BD: Crítica – Green Lantern #16
Em 2011 a DC Comics decidiu fazer um reboot de toda a sua linha de livros. Muitos fãs viram esta decisão como uma afronta ao historial das personagens que tanto gostam e uma péssima decisão editorial. (Clica nas imagens para leres as primeiras 4 páginas)[fbshare]
Esta mudança brusca colocou em causa a chamada “continuidade” dos personagens, na medida em que todas as personagens tinham longas historias e vários eventos marcantes, que de um momento para o outro deixaram de ter relevo para o actual status quo. Foi a partir de 2011 que eu comecei a seguir esta série e para mim a decisão da DC foi correcta. Nada do que estava antes deixou de existir. As boas historias serão sempre boas!
Se é verdade que que as alterações foram substanciais em muitos títulos, não é menos verdade que a linha de revistas Green Lantern não sofreu qualquer alteração (excepto a nova numeração e a adição de 2 novos titulos). Talvez se possa dizer que a trama ficou mais acessível para qualquer leitor que queira começar a ler. E por isso quem não começou a ler, tem apenas 2 ou 3 TPB’s para por a leitura em dia.
O universo Green Lantern passou a ser constituído pelos seguintes titulos: Green Lanten,Green Lantern Corps, Green Lantern – New Guardians e Red Lanterns.
Todos estes títulos têm personagens principais bem definidas, mas o que torna este universo tão empolgante é a grandiosidade de todos os acontecimentos. Todas as revistas tem argumentos e personagens muito dinâmicas e bem construídas.
Em alguns casos as personagens principais até nem têm que estar presentes, na medida em que personagens secundários são igualmente relevantes.
Não me recordo de qualquer personagem que esteja mal caracterizado.
Geralmente os novos personagens vão sendo introduzidos de forma a que o leitor consiga criar empatia, e desta forma a própria intensidade e emoção da revista acaba por atingir níveis superiores.
No caso da revista Green Lantern a personagem principal é Hal Jordan, mas devido a vários acontecimentos, a personagem que se tem destacado é Simon Baz (que apareceu pela primeira vez no Free Comic Book Day #1 e mais tarde no Green Lantern #0, onde teve uma revista sobre a forma como ele ser tornou um Green Lantern / Lanterna Verde).
Hal Jordan e Thaal Sinestro foram as personagens centrais no primeiro arco de historia desta nova fase. Entretanto lutaram com Black Hand(um dos vilões – de referir que foi um dos melhores momentos desta série!) e desaparecem para a Dead Zone, desde então que não tem aparecido com muita frequência na revista mensal.
Quando li este Green Lanten #16 pensei que, mesmo não tendo a personagem mais conhecida no centro da acção, a revista ainda assim tem uma historia que me faz querer seguir a série. Isto acontece porque esta revista é assente em boas historias e personagens bem construídas com as quais podemos “criar uma relação”.
Nesta revista Simon Baz dá uma demonstração da sua vontade ao conseguir algo que nenhum lanterna verde tinha conseguido (curar uma pessoa em coma – os anéis não permitem curar ou ressuscitar qualquer ser…. isso também já era pedir muito).
Esta situação é muito bem gerida por Geoff Johns na medida em que não descamba para uma banalidade de novela mexicana. Pelo contrario, permite-nos perceber que esta personagem é de facto muito importante para o desenvolvimento futuro do enredo desta série e também nos permite conhecer melhor as motivações da personagem e criar alguma empatia com ele.
Este evento (Rise of the Third Army) em que a revista se insere, é sobre o fim de todos os Green Lanterns. Os Lanternas foram inicialmente pensados pelos Guardiões de OA, mas agora eles mudaram de ideias e decidiram terminar com todo o Livre Arbítrio na galáxia. Para isso pretendem aniquilar todos os membros do seu exercito.
Do meu ponto de vista os Guardiões de OA não são bons vilões. Eles foram sempre personagens muito distantes da acção e, talvez por isso, eram retratados como os sábios que geriam tudo à distancia.
Sempre foram personagens que apareciam pouco e sobre as quais se sabe ainda menos – são precisamente a antítese das restantes personagens da série.
Apesar disto, no compito geral acho que esta revista está muito bem conseguida (até porque eles não aparecem) – a historia tem acção e emoção q.b., e sobretudo nota-se que o enredo esta a desenvolver-se de uma forma muito natural.
Nota 1:
Este número faz parte do evento Rise of the Third Army. Neste evento participam todas as revistas do universo Green Lanterm, mas podemos seguir apenas um ou outra. Será seguido de um novo evento chamado WRATH OF THE FIRST LANTERN.
Nota 2:
Os Lanternas verdes tem um anel de onde são projectados os constructos pensados por eles e que são muito úteis quando estão a lutar. Para carregar os seus anéis tem que os encostar a uma lanterna e dizer:
“In brightest day, in blackest night,
no evil shall escape my sight!
Let those who worship evil’s might,
beware my power…GREEN LANTERN’S LIGHT!”
Tradução da versão original em inglês:
“No dia mais claro, na noite mais escura,
nenhum mal escapará a minha vista!
Que aqueles que adoram o poder do mal,
temam o meu poder … A LUZ DO LANTERNA VERDE!”
GREEN LANTERN #16
Escrito por: GEOFF JOHNS
Arte de DOUG MAHNKE e CHRISTIAN ALAMY
Capa de: DOUG MAHNKE
32 pg $2.99 US
Nota: 8 em 10
Nelson Vidal
Dário é um fã de cultura pop em geral mas de banda desenhada e cinema em particular. Orgulha-se de não se ter rendido (ainda) às redes sociais.
Só um reparo: ali onde está “Black Adam” devia ser “Black Hand”. O Black Adam é aquele vilão do Captain Marvel/JSA.
Obrigado António.
Foi gralha/confusão do Nelson Vidal. Já corrigi o texto! 😉