Cinema: Crítica – Até à Morte (2021)
Megan Fox está oficialmente de volta. O dito comeback da actriz norte-americana tem-se feito de forma gradual e discreto, desde Rogue: Selvagem, ao mais recente Meia-Noite em Switchgrass, onde contracena com Bruce Willis.
Desta vez, é na estreia de S.K. Dale nas longas-metragens, com um argumento escrito por Jason Carvey que a actriz parece ter atingido de novo um estatuto na sua carreira, em Até à Morte.
Emma (Fox) é uma mulher que vê o seu aniversário de casamento tornado num autêntico pesadelo, ao acordar na manhã seguinte algemada ao corpo do seu marido morto, desvendando um jogo cruel e sádico, que decorre numa casa ao pé do lago no meio do nada, em pleno inverno gelado.
Tudo neste filme pode não apresentar absolutamente nada de novo, com uma abordagem ligeiramente fora de mão; mas é a actuação de Megan Fox que eleva este home invasion a um outro nível. A exploração das relações abusivas de Emma demonstram ser um factor mais complexo do que esperado num filme com esta premissa, com o restante do tempo a lidar com um jogo de rato e gato, que poderia fazer mais pelo filme fosse este mais criativo na construção do seu próprio perigo.
O mesmo ainda se esforça para dar uma dinâmica à narrativa, algo que faz com um sucesso misto. Quando quer ser um thriller emocionante, muitas vezes é bem conseguido; mas rapidamente cai, quase imediatamente, em clichés que acabam por arruinar um pouco a tensão inicial. Momentos destes não faltam, o que pode tornar a experiência relativamente frustrante. Felizmente, Fox é inteiramente capaz de carregar o filme às costas, cobrindo muitas das grandes falhas do filme.
S.K. Dale sabe claramente como fazer um filme decente, onde o cuidado da imagem se alia à necessidade de causar um desconforto positivo numa obra de género, demonstrando que tem bastante potencial. Mas será necessário aguardar para ver os seus projectos futuros para ver o quão longe este novo realizador consegue levar a sua visão no grande ecrã, sendo este um bom primeiro passo que tem um certo peso.
Assim, Até à Morte marca-se como um filme que faz questão em mostrar que Megan Fox está definitivamente de volta, pronta a reclamar o seu trono como uma das actrizes mais desejáveis de Hollywood. Depois de uma longa ausência, é fantástico vê-la em papéis mais variados e, acima de tudo, como uma protagonista de filmes repletos de emoções fortes.
Nota Final: 6/10
Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.