Os 10 filmes que definiram 40 anos de Sundance
A temporada de festivais de cinema de 2024 decorre como de costume, mas um evento teve particular destaque no início do ano: a 40.ª edição do Festival de Sundance.
Realizada entre 18 e 28 de janeiro, esta edição marcou quatro décadas desde que o Instituto Sundance assumiu a gestão do festival, celebrando assim a sua longa influência na indústria cinematográfica norte-americana.
Sundance
Reconhecido como um dos maiores festivais de cinema do mundo, ao lado de Cannes, Veneza, Berlim e Toronto, o Sundance é sinónimo de cinema independente e descoberta de talentos.
Ao longo destas quatro décadas, o festival foi um ponto de partida para inúmeros realizadores, como o casal Jonathan Dayton e Valerie Faris, os irmãos Coen, Quentin Tarantino, Steven Soderbergh, Richard Linklater, Ava DuVernay e Paul Thomas Anderson.
Além disso, lançou a carreira de atores como Amy Adams, Gabourey Sidibe, Elizabeth Olsen, Brie Larson, Lakeith Stanfield, Miles Teller e Anya Taylor-Joy, assim como de argumentistas como Todd Solondz, Rodrigo Sepúlveda e Michael Arndt.
O impacto do festival é tão relevante que, ao longo dos anos, muitos filmes premiados ultrapassaram o circuito indie e conseguiram nomeações aos Óscares. Um exemplo é a vitória de “CODA” (2021), de Sian Heder, na categoria de Melhor Filme na 94.ª cerimónia dos Óscares em 2022.
Histórico
O Sundance Film Festival teve vários nomes ao longo da sua trajetória, começando como Utah Film Festival, depois Utah/US Film Festival e, posteriormente, US Film and Video Festival.
Fundado por Sterling Van Wagenen e John Earle, o festival foi criado com o objetivo de atrair mais visitantes para Utah. Earle desejava promover filmes, painéis de discussão e uma competição para obras produzidas fora de Hollywood, conseguindo parte do financiamento inicial através da Utah Film Commission em 1978 e obtendo mais apoio por meio de doações privadas. No entanto, o festival enfrentava dificuldades financeiras e mudanças urgentes eram necessárias.
Inicialmente realizado em Salt Lake City em setembro de cada ano, o festival sofreu duas alterações em 1981: foi transferido para Park City e mudou a sua data para janeiro, tornando-se o único festival do mundo a ocorrer no inverno, em uma estação de esqui.
Missão original
A missão original do Instituto Sundance era criar um espaço onde cineastas independentes pudessem usufruir de workshops e laboratórios, ter acesso a recursos e aprender sobre o processo de produção cinematográfica.
O objetivo do programa era apoiar os cineastas em áreas como a escrita de roteiros, a procura de produtores e o financiamento dos seus projetos.
No primeiro ano, sessenta e cinco alunos participaram nos laboratórios, trabalhando em colaboração com diretores, atores, produtores e outros especialistas para aprimorar as suas competências e elevar os seus projetos a um nível superior.
Gestão do Instituto Sundance
Em 1984, o Instituto Sundance assumiu a gestão do festival, organizando a primeira edição sob sua administração em janeiro de 1985. O objetivo era apresentar os trabalhos desenvolvidos ao longo do ano nos laboratórios do Instituto.
Em 1991, o festival foi renomeado para Sundance Film Festival. Com o tempo, o festival aumentou a sua demanda, recebeu ampla publicidade, superou suas dificuldades financeiras e evoluiu para se tornar a experiência que conhecemos hoje.
10 melhores filmes que passaram por Sundance
Em celebração à 40.ª edição do Sundance Film Festival, o Instituto Sundance solicitou a cineastas, críticos, colegas e membros da indústria que partilhassem as suas listas pessoais dos 10 melhores filmes.
Mais de 500 pessoas participaram da iniciativa, revisitando os quase 4.000 filmes que passaram pelo festival ao longo dos anos.
Abaixo está a lista coletiva dos 10 melhores filmes do Sundance, conforme selecionado por essa vasta audiência.
1) “Whiphash” (2014), de Damien Chazelle
2) “Cães Danados” (1992), de Quentin Tarantino
3) “Foge” (2017), de Jordan Peele
4) “Uma Família à Beira de um Ataque de Nervos” (2006), de Jonathan Dayton e Valerie Faris
5) “Memento” (2001), de Christopher Nolan
6) “Sexo, mentiras e video” (1989), de Steven Soderbergh
7) “Antes do Amanhecer” (1995), de Richard Linklater
8) “Boyhood” (2014), de Richard Linklater
9) “E a Tua Mãe Também” (2002), de Alfonso Cuarón
10) “Blood Simple” (1985), de Joel e Ethan Coen
* Com informações do Museu de Park City
Brasileiro, Tenório é jornalista, assessor de imprensa, correspondente freelancer, professor, poeta e ativista político. Nomeado seis vezes ao prémio Ibest e ao prémio Gandhi de Comunicação, iniciou sua carreira no jornalismo ainda durante a graduação em Geografia na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), escrevendo colunas sobre cinema para sites, jornais, revistas e portais do Nordeste e Sudeste do Brasil.