Jogos: Antevisão – Homicidal All-Stars
Um turn-based tactics para deixar água na boca, ou um jogo que ameaça meter água? O Central Comics experimentou Homicidal All-Stars — estas são as primeiras impressões.
Homicidal All-Stars é um jogo de estratégia por turnos em arena deathmatch em que assumimos o controlo de uma equipa de concorrentes de um reality show num futuro distópico. O nosso objetivo? Sobreviver a qualquer custo enquanto enfrentamos hordas de inimigos armados até aos dentes e entretemos as massas sedentas de sangue.
Homicidal All-Stars está a ser desenvolvido pela Artificer e deverá ser lançado brevemente pela Good Sheperd Entertainment.
Se há caso em que nos deparamos com exemplos diametralmente opostos, este artigo é um deles, sem dúvidas. Não é que Homicidal All-Stars apresente propriamente um novo género de narrativa que abre todo um novo campo a ser explorado. Não, mas explora excecionalmente bem um conceito já existente – um reality show num futuro distópico em que concorrentes lutam entre si para entreter o público, ‘rings a bell’? Se pudesse assobiar neste artigo, vocês lembrar-se-iam imediatamente de uma das sagas mais populares do cinema nos últimos tempos. Porém, não é disso que falamos, e Homicidal All-Stars deixa-o bem claro!
História de Homicidal All-Stars
Não sendo completamente original, a história de Homicidal All-Stars consegue pegar nas rédeas da sua própria narrativa e afirmar-se como um universo ímpar por direito próprio. O ambiente criado pelos gráficos e pelo som (já lá vamos) convence-nos imediatamente que estamos no meio do jogo e os personagens arrastam-nos com eles para as violentas batalhas que têm pela frente. É-me até um pouco difícil falar de cada componente do jogo em separado, já que outro aspeto a facilitar-me a imersão no jogo foi a própria mecânica, mas também já vamos falar um pouco sobre isso. Os personagens estão muito bem criados, repletos de carisma, para o qual também contribui um voice acting irrepreensível. As legendas em português do Brasil estão excelentes, assim como toda a localização do jogo, perdendo-se muito pouco pelo caminho.
Gráficos e som de Homicidal All-Stars
Estamos perante um título que parece saído de um megaestúdio AAA. Os gráficos são de nível superior e perfeitamente adequados ao ambiente que se propõem a criar. A ideia de arena deathmatch num futuro distópico e até um pouco ciberpunk é perfeitamente transmitida e credível. Mas se falamos de adequado e de nível superior, que obra-prima são os sons e a música de Homicidal All-Stars. Desafio-vos a imaginar, sem escutarem antes, como seria a música de um reality show em que os concorrentes se enfrentam até à morte com potentes armas de fogo numa arena cercada por um público ao rubro com gritos de êxtase. Já imaginaram? Pois então, é essa mesma a música do jogo, executada e implementada na perfeição.
Jogabilidade de Homicidal All-Stars
A jogabilidade de Homicidal All-Stars não inova muito na sua categoria e segue o padrão do género turn-based tactics: pontos de ação para gastar com um elenco variado de tanques e causadores de dano que não podemos deixar esgotar os pontos de vida num mapa com elementos interativos (barris explosivos, caixotes para nos abrigarmos e baixarmos a probabilidade de sermos atingidos, etc.). Isto é no que toca às batalhas em si, mas a verdade é que o jogo demonstra um esforço para inovar ao apresentar-nos um modo na terceira pessoa, em que temos de ir progredindo na história ao interagirmos com personagens, resolvendo quebra-cabeças, construindo a nossa fama num sistema de pontos e evitando armadilhas. Na minha humilde opinião, não me parece que esta vertente ofereça muito ao jogo, sem também lhe retirar grande coisa. Contudo, já referi antes que me é difícil falar dos elementos de Homicidal All-Stars individualmente, visto que se conjugam na perfeição. A mecânica do jogo encaixa-se ao milímetro nos gráficos, no som e na história, não precisando de brilhar para fazer parte de um todo resplandecente e contribuir para uma experiência de jogo muito satisfatória.
+ + +
Embora ainda por lançar, parece-me que Homicidal All-Stars já tem todos os componentes para se afirmar como um grande título no seu género. Conceito, gráficos, som e jogabilidade funcionam todos por si só, alguns até com um nível bastante elevado, mas é a sua conjugação que se destaca.
– – –
Os controlos do jogo com o rato são um pouco confusos e, por vezes, contraintuitivos. Também não fiquei particularmente fã do modo na terceira pessoa e penso que era completamente dispensável.
Considerações acerca de Homicidal All-Stars
Se tivesse de atribuir uma nota a Homicidal All-Stars, provavelmente seria muito positiva, mesmo desconhecendo o preço a que vai ser distribuído. Ainda não chega destronar os meus turn-based tactics favoritos (XCOM e Battle Brothers), mas demonstra potencial para isso. Aguardemos pelo lançamento para ver. Também podem experimentar a demo de Homicidal All-Stars, disponível no Steam.
Para terminar, fica a dica indispensável: se não conseguem ser originais, sejam fenomenais!
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Co-criador e administrador do Central Comics desde 2001. É também legendador e paginador de banda desenhada, e ocasionalmente argumentista.