Cinema: Crítica – Bilhete Para o Paraíso (2022)
Corria o início do milénio e o chamado star power de Hollywood estava repleto de nomes como Brad Pitt, Will Smith, Catherine Zeta-Jones, Nicolas Cage, e muitos, muitos outros, capazes de levar pessoas às salas. Os nomes eram sinónimos a grandes filmes, e poderíamos os ver numa grande variedade de géneros. É talvez das últimas eras douradas do cinema comercial norte-americano.
É por isso que esta tendência recente do revivalismo das romcoms remanescentes doutra altura parecem estar para ficar, primeiro com o regresso de Jennifer Lopez e Owen Wilson em Marry Me – Fica Comigo, e agora com George Clooney e Julia Roberts em Bilhete Para o Paraíso. (Ingresso para o Paraíso, no Brasil)
David (Clooney) e Georgia (Roberts) são os pais divorciados da fantástica Lily (Kaitlyn Dever), uma aspirante advogada que decide mudar o rumo da sua vida quando conhece um rapaz em Bali. Vivendo há poucos meses com Gede (Maxime Bouttier), este decide propor-lhe em casamento, dando início a uma série de celebrações, ao qual os pais de Lily estão convidados. Acontece que David e Georgia odeiam-se, mas que aqui poderão fazer uma união para sabotar o casamento da sua precisosa filha.
Ainda que esta não seja a primeira vez que Clooney e Roberts contracenam juntos, é, no entanto, a primeira comédia romântica, que de alguma forma nos leva de volta para o ano 2005. Ou pelo menos assim o aparenta. Muito disto está na forma como os protagonistas simplesmente combinam no grande ecrã, e trocam diálogos sarcásticos e cómicos. No meio de muito ódio, há também muita cumplicidade, e é divertido ver isso transparecer.
Mesmo a narrativa, que parece encaixar muitos dos elementos chave do género, vai conseguindo oferecer algo relativamente novo, reservado pelo lindíssimo cenário que é Bali, misturando também muitos rituais da cultural local, dando uma nova dimensão à coisa. Com o filme a ser escrito e realizado por Ol Parker, não é surpreendente, já que o mesmo demonstrou ter a mesma sensibilidade durante a produção de Mamma Mia! Here We Go Again.
Bilhete Para o Paraíso é o que se pode chamar um feel-good movie, uma colectânea de momentos divertidos e razoavelmente inteligentes para nos ir entretendo, onde Clooney e Roberts podem ser o destaque desta história, mas são muito longe o grande centro das atenções, dando uma verdadeira oportunidade a outras personagens contribuir para tudo o que é bom no meio desta reunião amorosa. Não sabemos quanto tempo é que este revivalismo vai durar, mas se for para filmes assim, que continuem a vir!
Nota Final: 7/10
Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.