Cinema: Crítica – Top Gun: Maverick
Pete “Maverick” Mitchell regressa ao grande ecrã 36 anos depois do primeiro Top Gun. Será que Top Gun: Maverick cumpre com as expectativas?
A forma como Joseph Kosinski nos introduz novamente no universo de Top Gun é simplesmente marcante. Ao final de dez minutos, caso ainda não tivessem mais ou menos noção do que vos espera, sabemos que estamos perante um filme que nos vai colocar na ponta da cadeira, um verdadeiro blockbuster de Verão. E caso queiramos saber o que andou Maverick (Tom Cruise) a fazer durante estes anos todos, preparem-se porque ele está de volta e a única coisa que mudou foi mesmo a idade. Nesses mesmos dez minutos está pautado o tom do filme: rebelde como sempre, com momentos de cortar a respiração, mas, com um cheirinho a anos 80 para aqueles que vão ver o filme na esperança de encontrar algo nostálgico.
Pete andou durante 36 anos a tentar escapar a promoções e encontramo-lo como um piloto de testes para a Marinha Americana. É nesse posto que o vemos durante pouco tempo e onde também vemos a primeira cena com aviões do filme. Preparem-se, pois logo nesta cena vão entender que o futuro da aviação está bastante presente no filme e conseguimos ver que realmente se passaram 36 anos desde o lançamento do Top Gun original. A carreira de piloto de testes, pelo menos no filme, tem pouco tempo, já que Maverick foi chamado por Iceman (Val Kilmer) para ser instrutor de um grupo onde se encontram os melhores pilotos que se formaram nos últimos anos. E é aqui que a história se divide em dois.
Por um lado, temos uma espécie de regresso às origens em que vemos Maverick a voltar ao TOP GUN e a querer fazer o melhor possível pelos seus instruendos, além de querer voltar a reconectar com as suas relações interpessoais. Nota-se que é um regresso que foi muito puxado por Iceman, mas, enquanto que, por um lado faz sentido, por outro, pode acabar por ser apenas uma desculpa para o resto da história. Devo também dizer que, considero o arco da personagem de Val Kilmer muito curto e que gostaria de ter visto mais da personagem, mas, em contrapartida o novo interesse amoroso de Maverick (a interpretação de Jennifer Connelly é soberba) torna as coisas mais interessantes, por conta de mostrar um lado mais maduro da personagem de Tom Cruise.
Esse lado que falo também é mostrado na outra parte da história, mais relacionada com a vertente de instrutor. Eles podem ser os melhores pilotos para aquela missão (que não vou spoilar aqui), mas ele também é o melhor instrutor para eles. Além de mostrar a sua experiência, também existe aqui o factor “Goose”. Sim, o grande amigo de Maverick está envolvido na forma do seu filho, que tem a alcunha apropriada de “Rooster” (Miles Teller). Teller leva ao limite as emoções dele e é a forma que o filme tem de mostar que Pete ainda não ultrapassou por completo a morte do seu amigo. Toda a sua relação torna-se um foco no filme, que, de certa forma também introduz novas personagens “Hangman” (Glen Powell) e “Phoenix” (Monica Barbaro) que são extremamente vitais para a execução do filme.
Por fim, gostava também de falar dos visuais. O filme em si é um espetáculo visual, seja em termos de efeitos práticos ou digitais. Quando soube que a maioria do filme foi gravado com aviões reais, na sua maioria, cedidos pela própria Marinha, nem queria acreditar. A forma como vemos as cenas aéreas, sejam elas em combate ou não, explica muito bem o porquê de o filme ter sido gravado em IMAX.
Resta concluir que Top Gun: Maverick é um filme para se ver em sala, se possível em IMAX, e aproveitar cada momento das duas horas e um quinze minutos que o mesmo tem. Uma história que vai fazer muitos regressar à década de oitenta, enquanto pões os olhos num futuro promissor. Os blockbusters de Verão voltaram!
Nota Final: 9/10
Top Gun: Maverick aterra nos cinemas portugueses a 26 de maio
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.