Análise: Stranger Things: O Outro Lado
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Para aproveitar o entusiasmo gerado pela terceira temporada da série da Netflix “Stranger Things”, a Asa lançou em Portugal “Stranger Things: O Outro Lado” da Dark Horse, rompendo assim a norma da editora que geralmente aposta no mercado franco-belga de banda desenhada em detrimento do norte-americano.
A história deste “O Outro Lado”, segue as aventuras do jovem Will Byers, no tempo em que esteve no “mundo inverso” durante a primeira temporada da série televisiva. Este novo olhar, dá-nos algumas respostas sobre o que lhe aconteceu.
Há muitas coisas que distinguem o cinema/séries de TV, e a banda desenhada, mas há duas em particular que me faz alguma confusão, nomeadamente quando o sentido é do filme/série para a BD. Estou a referir-me as características da narração e balões de pensamento, típicas das histórias aos quadradinhos. Se a segunda, para mim é pacífica, porque ajuda a transmitir as emoções das personagens que em imagem real pode ser feito através de expressões faciais, algo muito difícil recrear na banda desenhada; já a narração torna tudo muito diferente, principalmente quando é na terceira pessoa.
Neste caso, a narração impediu-me mesmo de entrar no espírito de Stranger Things. Durante todo o livro nunca consegui sentir na realidade que estava a ler algo que fizesse parte do universo da série, mas mais algo como uma adaptação mais livre e fora de cronologia.
Ainda para mais a narração não está lá a fazer nada. Eu fiz o teste de ler um capítulo inteiro sem as narrações e cheguei à conclusão que não acrescenta nada a não ser estranheza.
Stranger Things: O Outro Lado (que seria muito mais interessante se tivesse o subtítulo de “O Mundo Inverso”) é muito mais para agradar os fãs da série e fazer uns trocados, do que para quem gosta verdadeiramente de banda desenhada. Como complemento à série acaba por ser interessante ver o outro ponto de vista da primeira temporada, mas como álbum de BD isolado, não posso dizer que tenhamos aqui alguma obra memorável. E para quem nunca viu a série, então posso mesmo confirmar que não vale a pena sequer pegar neste livro.
A arte é agradável, mesmo que as caras não sejam muito parecidas com as dos actores, e aguentou muito bem a ampliação do formato comic para o formato franco-belga (o livro tem exactamente o mesmo tamanho dos Astérix, também da ASA).
A legendagem (e a fonte usada) é muito pobre, e que prejudicam claramente a estética do livro. Infelizmente as editoras portuguesas continuam a dar muito pouca importância e atenção a este aspecto.
O livro quase não tem extras, tirando algumas capas usadas na edição original, e não tem prefácio ou texto de contexto.
Argumento: Jody Houser
Arte: Stefano Martinho (desenhos), Keith Champagne (arte-final), Lauren Affe (cores)
Editor: Asa
Argumento: 6
Arte: 7
Legendagem: 3
Encadernação: 9
Veredito Final: 6,5
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Co-criador e administrador do Central Comics desde 2001. É também legendador e paginador de banda desenhada, e ocasionalmente argumentista.