BD: Criticas – Emerald and Other Stories e Trigun: Multiple Bullets
Desta vez, e para desenjoar, temos um “pack” de duas críticas num artigo só, e ambas vindas do oriente. As mangas de Hiroaki Samura e de Yasuhiro Nightow são aqui analisadas por Silvestre Francisco. [fbshare]
Hiroaki Samura. Ora aqui está um dos poucos nomes que me ficou gravado desde a primeira vez que o li, na saudosa e já extinta revista Wizard. Tendo comprado em formato comic-book um pequeno arco de histórias, fiquei imediatamente adicto do seu grafismo, longe do que era mais comum observar em outros títulos vindos das mesmas coordenadas.
Embora possa questionar a longevidade do título em questão, o que me fez desistir de acompanhar a saga Blade of the Immortal, não deixei no entanto de tentar manter-me a par do que o senhor fazia, o que me trouxe a este Emerald and Other Stories, onde os seus lápis, penas e pincéis abrilhantam uma série de histórias mais ou menos curtas, que narram desde uma aventura no velho oeste americano, passando por uma estranha mas brilhante história de fetichismo em família, a separação e o reencontro entre irmãos, a relação entre dois estudantes, ou os devaneios de duas amigas colegiais, sendo que quase sempre todos esses contos são regados de algum erotismo, que muitas vezes cria uma estranha sensação de desconforto, por se tratar de relações quase sempre proibidas, fetichistas, de dependência e até por vezes a roçar o incesto (o que não é incomum para o qualquer ávido leitor de mangá, mas pode provocar algumas sensações estranhas a quem não esteja habituado a este tipo de histórias). É portanto um livro obrigatório para qualquer fã do sr. Samura, e uma boa sugestão para quem procura algo de diferente e que questione as fronteiras das relações familiares e amorosas.
Ora aqui está um título óptimo para quem queria matar saudades do louco personagem do sr. Yasuhiro Nightow. Não só para os fãs incondicionais que poderão ter lido Trigun e Trigun Maximum, mas também para os que como eu se resumiram a ver a série e a ler os primeiros tomos do mangá.
O facto de poder ler algumas histórias independentes com princípio, meio e fim, foi um dos motivos que me levou a comprar este volume, uma vez que, tirando o criador, não conhecia nenhum dos outros autores envolvidos. Não querendo revelar as histórias, vale a pena dizer que todas são boas, podendo contar sempre com muita acção e humor, embora em algumas dessas histórias o conhecido Vash acabe por ser um personagem quase secundário. De acrescentar também, que o primeiro conto do volume é do próprio Nightow, o famoso mas difícil de encontrar “Badlands Rumble” que é logo imediatamente reconhecido por ter sido aproveitado para os primeiros episódios da série.
Silvestre Francisco