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Que BD portuguesa vai sair em 2021? (Parte 1)

Após um ano atípico devido à pandemia, fomos à procura de saber que banda desenhada portuguesa está prevista para o ano de 2021.

À conta da ausência de eventos durante a maioria do ano, terá havido muitas publicações que foram adiadas para 2021, por motivos de estratégia promocional ou incapacidade financeira. Mesmo que não reúna todas as obras no prelo, fizemos uma pesquisa para tentar saber aquilo que nos espera o ano que vem. Convém no entanto salientar que, embora estas obras estejam prontas a editar ou em desenvolvimento para editar durante o ano, tudo depende de como o mercado se realinha depois das medidas de impostas forem diminuindo de intensidade.

Aqui fica então aquilo que conseguimos confirmar:

O Umbigo do Mundo vol.1 – Alma Mãe, de Penim Loureiro (história e arte) e Carlos Silva (argumento), é o primeiro álbum desta série de ficção-científica distópica. Aventura e suspense numa Europa sem grei nem lei, mas onde ainda se vislumbra réstias da humanidade através da arte, seja ela a arquitectura, ícones religiosos ou cultura pop. Em torno da eternamente jovem Alma reúne-se um estranho grupo: um jovem que procura mãe, um soldado que fala com os mortos, um robô muito particular e um cão-selvagem. Será que juntos irão conseguir mudar o rumo dos tempos? A edição está tentativamente prevista para o 1º semestre de 2021, pela editora A Seita.

 

CoBrA: Operação Goa, de Marco Calhorda (argumento) e Daniel Maia (arte), é o primeiro de uma colecção de aventura e espionagem, baseada em acontecimentos verídicos da história nacional decorrida durante os anos de ditadura. Em Operação Goa, o destino dos prisioneiros de guerra portugueses reféns do exército Indiano, está na mão do mais insuspeito interlocutor e da sua agência secreta, CoBrA, que terá de manipular o poder Indiano e de desafiar o governo Português para os libertar. A edição está prevista para o 1º semestre de 2021, com o 2º volume em pré-produção.

 

Butterfly Chronicles, de João Mascarenhas, foi uma banda desenhada neomanga editada em e-book pela Qual Albatroz e acessível gratuitamente. Neste universo alternativo, onde a robótica e a inteligência artificial estão prestes a criar um admirável mundo novo de coexistência entre os humanos e as máquinas, irá surgir a jovem Hanako, detentora de um poder especial – o de tornar realidade os desejos de amigos. A série terá em breve compilação em livro físico.

 

The Bird, de Diogo Campos (argumento) e Hugo Teixeira (arte), marca a estreia do primeiro autor num livro autoral e o regresso do segundo à BD após Mahou 2, de 2013. Inspirado no poema “O Pássaro,” de Hiroshi Kawasaki, e no conto “A Menina dos Fósforos,” de Hans Christian Andersen, The Bird apresenta uma narrativa observada pelos olhos de um pássaro durante um inverno rigoroso. O álbum foi previsto ser editado no FIBDB de 2020 e actualmente aguarda definição de nova data de lançamento.

 

Os Portugas no Dakar vol.3, de Elisabete Jacinto (argumento) e Ana Freitas (arte), marca o regresso desta série de humor, baseada em peripécias verídicas que ocorreram aos pilotos portugueses no famoso rally. A colecção regressa após treze anos, com o grafismo a passar da mão do cartoonista Luís Pinto-Coelho para a ilustradora juvenil Ana Freitas, que assim transportará a narrativa para o campo da aventura em alta-engrenagem.

 

Amélia: Uma História do Congo, de Henrique e Duarte Gandum, faz uma breve interrupção na produção do 3º livro desta série, levando os irmãos Gandum a explorar como a ganância de certos membros da expedição do missionário Rogério Fonseca às selvas do Congo, vão comprometer a viagem. Em formato de revista e com cerca de 24-30 páginas, a cores, a edição está prevista para meados de 2021.

 

 

O Jogo de Nil, de Pedro Cruz, foi pré-publicado em diversos número de H-Alt e será compilado em álbum no próximo ano, embora sem data marcada para lançamento. Num total de 130 páginas a preto/branco, esta obra traz aos leitores uma ficção-científica cerebral, que evoca filmes como Brazil, Matrix, Cidade Misteriosa e O Despertar da Mente.

 

Terceiro Degrau, de Sérgio Santos, é uma nova compilação desta série de histórias curtas pelo autor/editor, que soma cerca de 70 páginas de conteúdos. Tratam-se, na maioria, de BDs de humor, que incluem trabalhos coloridos e a preto-e-branco.

 

25 Anos aos Quadradinhos, de Véte (aliás, Silvestre Francisco), é uma colectânea retrospectiva deste autor de Beja, que reúne histórias curtas de fanzines como Pax Fanzine 3000, Lua de Prata, Venham +5 e outros títulos, com cerca de 200 páginas de conteúdo a preto-e-branco. O lançamento está previsto para o 2º trimestre, pela mão da editora Escorpião Azul.

 

Crónicas de Enerelis: Volume 1 – Prelúdio, de Patrícia Costa, inicia esta nova colecção mangá, auto-publicada através de apoio público (em ppl.pt/enerelis). Prelúdio é a 1ª de duas partes que introduz o herói Eyren Caeli, que inicia uma perigosa jornada para se tornar mago e conseguir, assim, salvar um velho amigo. O álbum, com quase 200 páginas, será distribuído no 1º trimestre, estando o Volume 2 previsto para o verão.

 

Paladino Amarelo, de Diogo Almeida (argumento) e Paulo Montes (arte), é um álbum de 72 páginas que foi adiado para lançamento em 2021 e que promete acção super-heróica, apresentando ao público português um novo herói nacional. Quando Alex entrou no Museu Nacional de Arqueologia a convite do seu tio, estava longe de imaginar o misterioso perigo que o esperava… A edição está a cargo da Zone Komics.

 

A Implosão!, de Mário André (adaptado do livro de Nuno Júdice, de 2013), assinala a estreia deste autor/fan-editor no formato de novela gráfica. Com perto de 100 páginas a preto/branco, A Implosão! situa-se no registo de banda desenhada de intervenção política e acompanha dois velhos amigos que se reencontram por virtude de perturbações sociais. A edição está prevista para o 1º semestre de 2021.

 

Espectro, de Paulo Montes, será o segundo projecto do autor-estreante a ver luz do dia em 2021, num álbum de ficção-científica distópica, de 60 páginas. Sem futuro, sem direcção e sem vida, o que fazer quando as ruas estão impregnadas de monstros e sentimos que nos esquecemos de quem somos? Uma alma abandonada embarca numa viagem em busca de uma razão para continuar a existir. Publicação prevista para o 2º semestre, pel’A Seita.

 

 

Em matéria de antologias:

 

Depois do hiato em 2020, Apocryphus Monstro! (vol.5) retoma a edição desta antologia anual temática, que apresenta obras curtas por novos talentos e autores experientes, num volume com mais de 100 páginas. O alinhamento autoral inclui Nuno Duarte (argumento) e Miguel Jorge (arte e co-editor), Filipe Homem Fonseca (argumento) e Filipe Coelho (arte), Fernando Lucas, Rogério Ribeiro (argumento e co-editor) e Phermad (arte), Keith Cunningham (argumento) e Diana Andrade (arte), Pedro Cipriano (argumento) e Ana Dias (arte), Nuno Amaral Jorge (argumento) e Paulo Montes (arte), Inocência Dias (argumento) e Henrique Gandum (arte), sendo a capa ilustrada por Miguel de Veneza Ruivo.

 

Adiada do corrente ano, a Associação Tentáculo planeia publicar em 2021 a antologia Zona: 10 Anos, que visa celebrar o décimo aniversário daquela que é uma das mais duradoras colecções antológicas nacional, prestes a atingir quinze volumes. Com contributo por diversos autores recorrentes e com a participação de convidados especiais, a edição não tem data prevista mas perspectiva um lançamento no 1º semestre.

 

A antologia semestral H-Alt, que adiou a publicação habitual de Outubro, pretende retomar o seu calendário editorial em 2021, tendo dois volumes completos. O regresso dá-se com o #10, sob coordenação editorial dos autores Sérgio Santos e Marco Fraga da Silva, que são acompanhados por um vasto leque de autores nacionais e internacionais. Desta vez, a capa é da autoria do italiano Vincenzo Riccardi.

 

O universo ficcional de José de Matos-Cruz, iniciado com O Infante Portugal (em trilogia literária (2007-2012) e adaptação para BD (2017)), continuou na saga Aurora Boreal (2017-2020). Como anteriormente, a personagem despede-se com uma transição para banda desenhada, desta vez em formato antológico, com vários autores a contribuir com versões de Aurora, enquanto esta visita novas dimensões e realidades alternativas. Aurora Boreal em Reflexos Partilhados conta com BDs por José de Matos-Cruz (argumento) e pelos artistas Daniel Maia, Nuno Dias, Rafael Sioba, Renato Abreu e Susana Resende – também autora da capa –, entre outros.

 

Em breve, a parte 2 deste apanhado de antevisões.

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