uma peça de comentário político mordaz, imparcial e intelectualmente honesto, rara mesmo nos dias de hoje.
A ASSEMBLEIA DAS MULHERES
Adaptação de ZÉ NUNO FRAGA da peça homónima de ARISTÓFANES
A Seita
56 páginas, cores, capa dura, formato 21 x 27,50
ISBN 978-98-95457-43-4
PVP: 14€
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Zé Nuno Fraga (MCMLXXXIV, D.C.) cedo manifestou interesse pelo desenho. Passava as aulas a encher os cadernos de sarrabiscos em vez de prestar atenção, e, para desespero do professorado, isso foi-se mantendo quando estudava Engenharia, até que finalmente lá abandonou tudo, incluindo o país, e foi como refugiado artístico para a vizinha Galiza, onde estudou a arte de sarrabiscar. Após realizar algumas obras de BD com as quais percebeu que não tem jeito nenhum para guionista, decide que mais vale adaptar o que gente mais inteligente escreveu, levando por fim à sua primeira BD decente, a brilhante Ecclesiasuzae de Aristófanes.
Considerado o “Pai da Comédia”, Aristófanes foi também um fino crítico da sua Atenas natal e da sua vida política. As suas peças tinham um impacto imenso, suficiente para garantir que ele fosse acusado e processado por difamação e traição por mais de uma vez. Em A Assembleia das Mulheres, critica elementos da democracia ateniense de modo subtil e inteligente, apresentando argumentos a favor e contra, sem nunca explicitamente tomar partido.
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Co-criador e administrador do Central Comics desde 2001. É também legendador e paginador de banda desenhada, e ocasionalmente argumentista.